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Híbridos transgênicos de milho – Opções para todas as necessidades

 

Maria Beatriz Pereira da Silva

Graduanda em Agronomia pela UFLA e coordenadora acadêmica e científica do Núcleo de Estudos em Genética e Melhoramento de Plantas (GEN)

Tiago Teruel Rezende

Engenheiro agrônomo, doutorando em Fitotecnia pela UFLA e membro do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia (GHPD) e Núcleo de Estudos em Cafeicultura (NECAF)

Giovani BeluttiVoltolini

Graduando em Agronomia pela UFLA e membro do GHPD e NECAF

giovanibelutti77@hotmail.com

 

Crédito Rafael StortoNalin
Crédito Rafael StortoNalin

A agricultura desempenha um papel de grande relevância no cenário mundial, sendo responsável pelo fornecimento de grande parte das matérias-primas à indústria alimentícia. Sobretudo, a crescente demanda por alimentos, devido ao aumento exponencial da população, faz com que a busca por plantas cada vez mais produtivas seja necessária para suprir esta demanda.

Atualmente, a agricultura enfrenta sérios problemas quanto à expansão territorial, já que grande parte das terras agricultáveis já são utilizadas. Também há outros entraves para a produção de alimentos, como as pragas, doenças, o clima adverso e também a ocorrência de plantas daninhas competindo pelos elementos essenciais ao desenvolvimento das culturas.

Neste sentido, a biotecnologia vem contribuindo de maneira significativa para a evolução da produtividade, por meio de plantas que suportam melhor a ocorrência de pragas, competição e fatores climáticos adversos.

Vaquinha DiabroticaSpeciosa - Crédito José Ferreira dos Santos
Vaquinha DiabroticaSpeciosa – Crédito José Ferreira dos Santos

Tipos de transgênicos

A pesquisa disponibilizou até agora alguns eventos de grande importância para a produção agrícola, como o transgênico com o evento Bt, que confere resistência a pragas, o evento RR, que confere resistência ao herbicida glifosato e também o evento LL, que confere resistência ao herbicida glufosinato de amônio.

Estes tipos de transgênicos causaram impactos na produção de alimentos, visto que houve um grande passo no aprimoramento dos sistemas de cultivo, facilitando o controle de plantas daninhas e também reduzindo os custos no controle das pragas.

Lagarta da espiga - Crédito Lucas Bochnia
Lagarta da espiga – Crédito Lucas Bochnia

Usos

A utilização de cultivares que sofreram melhoramento por meio da biotecnologia é muito ampla, sendo que quase não se utilizam mais aquelas cultivares que não são geneticamente modificadas.

No caso do milho, soja e algodão, que possuem cultivares com o evento RR, o controle de plantas daninhas se torna mais fácil, visto que a aplicação do herbicida glifosato não ocasiona prejuízos à cultura e possui um amplo espectro de controle para as plantas indesejáveis que ocorrem nas áreas de cultivo.

O mesmo acontece com as cultivares que possuem o evento LL, que confere resistência ao herbicida glufosinato de amônio e controla de maneira eficiente as plantas daninhas. No caso do evento Bt, as cultivares se mostram resistentes ao ataque de pragas, como a lagarta do cartucho na cultura do milho, que em cultivares não resistentesprovoca severos danos à produção, caso a mesma não seja controlada.

Tolerância a herbicidas com glufosinato de amônio

Os herbicidas que têm como princípio ativo o glufosinato de amônio agem pela inibição da enzima glutamina sintetase, resultando em acúmulo de amônia em níveis tóxicos à planta, causando a ruptura da membrana celular e bloqueio da fotossíntese, podendo matá-la em poucas horas após a aplicação.

Por meio da biotecnologia, foi isolado o gene PAT, oriundo de uma bactéria encontrada naturalmente no solo, chamada de Streptomycesviridochromogenes, que confere tolerância ao glufosinato de amônio. O gene PAT condiciona a expressão adequada da proteína PAT nas plantas de milho, a qual inativa o glufosinato de amônio, conferindo assim a tolerância da planta ao herbicida.

A inativação do glufosinato pela proteína PAT permite a utilização seletiva de herbicidas que possuem este composto como princípio ativo, portanto, o gene PAT serve unicamente para proteger a planta de milho quando o agricultor escolhe eliminar as plantas daninhas da lavoura com o herbicida Glufosinato de amônio.

Esta tecnologia está presente no milho e é denominada de Liberty Link®, a qual foi aprovada no Brasil pelos órgãos competentes no início de 2008. Ao optar por esta nova tecnologia, o produtor de milho passa a controlar a infestação de plantas daninhas na lavoura mesmo após a germinação das mesmas e do milho.

Crédito Rafael Storto Nalin
Crédito Rafael Storto Nalin

Benefícios

Dentre os vários fatores que comprometem o rendimento da lavoura, a interferência exercida pelas plantas daninhas é, sem dúvida, uma das mais importantes e a que o agricultor deve dar mais atenção durante a condução da lavoura.

As plantas daninhas causam consideráveis danos à cultura do milho, depreciam a qualidade das sementes e aumentam os custos de produção.As perdas ocasionadas por elas variam de 10 a 80%, dependendo da espécie e do grau de infestação. Tudo isso se deve à competição que elas exercem na lavoura.

O milho com a tecnologia Liberty Link® propicia aos agricultores a possibilidade de utilizar um herbicida com modo de ação distinto do glifosato no controle de plantas daninhas. Desta forma, o agricultor pode utilizar essa tecnologia como uma ferramenta muito importante no manejo de plantas indesejáveis, principalmente no que se refere à resistência destas.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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