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Plantio mecanizado garante maiores índices de precisão

Carlos Eduardo Silva Volpato

Doutor em Máquinas e Mecanização Agrícola e Florestal e professor do Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Lavras(UFLA)

volpato@deg.ufla.br

Larissa Natasha de Souza

Estudante de Engenharia Florestal e presidente do Núcleo de Estudos em Silvicultura – UFLA

 

CréditosReflorest MS
CréditosReflorest MS

O plantio de eucalipto pode ser feito de três formas: manual, semimecanizado ou mecanizado. A escolha do método depende de uma série de fatores relacionados principalmente pela disponibilidade de mão de obra, declividade do terreno e tipo de preparo de solo.

Por onde começar

Primeiramente, é importante detalhar alguns conceitos importantes. Mecanizar significa aumentar a produtividade da operação florestal com o menor custo operacional possível. Assim sendo, o transplantio mecanizado de mudas de eucalipto é uma operação florestal que dever ser planejada, executada e desenvolvida por meio da utilização de máquinas, implementos e outras ferramentas mecânicas de uso florestal, objetivando a obtenção da máxima produtividade (ha/h), do menor custo operacional (R$/ha) e de forma racional, procurando sempre mitigar os efeitos ou impactos sobre o solo.

 O processo de transplantio mecanizado de mudas de eucalipto é a última etapa de um sistema de cultivo denominado “Cultivo Mínimo Florestal“. Este processo se inicia com a aplicação de herbicida em área total (implantação e/ou reforma florestal), depois a utilização do subsolador/adubador florestal e, por fim, o transplantio de mudas de eucalipto, que pode ser realizado de forma manual, semimecanizada ou mecanizada.

Um a um

O transplantio manual é feito em áreas preparadas de forma convencional (arado, grade e sulcador) ou em covas. Normalmente está associado a pequenas áreas (>40 ha) ou áreas com topografia bastante acidentada (>23°). É realizado manualmente, propriamente dito, ou com auxílio de uma ferramenta denominada de chucho.

A utilização do transplantio semimecanizado ganhou impulso na década passada com a introdução do gel concomitantemente ao transplantio. Analisando sob o ponto de vista da mecanização, pode-se concluir que foi um retrocesso.

Neste caso, utiliza-se a transplantadora semimecanizada com dois manetes. Um para liberação do gel (direito) e outro para liberação da muda (esquerdo). Este sistema, em áreas acidentadas, necessita que o operador utilize uma mochila para condicionamento do gel e, em áreas planas, de um caminhão ou carreta pipa de gel com bombeamento do mesmo para os operadores, que em geral são entre cinco e sete.

Com as máquinas, a operação e o estande ficam mais uniformes - CréditosReflorest MS
Com as máquinas, a operação e o estande ficam mais uniformes – CréditosReflorest MS

As máquinas

As transplantadoras são máquinas projetadas para transplantar mudas produzidas em viveiros, como o eucalipto. As transplantadoras mecanizadas são de acionamento mecânico e acopladas ao trator, e exigem um operador florestal para abastecer manualmente o mecanismo com as mudas.

Essa operação ganhou grande impulso e importância na última década do século passado, sendo amplamente utilizada pelas empresas de base florestal.Após o transplantio era utilizado um caminhão pipa para irrigação quando se fazia necessário. Porém, com a introdução do gel no início deste século, como dito antes, esse sistema passou a ser pouco utilizado.

Entretanto, atualmente a indústria de máquinas florestais começa a colocar no mercado transplantadoras mecanizadas de mudas que aplicam o gel concomitantemente ao transplantio. Ainda não se tem uma informação precisa do número de empresas de base florestal que retornaram ao sistema mecanizado e também não se tem um levantamento conciso do número de empresas fabricantes.

O que se sabe e se tem certeza é que o problema foi resolvido. Essa solução de engenharia pode ser creditada, sem sombra de dúvidas, à crescente demanda por produtos de origem florestal que fomentou o desenvolvimento, a implementação e a modernização de máquinas e equipamentos para as operações florestais mecanizadas, visando aumento de produtividade e redução dos custos.

Desta forma, pode-se concluir que as principais vantagens do processo de transplantio mecanizado são a maior eficiência operacional, o menor tempo para execução da atividade/ha, o menor custo operacional, maior precisão de transplantio e a maior segurança e conforto operacional para os trabalhadores florestais, tornando a operação de transplantio um trabalho florestal mais humanizado.

Precisão na operação

A precisão no transplantio das mudas de eucalipto é importante sob o ponto de vista técnico (silvicultural) e econômico. Tecnicamente, ou silviculturalmente, porque cada indivíduo tem que ter um espaçamento (m2) definido em função de seu uso final (lenha, carvão, celulose, serraria, etc.).

Assim, se o espaçamento for alterado em função da falta de precisão no transplantio, a madeira poderá ter suas características de qualidade alteradas para a finalidade de uso planejada.

A falta de precisão no transplantio também influencia na produtividade (m3), pois o espaçamento afeta o crescimento em altura e diâmetro das árvores. Por exemplo, para produção de celulose o espaçamento recomendado é de03 x 02 m, o que confere uma área por individuo de 6 m2. Esse espaçamento confere boa produtividade de madeira por hectare, além de garantir boas características de qualidade à madeira para produção de celulose.

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro/fevereiro 2017  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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