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Microverdes: Tendência na horticultura

Microverdes – Créditos: Shutterstock

Uma nova tendência na horticultura são os microverdes, vegetais ultrajovens, superatrativos e coloridos, ricos em sabor e nutrientes, que estão em evidência na gastronomia e mercados no Brasil e no mundo. Além desses benefícios, os microgreens, como também são conhecidos, apresentam vantagens por terem um ciclo de cultivo muito curto.
Podem ser cultivadas várias espécies herbáceas (alface), cereais (girassol), condimentos (manjericão) e até flores (crisântemos), comercialmente ou até mesmo em casa, com luz natural ou artificial.
Esta é uma nova classe de culturas especializadas, com características peculiares que as tornam um novo ingrediente para o mercado gourmet, utilizadas especialmente em saladas, sopas e sanduíches. Apesar do tamanho reduzido, essas hortaliças possuem grandes benefícios, são superatrativos, coloridos e ricos em sabor e nutrientes.

Segmentos

Existem diferentes produtos de hortaliças jovens. Além dos microverdes, encontramos os brotos e as baby leafs. A diferença entre microverdes e os brotos é que este segundo são sementes germinadas ou parcialmente germinadas, consumidas com as raízes intactas.
A densidade de sementes é alta em brotos e é cultivada em alta umidade, temperatura ideal e condições de pouca luz que aumentam as chances de crescimento microbiano. No entanto, nos microverdes as raízes não são consumidas, e diferentemente dos brotos, requerem luz solar para seu crescimento eficiente.
A baby leaf, por sua vez, é um cultivo de hortaliças em um estádio mais tardio que o microverde, e são consumidas as suas folhas verdadeiras ainda jovens, porém, iniciando sua expansão, enquanto os microverdes são mais suculentos e as folhas cotiledonares são bem proeminentes e seus caules suculentos tornam a iguaria muito palatável.

Mercado

Algumas empresas se especializaram em ofertar sementes para a produção de microverdes e oferecem sementes de muitas espécies de hortaliças convencionais ou exóticas, cereais, condimentos e até flores, desde que suas plântulas sejam comestíveis.
As espécies mais exploradas são as pertencentes às famílias Brassicaceae, Asteraceae, Chenopodiaceae, Lamiaceae, Apiaceae e Amaranthaceae. Dentre os microverdes mais populares no Brasil encontramos: alface, agrião, beterraba, cebola, cenoura, coentro, couve, ervilha, girassol, manjericão, mostarda, rabanetes, repolho, rúcula e salsa.
Entretanto, existem muitas espécies potenciais, como acelga, aipo, alho-poró, almeirão, amaranto, beldroega, brócolis, cebolinha, cerefólio, chia, caruru, coentro, couve-chinesa, couve-rábano, crisântemos, endívia, endro, erva-doce, escarola, espinafre, funcho, hortelã, manjericão, melissa, mostarda, nabo e pak choi.
Há uma variabilidade de cultivares que apresentam características de cores e tons de verde, vermelho e roxo, ou morfologias diferenciadas, como formato das folhas e texturas. Além dos sabores e aromas marcantes das diferentes espécies pertencentes ao gênero Ocimum (alfavacas, manjericões, atroveran, tulsi, entre outros), ou do frescor das espécies do gênero Mentha (hortelãs e menthas) ou ainda do picante das Brássicas (agriões, rúculas e rabanetes), possibilitando experiências gastronômicas únicas.
A comercialização em forma de mix de espécies é também uma tendência do setor, existindo já alguns mix de espécies popularizados, como: salada básica: rúcula, brócolis, couve, couve-rábano, couve roxa, couve-flor; salada picante: rúcula, brócolis, couve, repolho roxo, mostarda; mistura asiática: repolho, pak choi, rabanete, rúcula; e mistura picante: rabanete, mostarda, rúcula.

Lucratividade

Ambientes de cultivo mais tecnificados que possibilitem maior uniformidade e qualidade na produção, apesar de apresentarem maior custo de implantação, podem gerar um excelente retorno financeiro em curto prazo.
Como por exemplo, a aquisição e adaptação de um contêiner de 20 pés (seis metros) apresenta custo aproximado de R$ 80.000,00, tendo capacidade produtiva de 20.000 bandejas de microverdes por mês, com peso entre 40 e 60 g cada, e um preço médio de venda de R$ 12,00 a bandeja, gerando uma renda bruta de aproximadamente R$ 240.000,00 por mês.
Gastos como aquisição de sementes, substratos, recipientes (bandejas) e energia elétrica, assim como mão de obra, encargos trabalhistas e demais impostos devem ser computados. No entanto, com um mercado consumidor bem estabelecido, que absorva toda a produção, a atividade é uma boa opção de investimento com uma excelente relação custo-benefício.

Autoria:
Rafael Rosa Rocha – Mestrando em Ambiente e Sistema de Produção Agrícola – Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) – rafaelrochaagro@outlook.com
Mónica Paola Flores Ramírez – Doutoranda em Nutrição e Alimentos – Universidade do Chile (Santiago-Chile) – monicalforesr@ug.uchile.cl
Daiane Andréia Trento – Mestre em Ambiente e Sistema de Produção Agrícola – UNEMAT – daiatrento@gmail.com
Marla Silvia Diamante – Doutora em Agronomia (Horticultura) – UNESP – marlasdiamante@gmail.com
Santino Seabra Junior – Doutor em Agronomia (Horticultura) e professor – UNEMAT – santinoseabra@hotmail.com
Júlio César Ribeiro – Engenheiro agrônomo, doutor em Ciência do Solo – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) – jcragronomo@gmail.com
Amanda Santana Chales – Engenheira agrônoma, mestranda em Ciência do Solo – Universidade Federal de Lavras (UFLA) – amandaachales@gmail.com
Carlos Antônio dos Santos – Engenheiro agrônomo e doutorando em Produção Vegetal – UFRRJ – carlosantoniods@ufrrj.br

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