Levantamento feito pelo Fundecitrus mostra crescimento de 160% na doença. CVC caiu 80%
Um levantamento realizado pelo Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) aponta que 17,89% das laranjeiras do parque citrícola de São Paulo e das regiões do Triângulo e Sudoeste de Minas Gerais têm greening (HLB), doença que compromete a produtividade dos pomares.
O número corresponde a 35 milhões de plantas doentes no campo, das quais 44% apresentam sintomas severos, o que significa uma perda de produção ao redor de 50% nas árvores afetadas, devido à redução do tamanho e à queda prematura de frutos.
Na comparação com 2012, quando foi realizado o último levantamento, a incidência do HLB aumentou 159%. A macrorregião mais afetada é a Sul, onde ficam as regiões de Limeira, Porto Ferreira e Casa Branca, que têm 42,5% das plantas dos seus pomares com sintomas da doença. Em seguida está a macrorregião Centro, que engloba as regiões de Matão, Brotas e Duartina, com 23,57% de suas laranjeiras afetadas.
“Os números indicam que o citricultor tem que ser rigoroso na adoção das medidas de manejo da doença no seu pomar e nas áreas vizinhas, com controle sistemático do inseto transmissor e a eliminação de plantas doentes“, afirma o gerente geral Juliano Ayres.
CVC cai 80%
Para realizar o estudo, o Fundecitrus avaliou, nos meses de junho e julho, 24,2 mil plantas em todas as regiões do parque citrícola, estratificadas de acordo com variedade, idade e tamanho de propriedade. Foi observada a presença ou ausência de sintomas e sua severidade. Após a vistoria de campo, foi feita uma auditoria com novas inspeções e análise laboratorial.
O Fundecitrus também avaliou a incidência de Clorose Variegada dos Citros (CVC), conhecida como “amarelinho“, e constatou que a doença teve uma redução de 82% nos últimos três anos. Atualmente, 6,77% das laranjeiras do parque citrícola apresentam sintomas. O último levantamento, que foi realizado em 2012, apontava que 37,57% das plantas tinham CVC.
A doença teve decréscimo em plantas de todas as idades. Nas plantas jovens (com menos de dois anos) se tornou praticamente inexistente. Também houve redução expressiva nas plantas mais velhas (acima de 10 anos), grupo que era o mais atingido pela doença e caiu de 61,33% das plantas, em 2012, para 13,67%.
ContribuÃram para este resultado a mudança no sistema de produção de mudas para estufas cobertas, no ano de 2003, o controle do inseto transmissor e a retirada de árvores doentes, com a renovação dos pomares.
“Todo problema complexo tem uma curva de aprendizado e a incorporação de uma nova visão se faz necessária. Hoje a citricultura está colhendo os frutos de uma pesquisa atuante e da adoção intensa das medidas de manejo da CVC pelo citricultor, mostrando que é possível reverter os prejuízos causados por uma doença grave. Isto deve servir de exemplo a ser seguido no caso do HLB, que é maior desafio da citricultura brasileira e mundial“, afirma Ayres.