Suzeth Carvalho Sousa – Graduanda em Agronomia – Unicerrado – suzecarvalho10@gmail.com
Pauletti K. Rocha – Engenheira agrônoma, mestra em Agronomia e diretora do curso de Agronomia – Unicerrado – paulettirocha@unicerrado.edu.br
Há algumas décadas o plantio de eucalipto tem alcançado sucesso no território brasileiro. Com segmentos voltados para o ramo da celulose e papel, produção de carvão vegetal, madeira para serraria, extração de óleo essencial e até energia.
A cultura vem se tornando uma opção rentável tanto em monocultivo quanto em istemas integrados. A espécie Corymbia citriodora é destinada à produção de óleos essenciais e vem sendo atacada por um inseto-praga denominado de microvespa-do-eucalipto-citriodora Epichrysocharis burwelli Schauff (Hymenoptera: Eulophidae).
Essa praga é originária da Austrália e foi introduzida no Brasil em 2002, sendo constatada em 2003 em Minas Gerais. Também existem relatos da detecção desse inseto em outros Estados das regiões sudeste e sul do País.
Danos
As microvespas efetuam as posturas das 9h às 17h, sendo a oviposição inserida sob a epiderme da folha nova e de cor avermelhada. A larva desenvolve-se no interior da folha, possui formato arredondado e coloração amarelo-clara, formando o cecídio.
Nos locais onde ficam os cecídios necrosados, as vesículas de óleo desaparecem, comprometendo a produção da essência oleosa. A infestação ocorre nas folhas novas, em ambas as faces, havendo a formação de galhas globosas, que evoluem juntamente com o crescimento da folha, e que podem atingir a quantidade de 40 galhas/cm2.
Galhas são definidas como qualquer desvio no modelo de crescimento normal da planta, provocado pela presença e atividade de um organismo externo, nesse caso a microvespa. O orifício de saída dos adultos contribui para a entrada de patógenos que aumentam a necrose do limbo foliar e provoca a deiscência das folhas.
Assim, o ataque da microvespa promove o necrosamento e a queda prematura das folhas, o que não interfere na qualidade do óleo produzido, porém, a produtividade é afetada, podendo atingir perdas em torno de 50% em plantas atacadas.
Controle
Quanto ao combate de E. burwelli, não existem produtos registrados junto ao Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (AGROFIT) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). No que diz respeito ao controle biológico, não foram identificados inimigos naturais efetivos para o seu controle, fato que contribui para o aumento da densidade populacional da microvespa e alta capacidade de dispersão da mesma.
Uma opção seria identificar variedades de C. citriodora mais resistentes e realizar o processo de clonagem a fim de utilizá-las em futuras plantações de eucalipto. Com base no exposto, é possível verificar que as pesquisas devem ser intensificadas nas regiões produtoras de eucalipto, a fim de controlar as injúrias/danos causados por E. burwelli nos plantios de C. citriodora.