Apesar dos impactos causados pelo déficit hídrico sobre o ciclo de verão, ‘safrinha’ conserva expectativa de recorde no país
Pelo quarto mês consecutivo, a StoneX reduziu sua estimativa de produção para a primeira safra 2021/22 de milho, para 25 milhões de toneladas, um corte de 1,1%, ou 286 mil toneladas, em comparação com o relatório anterior. Em relação ao estimado no início de novembro, antes dos danos causados pelo déficit hídrico, a estimativa recuou 17,7%.
A redução no número brasileiro refletiu a menor expectativa para a safra de verão no Rio Grande do Sul. “A irregularidade climática ao longo do último mês prejudicou significativamente a produtividade em regiões de desenvolvimento mais tardio do estado”, explica o analista de inteligência de mercado do grupo, João Pedro Lopes. A primeira safra gaúcha está agora estimada em 2,3 milhões de toneladas, 11,3% a menos que no último relatório e 44,9% abaixo do produzido no ciclo passado.
Em relação à segunda safra de milho 2021/22, o número da StoneX foi levemente elevado, em 263 mil toneladas em comparação com a última divulgação, ou 0,3%, para 89,4 milhões de toneladas. Esse aumento refletiu as perspectivas mais positivas para a produção no Norte/Nordeste.
“O bom ritmo de colheita da soja e de plantio do milho safrinha seguem dando suporte à expectativa de produção recorde no país. Por outro lado, será preciso acompanhar de perto as condições climáticas nos próximos meses, visto que um quadro de déficit hídrico poderia resultar em uma produção significativamente inferior à estimada atualmente”, pondera o analista Lopes.
Somando as 3 safras do cereal, a produção total está prevista em 116,1 milhões de toneladas, praticamente inalterada em comparação com o relatório de fevereiro.
Pelo lado do balanço de oferta e demanda de milho, não houve alterações nos elementos de demanda. Desse modo, as exportações em 2021/22 seguem estimadas em 40 milhões de toneladas, contra 20,9 milhões na safra anterior, e o consumo doméstico em 75,5 milhões, contra 71,5 milhões em 2020/21.
Como resultado das pequenas alterações observadas na produção total, a relação estoque/uso em 2021/22 recuou de 8,3% para 8,2%, 0,4 p. p. abaixo do registrado em 2020/21.