Roberta Camargos de Oliveira
Engenheira agrônoma, mestre e doutoranda em Fitotecnia do Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade Federal de Uberlândia
José Magno Queiroz Luz
Engenheiro agrônomo, doutor em Fitotecnia/Olericultura e professor titular do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Uberlândia
Carlos Henrique Eiterer de Souza
Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia e professor Adjunto do Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM
As hortaliças são extratoras de elevada quantidade de nutriente, bem como amplamente suscetíveis ao ataque de pragas e doenças. Tais fatores contribuem para intensificar a complexidade do cultivo e aumentar o custo de produção. Com isso, o ambiente fica exposto à utilização expressiva de fertilizantes, o que leva a perdas por lixiviação, fixação e volatilização.
Já as altas infestações das lavouras possibilitam a intoxicação de aplicadores e a contaminação do meio ambiente devido à deriva dos produtos e resíduos de defensivos. Alface, tomate, batata, entre outras olerícolas estão presentes diariamente na alimentação das pessoas e, a cada dia, cresce a demanda por alimentos mais saudáveis.
Alternativas
A preocupação com a saúde e as questões ambientais exige o desenvolvimento de alternativas viáveis para associar ao sistema produtivo e garantir a minimização dos impactos ambientais e a maximização da qualidade dos alimentos fornecidos à população.
Os nutrientes são fundamentais para o crescimento das plantas e estão relacionados, além da fisiologia, à morfologia e à anatomia vegetal. Dessa forma, plantas bem nutridas são capazes de resistir melhor ao ataque de pragas e doenças, uma vez que formam eficientes barreiras físicas nas folhas, evitando a penetração das estruturas dos patógenos e induzindo melhores condições de sintetizar compostos fenólicos, que repelem ou agem nos patógenos e insetos.
Diante disso, tecnologias capazes de fornecer os nutrientes de forma equilibrada durante todas as etapas de desenvolvimento são imprescindÃveis para a obtenção de êxito em um cultivo, pois permitem às plantas superarem mais eficientemente momentos de estresses bióticos e abióticos.
Da natureza para a natureza
A adubação orgânica no solo já é utilizada há séculos em hortaliças, e mais recentemente tem-se utilizado produtos organominerais com aplicação no solo e via foliar, principalmente como fonte de N, P, K e micronutrientes aliados a componentes orgânicos.
Os fertilizantes organominerais promovem melhoria na estruturação do solo, por meio das inter-relações que ocorrem no solo, melhoria na capacidade de retenção de água; redução da densidade aparente do solo e aumento da porosidade do solo.
Todos estes aspectos favorecem o estabelecimento e efetivação da vida microbiana no solo, essenciais para os processos biogeoquímicos, uma vez que agem na matéria orgânica e levam à decomposição e mineralização, tornando os nutrientes disponíveis às plantas.
A associação entre os dois tipos de adubos torna-se altamente funcional, pois a parte orgânica permite a retenção dos nutrientes minerais que seriam prontamente disponíveis se aplicados isoladamente. O potencial incremento em produtividade está relacionado à absorção gradativa de nutrientes ao longo do ciclo de cultivo. A solubilização lenta favorece a eficiência agronômica por fornecer os nutrientes de forma mais equilibrada.
Os constituintes da fração orgânica, como os ácidos húmicos, envolvem o elemento fósforo (P) e impedem que ocorram reações que o indisponibilizam para absorção pelas plantas. Além disso, agem como agentes promotores do crescimento vegetal, devido à melhoria do ambiente radicular.
Fontes orgânicas e minerais
Existem no mercado diversas fontes orgânicas e combinações entre fontes orgânicas e minerais. Cada componente presente nos produtos interfere de uma forma diferente no desenvolvimento das plantas, o que influencia na resposta em produtividade e qualidade.
Portanto, os produtores precisam buscar informações entre a relação do produto com a cultura que está sendo trabalhada, visando o melhor custo/benefÃcio e evitando doses excessivas ou fontes menos eficientes.
Mais recentemente surgiram produtos em forma granulada (“Pellet“) com formulações iguais ou semelhantes às formulações NPK dos fertilizantes minerais tradicionais, em diferentes formulações 05-24-08; 06-30-00; 15-04-15, e outros inclusive com a adição de micronutriente como o Zn, B, Cu e Mn, utilizados no plantio ou em cobertura.
Essa matéria você encontra na revista Campo & Negócios Hortifrúti, edição de junho. Adquira a sua.