Como potência agrícola global, o Brasil impressiona pelos números relacionados à produção cafeeira e consumo deste grão que faz parte da nossa história desde o século VIII, quando as primeiras mudas de café foram plantadas no país. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a produção de café cresceu 8,2% em 2023, chegando a 55,1 milhões de sacas.
Com aproximadamente 300 mil estabelecimentos produtores de café, 80% da produção nacional provém da agricultura familiar, segundo o Ministério da Agricultura. Com Minas Gerais sendo o estado com maior produção, a Bigtrade, fintech mineira, surge como uma aliada para ampliar o acesso ao crédito a esses produtores rurais.
“Existe uma demanda reprimida de crédito em todo o setor do agronegócio, em especial na cultura do café. O objetivo da Bigtrade é contribuir para a democratização dos investimentos no setor por meio de seu fundo, o CAFE11, lançado na Bolsa de Valores do Brasil (B3) no final do ano passado” – comenta Luiz Octávio Braga, CEO da Bigtrade.
O CAFE11, em quatro meses, já concedeu crédito para 25 produtores, de pequeno e médio porte, totalizando mais de 20 milhões de reais, voltados principalmente para custeio e capital de giro, com o objetivo de apoiar o processo de colheita e a compra de insumos dos produtores.
O papel do Barter como apoio financeiro para a cadeia produtiva do café
Este mês aconteceu a 8ª Reunião do Comitê Técnico do Conselho Deliberativo da Política do Café (CT/CDPC), que definiu R$ 6,88 bilhões para o Funcafé em recursos subsidiados. Com faturamento anual de 60 bilhões e com uma demanda de crédito de 30 bilhões, o valor não cobre a demanda do mercado, que se volta para as operações de Barter na tentativa de receber os insumos para financiamento dos produtores. Cerca de 67% dos cafeicultores optam por esse tipo de financiamento, uma vez que 80% são micro, pequenos e médios produtores, fazendo com que o ticket médio das operações do mercado bancário de juros livres sejam uma barreira para o acesso.
“A Bigtrade trabalha em parceria com revendas, assumindo o risco do crédito, pagando os fornecedores à vista e recebendo em café ou em dinheiro a prazo. Com isso, as revendas, além de não precisarem financiar a cadeia, podem expandir as operações comerciais. Além disso, o mercado financeiro pode investir diretamente no nosso Fiagro, fomentando a cafeicultura nacional de forma pulverizada e com baixo risco.” – explica Luiz Octávio Braga, CEO da Bigtrade.
Tecnologia aplicada ao crédito
Na bigtrade, para obter o crédito, são analisados previamente os riscos legais e ambientais, a capacidade de pagamento e a produtividade dos produtores. Como o acesso ao crédito promovido pelo governo é restrito e burocrático, a Bigtrade enxergou nesse desafio, a oportunidade para criar o Agrodesk, uma plataforma online, completamente digital e descomplicada, oferecendo garantias mais adaptáveis para o produtor rural. A tecnologia atua na análise dos produtores e suas propriedades e disponibiliza o crédito de maneira personalizada.
Bigtrade
Com o propósito de democratizar o acesso ao crédito na cafeicultura, a Bigtrade surgiu em 2022, unindo investidores do mercado de capitais a produtores rurais. A holding conta com seis co-fundadores diretores executivos e dois investidores e sócios do Grupo Montesanto Tavares, importante player na cafeicultura mundial.
Após 20 meses de investimento em processos, com ênfase em tecnologia voltada para entender o produtor e sua propriedade, a Bigtrade estruturou um Fiagro FIDC, listando na B3 em parceria com a Suno Asset. Com o CAFE11, a empresa fornece crédito de custeio e capital de giro com prazos de 3 a 18 meses, diversificando as formas de pagamento entre café ou dinheiro.