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segunda-feira, abril 14, 2025
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Prevenção e combate à broca-do-café

Autores

Cássio Pereira Honda Filho
Mestre em Fisiologia Vegetal e doutorando em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
cassiop.hondafv@gmail.com
Mariana Thereza Rodrigues Viana
Doutora em Fitotecnia – UFLA
marianatrv@gmail.com
Otávio Vitor Souza Andrade
Graduando em Agronomia – UFLA
otaviovsandrade@gmail.com

A broca-do-café (Hypothenemus hampei), encontrada em todas as regiões produtoras de café do mundo, é considerada uma das mais importantes pragas da cultura, pois ataca os frutos em qualquer estágio de maturação, inclusive o grão já seco. Além de provocar a queda prematura dos grãos, o ataque da broca ocasiona perdas significativas no peso dos grãos brocados, que pode chegar a até 20% em altas infestações. Verifica-se também perda da qualidade do produto final.

A intensidade de infestação da broca é maior no período de ocorrência de frutos “chumbão” na planta, o que muda de região para região, dependendo da época de floração. Portanto, monitoramento deve ocorrer de forma preventiva no “período de trânsito” da praga, que ocorre de 80 a 90 dias após a floração.

Recomenda-se o monitoramento mensal da praga, porém, em períodos de alta infestação o monitoramento deve ocorrer quinzenalmente. Deve ser feito por meio da contagem de frutos ou utilizando armadilhas.

As armadilhas ajudam a detectar a presença de fêmeas adultas de broca na lavoura, sendo recomendada uma armadilha/hectare. Já o monitoramento por contagem de frutos é feito pela avaliação de 20 plantas/hectare, em “zigue-zague”.

Ao avaliar as plantas, deve-se coletar uma amostra de 100 frutos/planta e realizar a contagem dos grãos brocados e não brocados. O controle químico deve ser feito caso o percentual de frutos brocados seja de 3,0 a 5% para o método de contagem. Já para o método de amostragem por armadilha, o controle químico é recomendado caso verificada uma média superior a 100 insetos adultos/armadilha.

Com o monitoramento constante, o controle poderá ser feito talhão por talhão, visto que o ataque não ocorre de forma homogênea em toda a área, reduzindo assim os custos de controle. Mesmo após a aplicação do inseticida, o monitoramento deve continuar.

Opções

Atualmente, o mercado possui diversos produtos registrados para controle da broca-do-café. Aqueles dos grupos químicos antranilamidas e organofosforados são os mais utilizados e apresentam uma boa eficiência de controle. Para os sistemas de cultivo que não utilizam produtos agroquímicos, pode ser feito o controle biológico, por meio da pulverização com o fungo Beaveuria bassiana, que é um entomopatogênico da broca.

A vespa-da-costa-do-marfim (Cephalonomia sp.) e a vespa de uganda são importantes inimigos naturais da broca, contudo, ainda não existem estudos sobre a possibilidade de multiplicação em larga escala para uso no controle a campo.

A ocorrência de chuva no inverno, os cultivos adensados, a baixa incidência de luz e o pouco arejamento são condições que favorecem o desenvolvimento dessa praga. Dessa forma, a redução do ataque da broca pode ser obtida fazendo-se uma colheita bem feita, com a retirada de todos os frutos da planta e do chão, e a erradicação de lavouras abandonadas, reduzindo assim a possibilidade de sobrevivência dessa praga para a próxima safra, sendo que o manejo adequado da lavoura é o melhor método de controle da broca-do-café.

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