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Nutrição do cafeeiro – Adubação começa com análise do solo

 

Ramiro Machado Rezende

Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia/Fitotecnia, consultor técnico e professor do curso de Agronomia na Universidade Vale do Rio Verde (UNINCOR)

ramiromr@globo.com

 

 Nutrição do cafeeiro - adubação começa com análise do solo - Crédito Ramiro Machado
Nutrição do cafeeiro – adubação começa com análise do solo – Crédito Ramiro Machado

A análise de solo é o ponto de partida do programa de avaliação da fertilidade do solo. É com base nela que são feitas as recomendações de corretivos da acidez e fertilizantes para a lavoura cafeeira.

Apesar de ser uma tecnologia simples e barata, essa análise muitas vezes é negligenciada por grande parte dos produtores, e até mesmo por técnicos. Com uma cafeicultura cada vez mais competitiva, essa prática torna-se indispensável, uma vez que tem influência direta na produção de grãos e, consequentemente, na lucratividade da atividade.

Certamente, a análise química do solo é a principal ferramenta para o diagnóstico da fertilidade do solo e estabelecimento da necessidade de correção e adubação das culturas. No entanto, por ser um meio complexo e heterogêneo, o solo sofre influência de vários fatores, dificultando a interpretação precisa da disponibilidade de alguns nutrientes, como o nitrogênio e micronutrientes.

Por esse motivo, outros métodos, como a análise foliar, podem ser utilizados para complementar o diagnóstico da fertilidade do solo e do estado nutricional da cultura.

Ramiro Machado Rezende, doutor em AgronomiaFitotecnia e professor do UNINCOR - Arquivo pessoal
Ramiro Machado Rezende, doutor em AgronomiaFitotecnia e professor do UNINCOR – Arquivo pessoal

A planta em si

A folha é o órgão que melhor representa o estado nutricional da planta, pois é nela que ocorrem os principais processos metabólicos. A análise foliar é um método em que se analisam os teores dos nutrientes em determinadas folhas e os compara com padrões nutricionais da literatura.

Assim, a diagnose foliar é um instrumento de grande utilidade no monitoramento do estado nutricional da cultura, tornando-se complementar à de solo nas recomendações de adubação.

Coleta de folhas (A), acondicionamento das amostras (B) e identificação detalhada das amostras (C)
Coleta de folhas (A), acondicionamento das amostras (B) e identificação detalhada das amostras (C) ” Crédito Ramiro Machado Rezende

A análise

Basicamente, a análise química de solo vai nos informar sobre a fertilidade do solo como um todo. Vai indicar quais nutrientes estão em excesso, quais estão na faixa adequada e quais estão deficientes, conforme as exigências de cada cultura.

Esta análise avalia a acidez (pH), teor de matéria orgânica, disponibilidade de macronutrientes (P, K, Ca, Mg e S) e micronutrientes (B, Zn, Cu, Mn e Fe) e até mesmo a presença de alumínio e sódio no solo. De posse dessas informações é que o produtor poderá obter indicações corretas sobre o tipo e quantidade de calcário e adubo a serem aplicados em cada talhão de sua propriedade.

Juntamente com a análise química do solo, deve-se proceder a análise física, que permite conhecer a estrutura do solo e sua composição de argila, silte e areia (textura), dentre outras características. Essa análise também nos fornece informações importantes para o correto manejo da lavoura cafeeira.

Com relação à análise foliar, é ela que vai indicar se os fertilizantes aplicados no solo e/ou na folha estão sendo realmente aproveitados e se os nutrientes fornecidos estão balanceados, conforme as exigências do cafeeiro.

 Ferramentas mais utilizadas para retirar amostras de solo trado holandês (A) e sonda (B) - Crédito Ramiro Machado Rezende
Ferramentas mais utilizadas para retirar amostras de solo trado holandês (A) e sonda (B) – Crédito Ramiro Machado Rezende

Essencial para a nutrição

Como já comentado, as análises de folha e de solo são essenciais para o correto fornecimento de nutrientes para a planta. É por meio delas, por exemplo, que são detectadas as carências nutricionais da cultura e as medidas que devem ser adotadas para corrigir esses problemas.

Fazendo uma analogia com a medicina, as análises de solo e folha têm a mesma importância para as plantas que o exame de sangue tem para o homem. Assim, com o acompanhamento da fertilidade do solo e estado nutricional da planta podemos assegurar um fornecimento equilibrado de nutrientes, oferecendo condições para que elas possam crescer e produzir bem.

Ademais, a nutrição mineral equilibrada está relacionada ao menor progresso de doenças, pois favorece o acúmulo de compostos inibidores ao redor dos sítios de infecção e/ou barreiras mecânicas que impedem a penetração e a infecção por patógenos.

Um bom exemplo é a cercosporiose, doença que está muito ligada ao desequilíbrio nutricional da planta, e que constitui um problema ao cafeeiro desde as mudas no viveiro até as plantas em plena produção.

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira a sua para leitura integral!

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