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Poda de frutíferas: potencial da técnica

Os materiais vegetais, como galhos, folhas e pequenos ramos, são ricos em carbono, o que os tornam uma excelente matéria-prima para a compostagem.

Crédito: Linmat

Thiago Alberto Ortiz
thiago.ortiz@prof.unipar.br 
Franciely S. Ponce
francielyponce@gmail.com 
Silvia Graciele Hulse de Souza
silviahulse@prof.unipar.br 

Engenheiros agrônomos, doutores em Agronomia e professores – UNIPAR (campus Umuarama-PR)

Em pomares, a poda é utilizada como forma de direcionar as plantas corretamente no espaço disponível, limpando os ramos excedentes, eliminando os galhos mortos e promovendo uma melhor germinação nos ciclos subsequentes.

Desta forma, as principais vantagens da poda são o aumento da incidência de luz solar e a melhora da ventilação dentro da copa, além de reduzir a propagação de doenças e pragas; visando, principalmente, ampliar o rendimento e melhorar a qualidade dos frutos.

Vantagens da técnica

A poda de frutíferas é muito importante para a produtividade na produção agrícola. Uma poda inadequada afeta diretamente a qualidade das plantas e pode até levar à escassez dos frutos.

Por isso, essa prática deve ser realizada com atenção e cuidado, de modo a evitar que as espécies apresentem redução da sua capacidade produtiva, tendo em vista ter relação direta com a sanidade da cultura e a qualidade dos frutos.

Quando realizada de forma correta, a poda otimiza o começo da formação dos frutos e amplia o acúmulo de nutrientes. Aparência, tamanho, peso, sabor e cor podem ser influenciados diretamente pela poda.

Além disso, o manejo de poda contribui para o planejamento do produtor rural quanto às atividades a serem realizadas durante o desenvolvimento do processo produtivo das frutíferas.

Quando podar as frutíferas

O melhor momento para a poda de frutíferas acontece em um curto período de tempo e pode variar de acordo com a região do país. No Nordeste, por exemplo, as podas são feitas durante todo o ano. Já no sul e sudeste, esses procedimentos ocorrem nos meses mais frios, ou seja, no inverno.

Além das regiões, a poda de frutíferas também vai depender da espécie em produção. A poda de limpeza pode ser feita em todas as espécies uma vez ao ano. Porém, muitas vezes, esses resíduos são descartados de maneira inadequada, contribuindo para a poluição ambiental e o desperdício de recursos naturais.

Potencial a ser explorado

Muitas pessoas ainda não sabem, mas os restos de poda possuem um potencial que pode ser explorado, podendo ser reciclados e/ou reutilizados.

Com o uso de picadores de galhos é possível dar o descarte correto e adequado para os resíduos, transformando esse passivo ambiental em um material lucrativo e sustentável, ambientalmente correto.

Na agricultura, os galhos picados podem ser utilizados para a cobertura de solo, dado o potencial do seu uso na produção de composto orgânico, um adubo natural rico em minerais; uma solução econômica e sustentável para os resíduos das podas.

A utilização de compostagem como método ambientalmente correto dos resíduos de poda, por meio da picagem ou trituração, e da biomassa verde, favorece a produção de composto orgânico, facilitando a absorção pelo solo.

Crédito: Tritucap

Compostagem e cobertura morta

Uma das opções é a trituração dos resíduos verdes para futura reutilização, reduzindo o volume dos resíduos e permitindo que estes sejam inseridos novamente no solo como composto orgânico ou proteção em forma de cobertura do solo.

Os restos de poda podem ir para a compostagem e serão transformados em adubo orgânico. Os materiais vegetais, como galhos, folhas e pequenos ramos, são ricos em carbono, o que os tornam uma excelente matéria-prima para a compostagem.

É importante picar ou triturar os resíduos de poda em pedaços menores, a fim de obter uma matéria orgânica rica em nutrientes, a qual pode ser incorporada diretamente no solo ou utilizada como cobertura morta.

A trituração acelera o processo de decomposição, já que aumenta a superfície de contato com os microrganismos responsáveis pela decomposição.

Como funciona

A compostagem dos restos de poda é uma prática simples, econômica e ecologicamente responsável, que transforma resíduos em recursos valiosos, nutrindo o solo e promovendo a saúde das plantas.

Por sua vez, a cobertura morta consiste em aplicar uma camada de material sobre o solo, protegendo-o dos efeitos do clima, minimizando a perda de umidade e controlando o crescimento de plantas daninhas.

Além disso, a cobertura morta com restos de poda também contribui para a melhoria da estrutura do solo, ao promover a decomposição gradual e liberar nutrientes que serão absorvidos pelas plantas.

Solução viável

O setor de fruticultura/agricultura precisa constantemente de soluções viáveis para o tratamento de resíduos gerados nas plantações, tendo em vista que o material bruto tem pouca utilização, é de difícil manuseio e transporte, atrapalha e ocupa grande parte de áreas produtivas, além da sua decomposição levar muito tempo.

Sendo assim, o mercado disponibiliza opções de picadores com equipamentos bem desenvolvidos e de fácil manuseio. Há modelos com sistema a tambor multi-facas que permitem a picagem homogênea de vários tipos de resíduos vegetais, podendo ser acionado por motor próprio.

Outra vantagem é a possibilidade de mover o equipamento em toda a propriedade, evitando grande mobilização de pessoas, além da logística com a movimentação dos rejeitos e da uniformidade do material processado.

A grande vantagem da picagem dos restos de poda de frutíferas é o reaproveitamento dos resíduos, que são, então, utilizados na compostagem, na cobertura de solo e na adubação orgânica, visando sempre o enriquecimento do solo e a preservação do meio ambiente.

Entenda

A picagem ou trituração das podas de frutíferas favorece a produção de composto orgânico e facilita a absorção pelo solo.

Os resíduos triturados podem ser reaproveitados em compostagem, cobertura e fertilização do solo, gerando assim economia no aproveitamento consciente dos recursos naturais.

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