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Os benefícios dos organominerais para os solos brasileiros

 

Diego Henriques Santos

Engenheiro Agrônomo da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo ” CODASP/Regional Noroeste

dihens@bol.com.br

 

 Crédito Ademir Torchetti
Crédito Ademir Torchetti

Os fertilizantes organominerais são adubos orgânicos enriquecidos com nutrientes minerais. Esse processo garante expressiva redução da perda do mineral, seja por volatilização de nitrogênio, fixação de fósforo ou lixiviação de potássio e nitratos. Trata-se de um produto ecologicamente correto, economicamente rentável e socialmente responsável.

A matéria orgânica presente nos fertilizantes organominerais é importante para melhorar a fertilidade do solo e suas propriedades físicas, pois eleva a capacidade de retenção de água, promove a redução da densidade aparente do solo e o aumento da porosidade total do solo, forma agregados capazes de reduzir a erosão e aumentar a capacidade de absorção do solo, e aumenta a capacidade de troca catiônica pela ação de micelas húmicas coloidais.

Culturas beneficiadas

Todas as culturas são beneficiadas pelo uso de fertilizantes organominerais - Crédito Ana Maria Diniz
Todas as culturas são beneficiadas pelo uso de fertilizantes organominerais – Crédito Ana Maria Diniz

Todas as culturas são beneficiadas pelo uso de fertilizantes organominerais, no entanto, estes são mais difundidos no cultivo de hortaliças, sendo uma alternativa para substituição dos insumos agrícolas altamente salinos e acidificantes que prejudicam, em longo prazo, as características físicas e biológicas do solo, provocando a perda da capacidade produtiva das plantas.

Além dos benefícios para o solo, a matéria orgânica, quando se juntaaos nutrientes minerais, facilita a absorção destes últimos e auxilia no transporte defotoassimilados elaborados pela própria planta.

Relação com a ureia

A matéria orgânica presente nos organominerais melhora a fertilidade do solo - Crédito Luize Hess
A matéria orgânica presente nos organominerais melhora a fertilidade do solo – Crédito Luize Hess

O nitrogênio figura entre os nutrientes mais limitantes à elevação dos índices de produtividade, uma vez que é o mais requerido e extraído pelas plantas. A ureia é um dos fertilizantes nitrogenados mais utilizados, principalmente devido a sua concentração e ao seu baixo custo frente aos demais nitrogenados.

No entanto, também é a ureia que apresentamaiores possibilidade de perdas por volatilização, processo que diminui a eficiência dofornecimento de nitrogênio para as plantas. Estudos apontam alta eficiência dos fertilizantesorganominerais em relação à ureia, visto que o organomineral tem apresentado redução navolatilização de até 40%.

A redução nas perdas de nitrogênio por volatilização converte-se emmaior quantidade deste nutriente disponível no solo para as plantas e, consequentemente,maior quantidade de nutriente disponível para absorção radicular, o que se traduz em aumentode produtividade.

Nitrogênio bem aproveitado

 Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

O fenômeno da volatilização muitas vezes pode ser pequeno, de 01 a 15%, ou pode atingirvalores extremamente altos, superiores a 50% do nitrogênio aplicado. Baixos teores dematéria orgânica, reduzida capacidade de troca de cátions e baixa umidade no solo, assimcomo elevadas doses de nitrogênio, alta temperatura e valores elevados de pH, favorecem avolatilização.

Outro fator importante é o tempo que o fertilizante fica no solo com capacidadede liberação do nutriente. Pesquisas demonstram volatilização de amônia de fertilizantes organominerais aplicados em cobertura com até 30 dias após a aplicação, indicando que afração orgânica consegue reter o nitrogênio por mais tempo, o qual será liberadogradativamente no solo.

Manejo

A adubação deve ser baseada na análise de solo e seguir orientação técnica de um profissionalcom experiência na cultura. Um fertilizante organomineral, por ser uma mistura entreorgânicos e minerais, apresenta formas variadas de nutrientes, possibilitando produtos comconcentração intermediária dos nutrientes, além de apresentarem formas físicas quefavorecem a aplicação, ou seja, a aplicação pode ser realizada da mesma forma que a de umadubo químico convencional e com os mesmos equipamentos e procedimentos.

A diferençaestá na dosagem e na liberação dos nutrientes. Quanto às dosagens, os fertilizantesconvencionais como a ureia, nitrato de amônio, os superfosfatos simples e triplo, o cloreto depotássio, além das fontes de micronutrientes, possuem em sua composição os nutrientesapenas em sua forma mineral, apresentando a vantagem de serem de alta concentração, o quepermite a sua utilização em doses menores, favorecendo um maior controle na armazenageme também na operacionalidade das aplicações.

Já em relação à liberação dos nutrientes, àmedida que a microbiota do solo é ativada pela matéria orgânica presente no fertilizanteorganomineral, os minerais são liberados gradativamente para as plantas, o que resulta emmenor lixiviação de nutrientes minerais, menor fixação de fósforo e consequentemente maioreficiência agronômica.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de outubro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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