No Brasil, o Nordeste se destaca pela produção de manga. A região responde por 77,3% da colheita nacional, o equivalente a 49.235 hectares, de acordo com dados de 2019 da Embrapa Mandioca e Fruticultura.
Segundo a instituição, a área total colhida no Brasil neste mesmo ano foi de 67.328 hectares, com produção de 1.414.338 toneladas. A Bahia tem a liderança em área colhida, com 24.096 hectares. Mas, o primeiro lugar no cultivo fica com Pernambuco, que mesmo com área menor de plantio, 14.174/ha, colheu 518.231 toneladas. Isso só foi possível graças às tecnologias e ferramentas utilizadas pelos agricultores locais.
No Brasil temos 67 mil hectares produzidos junto com 1,4 milhão de toneladas por ano, o que dá uma produtividade média de 20 toneladas por hectare. Desse total, exportamos apenas 250 mil toneladas, o restante fica para o mercado interno.
Melhores hábitos
Nos últimos anos, boa parte da população mundial vem reeducando seus hábitos alimentares, adotando frutas e legumes de maneira regular na alimentação, o que vai na contramão do mundo globalizado, em que os alimentos tendem a ser de rápido preparo e ultra processados, justamente para atender a dinâmica que se estabeleceu, principalmente em países de primeiro mundo.
A manga vem se mostrando uma fruta com boa aceitação, principalmente pelas suas características, como bom teor de vitaminas, sais minerais e sabor. Apesar de não ser a fruta mais consumida no brasil, ainda assim, diante de tantas outras opções, ela acaba tendo boa colocação, sendo a 5ª fruta mais consumida, ficando atrás apenas da banana, maçã, laranja e mamão.
O principal produtor do fruto no Brasil é o Vale do São Francisco, que compreende Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Goiás e o Distrito Federal, e é o principal exportador, tanto para o mercado interno quanto externo. Apesar de incrementos significativos no volume de exportações, o Brasil ainda é o oitavo no ranking, sendo o primeiro colocado o México.
Investimento
Tomando como base a fase de implantação da cultura e tudo que norteia as operações realizadas durante o primeiro ano de estabelecimento do cultivo da mangueira, os gastos podem ser divididos em insumos e serviços. Os insumos, de forma resumida, consistem em adubos, corretivos, mudas, produtos de controle, entre outros, correspondendo a mais da metade da porcentagem dos custos.
Dentre todos os insumos, o mais caro acaba sendo as mudas. Já os serviços consistem basicamente em operações de preparo do solo, plantio e manutenção da área. O custo total de operação gira em torno de R$ 2.980,54, variando de acordo com alguns fatores.
O custo operacional total pode sofrer alterações, como por exemplo a época do ano e a região de plantio.
Rentabilidade
A rentabilidade, de forma bem sucinta, pode ser entendida como o valor que determinado investimento rendeu durante um período, e é uma das características mais relevantes, principalmente no setor agrícola.
No cultivo da mangueira, o planejamento é de suma importância, demandando análises criteriosas para sua implantação e manejo, principalmente levando em consideração a conjuntura atual do País.
Pesquisas
Em estudos realizados na região do submédio São Francisco, buscou-se analisar a rentabilidade do sistema de produção de mangas, tomando como base uma área experimental igual a um hectare, com a produtividade média em torno de 25 t/ha, levando em consideração do sexto (ano que inicia a plena produção) ao vigésimo ano de cultivo.
Nesse recorte, considerando o preço médio de comercialização no submédio São Francisco de R$ 0,70/kg, o valor bruto médio da produção é R$ 17.000,00.
Retorno
[rml_read_more]
Para saber em quanto tempo o cultivo de manga dará retorno, é realizado um cálculo considerando a razão do investimento inicial pelo lucro operacional da propriedade. Assim, é possível saber que em uma propriedade com produção de 25 ton/ha e faturamento de R$ 12.500,00/ha a taxa de retorno fica por volta de 3,6 anos, sendo esse relacionado ao custo de implantação.
Levando em consideração os próximos anos, a tendência é de queda, já que os gastos operacionais ficam em torno de 50% do custo operacional inicial. Tais valores sofrem alterações, dependendo do grau de tecnologia implantado, da região e de uma série de outros fatores, que acabam gerando grande discrepância.
Demanda
Ao longo dos anos, muitos países vêm se interessando pelo fruto de origem asiática, principalmente países do hemisfério norte, que são os principais importadores, não só atualmente, mas ao longo dos anos, com incrementos significativos nas quantidades demandadas.
De acordo com Xavier et al., (2021) países como Holanda, França, Estados Unidos, dentre outros, são o principal destino da manga produzida no Brasil, o que pode ser explicado principalmente pela atratividade do câmbio.
A Índia seria um ótimo destino de exportações devido ao alto consumo, sendo o maior do mundo, no entanto, a balança comercial do país é positiva, tendo em vista que é consumido quase tudo que é produzido, restando apenas um pequeno percentual de exportação.
Exportação
Levando em consideração o território nacional, o maior produtor de mangas fica localizado na região nordeste, o Vale do São Francisco, que mesmo estando situado em uma área semiárida possui ótimos índices produtivos e qualidade de frutos.
Isso é possível principalmente devido à irrigação e disponibilidade de sol, o que acaba tornando o polo muito importante para a economia nacional, tendo produção estável durante o ano e não sofrendo sazonalidades.
No último ano, 87% das exportações vieram do semiárido, com um crescimento de 15% em relação ao ano anterior, e com tendência de aumento para os próximos anos, principalmente para fora do Brasil, o que ainda demanda melhor qualidade de frutos, tecnificação da produção, entre outros fatores.
O maior produtor mundial de manga é a Índia, respondendo por cerca de 50% da produção, o equivalente a 18,78 milhões de toneladas, valor quase inalcançável pelos demais países produtores. Não muito distante territorialmente, o segundo e o terceiro maiores produtores também estão localizados na Ásia, China e Tailândia, respectivamente.