21.6 C
Uberlândia
quinta-feira, novembro 21, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosLuz ultravioleta reduz podridão do melão

Luz ultravioleta reduz podridão do melão

Paula Almeida Nascimento
Engenheira agrônoma e doutora em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
paula.alna@yahoo.com.br

O fungo Fusarium pallidoroseum, principal agente da podridão do melão, causa prejuízos enormes aos melões amarelos, o tipo mais exportado pelo Brasil. As doenças verificadas após a colheita provêm de infecções, com destaque para a podridão.

Essas infecções ocorrem no campo, na colheita e nos procedimentos pós-colheita, no packing house. Estes fungos podem sobreviver no solo, nos restos culturais, sendo inoculados nos frutos desde o plantio até a colheita.

As lesões fúngicas podem aparecer em qualquer parte do fruto, sendo mais frequentes na zona de abscisão peduncular decorrentes da prática de colheita. Inicialmente, ocorre o aparecimento de pequenas lesões encharcadas, acompanhadas de intenso crescimento micelial cotonoso branco.

Já na parte interna, apresenta lesões de cor marrom, cuja seção de corte revela podridão de aspecto esponjoso e seco, com um halo branco.

E agora?

Na pós-colheita, é essencial o uso de práticas para conservação dos frutos, porque nessa fase eles continuam com seu metabolismo ativo. A redução das perdas em pós-colheita representa prioridade para os produtores.

Inovação

A radiação ultravioleta é originada da energia do sol que chega à superfície da terra. É um tipo de radiação eletromagnética com comprimento de onda de 100 a 400 nanômetros e de frequência maior que a luz visível.

Assim, a radiação ultravioleta é classificada em UVA, UVB e UVC, dependendo das faixas de radiação. Os raios UVC, que apresentam em comprimento de onda menor que 280 nm, são aplicados, por meio de fontes artificiais, na esterilização de materiais cirúrgicos e em processos de tratamento de água.

Também é um tipo de radiação a ser utilizada no tratamento de frutas e considerada uma esterilização segura, por não apresentar resíduos químicos prejudiciais à saúde dos consumidores.

A luz ultravioleta tem efeito germinicida para a maioria dos microrganismos, como bactérias, vírus, leveduras e fungos.

Desta forma, pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical afirmam que a UV pulsada pode controlar o fungo Fusarium pallidoroseum, principal agente da podridão do melão.

Como funciona

A aplicação de flashes de luz ultravioleta (UV) pode ser empregada de duas formas: ultravioleta pulsada (Uvp), consistindo de uma tecnologia em que a energia é armazenada em um capacitor e liberada em flashes intermitentes, o que aumenta de forma instantânea a intensidade de energia e a ultravioleta contínua, onde são liberados flashes de forma contínua.

Devido a essa característica, a ultravioleta pulsada é mais efetiva e mais rápida na inativação de microrganismos.

A utilização da luz ultravioleta pulsada estimula os mecanismos de defesa pós-colheita no melão, representa a morte das colônias de fungos do gênero Fusarium spp. e ocasiona o controle da podridão em melões amarelos.

A luz ultravioleta pulsada pode apresentar um efeito mais duradouro de proteção dos melões. Ela afeta o metabolismo do fruto e aumenta o teor de substâncias antioxidantes que atuariam como uma espécie de vacina contra o ataque dos microrganismos.

O uso da radiação ultravioleta tem se mostrado eficiente no controle de microrganismos patogênicos em frutas orgânicas, que além de seguro, não deixa/gera resíduos. A utilização de métodos alternativos possui vantagens, como a diminuição da resistência fúngica, baixo custo de aplicação e diminuição da agressão ao meio ambiente.

ARTIGOS RELACIONADOS

Vantagens da adubação verde no cultivo do meloeiro

Bruno Novaes Menezes Martins Engenheiro agrônomo, mestre e doutorando em Horticultura pela FCA/UNESP - Campus de Botucatu (SP) brunonovaes17@hotmail.com   O melão (Cucumis melo L.), pertencente à família...

Novidade – Minimelancias com microssementes comestíveis

  Rafael Campagnol Engenheiro agrônomo, doutorando pela ESALQ/Depto de Produção Vegetal rcampagnol@usp.br Eduardo Suguino Pesquisador científico da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) - Polo Centro Leste esuguino@apta.sp.gov.br   A...

O uso de mulchings biodegradáveis na agricultura moderna

  Alessandro Lavandeira Mangetti Engenheiro Agrônomo com graduação na ESALQ/USP   O desenvolvimento do polietileno-PE (polímero derivado de uma fonte não renovável, que é o Petróleo) na forma...

Consorciação de mogno com outras culturas pode diversificar lucro

Café, cacau, pimenta-do-reino, banana, coco, mamoeiro, manga, maracujá, milho, palmito pupunha e mandioca são exemplos de culturas que podem ser implantadas junto ao mogno africano. Essa modalidade de cultivo, que engloba mais de uma cultura, é conhecida como plantio consorciado, e é indicada para silvicultores e produtores rurais que buscam diversificar a receita de médio e longo prazo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!