O morango é, talvez, uma das frutas mais populares, usado na confeitaria e conhecido como a fruta dos enamorados. Mas além de famoso, bonito e saboroso, o morango vem atraindo produtores pelo País. Minas Gerais e São Paulo lideram a produção, mas o Rio Grande do Sul vem se destacando pela qualidade do fruto, produzido de diferentes formas: orgânico, convencional, em estufa alta, no chão, hidropônico e semi-hidropônico.
O Vale do Caí, especialmente, o município de Bom Princípio, se destaca pela produção de morangos de mesa, comercializados in natura na Central de Abastecimento do Estado (Ceasa), em Porto Alegre. Já a produção para a indústria se concentra na região de Pelotas, no Sul. A produtividade anual chega a 40 toneladas por hectare, segundo a Emater-RS. A rentabilidade também costuma ser maior (224% para o morango para 72% na comparação com o milho).
A produção em estufas é uma boa alternativa para pequenos produtores, garantindo produção em todas épocas.
De Norte a Sul
No Brasil, duas regiões têm conquistado bons rendimentos. No Distrito Federal, Brazlândia registra um aumento de 230% no número de produtores de morango em 24 anos. Hoje são quase 200 produtores, que plantam várias espécies num espaço de 180 hectares.
O morango gera cerca de 2 mil empregos diretos, incluindo o período de safra, e movimenta R$ 35 milhões anuais. Neste ano, a produção deve chegar a seis mil toneladas. “A cadeia do morango é uma das mais importantes para a região de Brazlândia e para o DF como um todo, pelos números expressivos em emprego e renda. Nos orgulhamos de fazer parte dessa história”, disse a presidente da Emater-DF, Denise Fonseca.
Na região, alguns produtores estão cultivando a fruta em um sistema que utiliza a mesma água em que criam peixes, permitindo economia de até 90% de água. O sistema sustentável é conhecido como aquaponia.
Na outra ponta do mapa, Bom Princípio, no Rio Grande do Sul, é reconhecido pelo sabor da fruta. São cerca de 85 famílias, 300 produtores. Eles recebem incentivo do governo municipal para a aquisição de mudas. Nesta safra, por exemplo, foi repassado o equivalente a R$0,17 por muda nacional e R$ 0,21 por importada, somando um total de R$ 115 mil. Na região o cultivo é 70% em substrato em estrutura suspensa e o restante no chão, com proteção de lona plástica.
Diferentes formas de cultivo
A mais conhecida forma de cultivo é no chão, com proteção de lona ou mulching, mas existem novas tecnologias que vem melhorando as condições de trabalho e produtividade.
O cultivo em estufa alta permite criar um microclima que deixa a planta menos estressada e mais resistente às pragas como ácaros, fungos e insetos. Além da economia com plástico e arcos, a técnica permite aproveitar melhor o espaço da área de plantio. Outra vantagem é poder trabalhar em dias de chuva, com maior conforto e evitando perdas por problemas climáticos como geada ou excesso de sol.
A semi-hidroponia tem conquistado muitos produtores. Com uso de estufa alta, bancadas, substrato, fertirrigação e baixa aplicação de defensivos, garante produtividade fora de épocas tradicionais, além de mais segurança alimentar ao consumidor.
No cultivo hidropônico é possível reduzir, significativamente, a incidência de pragas e doenças da parte aérea. Nesta forma o cultivo de plantas é feito sem solo, onde as raízes recebem uma solução nutritiva balanceada que contém água e todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta.
Fonte: Agrolink