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MG se destaca no mercado de laranja em meio a queda da produção paulista

Greening e mudanças climáticas afetam safra de São Paulo, enquanto Minas se consolida como novo polo de citricultura no Brasil

Divulgação JPA / AdobeStock

A produção brasileira de laranja passa por uma transformação significativa. Enquanto São Paulo, historicamente o maior produtor do país, sofre com a queda de produtividade causada pelo avanço do greening — doença bacteriana que afeta as plantas cítricas — e variações climáticas, Minas Gerais ganha protagonismo, atraindo novos investimentos e ampliando sua participação no setor.

De acordo com a terceira reestimativa da safra 2024/25 do Fundecitrus, a produção no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Mineiro deve alcançar 228,52 milhões de caixas, um leve aumento de 2,4% em relação à estimativa anterior, mas ainda 1,7% abaixo da projeção inicial.

Para Maick Alcântara, especialista em polpa cítrica da JPA Agro — marketplace de agro que conecta produtores e consumidores de maneira inteligente — essa redução reforça os desafios enfrentados pelos produtores paulistas, que lidam com altas taxas de queda de frutos e infestações da praga Candidatus Liberibacter, causadora do greening. 

“A citricultura paulista vive um momento desafiador, com o avanço do greening afetando a longevidade dos pomares e exigindo maior investimento em controle fitossanitário. Enquanto isso, Minas Gerais, com um clima favorável e menores incidências da doença, está se tornando um destino estratégico para novos plantios e investimentos”, analisa Maick.

Minas Gerais em ascensão: clima, solo e investimentos Impulsionam expansão

Com cerca de 40 mil hectares plantados, Minas Gerais já responde por 10% da produção nacional de laranja, segundo dados do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). O estado tem atraído novos investidores, impulsionado por terras mais baratas, menor incidência de pragas e condições climáticas mais estáveis.

“Nos últimos anos, Minas Gerais tem demonstrado um enorme potencial para a citricultura. Além de menos impacto do greening, há um solo adequado e uma logística eficiente, o que torna o estado cada vez mais competitivo nesse mercado”explica Maick Alcântara.

Em 2024, os produtores mineiros ampliaram seus plantios em 15%, especialmente nas regiões do Triângulo Mineiro e Sul de Minas, onde há melhor adaptação climática para a cultura. Esse movimento indica um reposicionamento do setor, que busca diversificação para garantir a oferta contínua ao mercado.

Perspectivas para 2025: o que esperar da próxima safra?

As projeções indicam uma recuperação moderada da produção brasileira de laranja em 2025, com expectativa de 320 milhões de caixas, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Esse volume representa um crescimento de 6,6% em relação a 2024, que registrou uma das menores safras das últimas décadas.

A produção de suco de laranja também deve aumentar, com estimativa de 1,01 milhão de toneladas na safra 2025/26, alta de 8,8% em relação ao ciclo anterior. A demanda internacional segue aquecida, com projeção de crescimento de 9,11% nas exportações, totalizando 953 mil toneladas embarcadas.

“A tendência é de uma recuperação gradual, mas os impactos do greening em São Paulo ainda preocupam. Minas Gerais deve continuar expandindo sua participação no setor, consolidando-se como um novo polo estratégico para a citricultura brasileira”, conclui Alcântara.

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