Palestra na Brazil Conference & Expo discute tendências de consumo

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Divulgação

Todos os dias, uma pessoa toma em média 221 decisões sobre o que comer ou beber, de acordo com um estudo da Universidade Cornell, dos EUA. O que, contudo, leva os consumidores a decidir por um produto ou outro, e o que os produtores precisam entender para atraí-los?

É isso que se dispõe a explorar Elena Ozeritskaya, fundadora e diretora da Fresh Insight, em sua palestra na The Brazil Conference & Expo, único evento do país especializado na cadeia de fornecimento de flores, frutas, legumes e verduras (FFLV), sob realização da International Fresh Produce Association (IFPA) e promoção da Francal Feiras.

Especialista nas tendências de consumo do setor, ela fundou a consultoria europeia em 2012 para ajudar companhias e produtores a entenderem o que buscam os consumidores. E, em sua apresentação no evento, que acontece no dia 30 de agosto no Expo Center Norte (SP), mostrará o que há de mais atual neste mercado.

“É importante entender que não são apenas um ou dois movimentos que estão conduzindo as mudanças no segmento — são diversos, e eles estão interligados”, afirma Ozeritskaya. “Quero falar sobre como diversos acontecimentos e tendências, além de diferentes gerações, impactam a cadeia produtiva em todo o mundo.”

Alguns desses movimentos, ela diz, são eventos globais, cujos desdobramentos se fazem sentir nos quatro cantos do globo: a pandemia de Covid-19, a Guerra na Ucrânia e a recente onda inflacionária. E, em razão deles, outras tendências se desenvolvem ou se fortalecem.

“É o caso, por exemplo, do que eu chamo de Movimento Woke [desperto, em inglês], uma onda de conscientização sobre injustiças sociais que vem ganhando força entre os consumidores, especialmente entre os mais jovens. Isso tem seus efeitos no setor alimentício, como um olhar mais atento ao tratamento de animais e a redução no consumo de carne”, afirma a consultora.

Esse despertar vem acompanhado também de uma atenção maior à qualidade de vida, com um aumento generalizado na preocupação com a saúde e o bem-estar. Um levantamento da consultoria McKinsey indica que 74% dos entrevistados no Brasil prioriza mais essas questões hoje do que há dois anos.

E, de acordo com os dados, os gastos nacionais per capita com bem-estar são duas vezes maiores do que nos outros países que fizeram parte da pesquisa (Alemanha, China, Estados Unidos, Japão e Reino Unido).

“Estamos todos percebendo que precisamos ter um estilo de vida mais saudável. Mas a questão para a indústria é: já não basta ter um produto que seja saudável. É preciso ser criativo na hora de oferecê-lo — e aqui, novamente, isso inclui principalmente os mais jovens”, diz Elena Ozeritskaya.

O cerne da questão, de acordo com ela, está na experiência do consumidor. Isso inclui contar uma boa história sobre seus produtos — o conceito conhecido no marketing como storytelling –, a personalização da compra, com serviços por assinatura e itens customizados, e canais de venda afiados.

“Uma coisa que é extremamente relevante é que a vida hoje acontece online. E é no ambiente digital que a indústria alimentícia precisa concentrar esforços. E aqui não estou falando apenas do comércio eletrônico, que é, claro, um elemento importante. Estou falando também da propaganda digital, da comunicação nos canais em que os consumidores estão: as redes sociais”, diz.

A consultora destaca o crescimento do TikTok, canal que deve atrair mais de 1,5 bilhão de usuários até o fim de 2022 e que ainda não atraiu a atenção do setor. “Eles estão crescendo rapidamente, e o conteúdo que as marcas devem produzir nessa plataforma é bastante diferente daquele gerado para o Facebook ou o Instagram. Isso é um desafio, mas também uma grande oportunidade.”

‘Empurrãozinho’

Na palestra, intitulada “Olá, Novo Mundo”, a fundadora da Fresh Insight tratará ainda de uma tendência ligada diretamente à maneira de influenciar as escolhas dos consumidores com relação aos alimentos e bebidas.

É o nudging, um conceito da economia comportamental que, em sua tradução para o português significa “dar um empurrãozinho” para incentivar as decisões de compra. E, embora possa parecer algo negativo, ele pode ser utilizado para estimular o consumo de alimentos mais saudáveis pela população.

“É uma maneira de provocar mudanças positivas de maneira sutil, mostrando no carrinho, por exemplo, quanto de frutas e verduras deveria compor a compra, ou disponibilizando itens mais saudáveis nas prateleiras perto dos caixas, fazendo que comprem produtos frescos em vez de biscoitos ou doces”, afirma.

A The Brazil Conference & Expo será marcada neste ano por ser o primeiro encontro após o anúncio da aliança entre a PMA (Produce Marketing Association) e a United Fresh, entidades globais que representavam a indústria de FFLV. A união resultou na constituição, em janeiro deste ano, da International Fresh Produce Association (IFPA), realizadora do evento.

A expectativa dos organizadores é reunir 1.200 profissionais, um público quase seis vezes maior que o da edição de 2015. O público-alvo é formado por produtores, exportadores, importadores, atacadistas, varejistas, empresários do canal do food service, representantes de entidades de classe, autoridades do governo, influenciadores, imprensa especializada e fornecedores de soluções e serviços — para cultivo, processamento, embalagem, movimentação, comercialização e outras necessidades.

Confira a programação de palestras e workshops neste link.

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