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Respostas da alface às algas + bioestimulantes

Vandimilli Araujo Lima

Graduanda em agronomia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Rafaella de Paula Avelar

Mestranda em Fisiologia Vegetal – UFLA

Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock

A alface (Lactuca sativa) é uma das hortaliças mais conhecidas e cultivadas no mundo, entretanto, se mostra muito suscetível às pragas e doenças. Por isso, na sua produção são utilizados defensivos químicos para conseguir comercializar plantas saudáveis. Entretanto, o uso indiscriminado destes produtos pode resultar em contaminação do solo e da água e em danos à saúde dos consumidores devido a resíduos que possam estar presentes nos alimentos.

Ao longo dos últimos anos, um nicho de mercado que objetiva ser uma opção para os que se encontram descontentes com a agricultura tradicional tem crescido constantemente no Brasil. O mercado de orgânicos tem recebido boa aceitação, e no Brasil a taxa de crescimento segue aproximadamente o dobro da taxa mundial.

Para os que se aventuram neste nicho, o desafio é constante. Realizar agricultura sem o uso de produtos químicos requer conhecimento, áreas saudáveis, respeito às práticas agrícolas e jogo de cintura para combater pragas e ervas daninhas. Um dos pilares de uma agricultura orgânica efetiva é a busca por manter as plantas saudáveis para que elas sejam menos suscetíveis a agentes externos.

Os bioestimulantes

Neste cenário, os bioestimulantesse apresentam como uma alternativa, poissão substâncias de origem vegetal e animalque agem na parte aérea da planta, melhorando o metabolismo dela, aumentando seu vigor e estas, por sua vez, possivelmente se tornam mais resistentes a doenças e pragas, além de melhorar a fertilidade dos grãos de pólen, beneficiando a florada.

Os bioestimulantes também agem no solo desenvolvendo o sistema radicular (raízes), melhorando a captação de água e nutrientes, estimulando o crescimento e a atividade de microrganismos benéficos do solo e, por fim, aumentando a tolerância das plantas ao estresse hídrico e à geada.

Os bioestimulantes também agem no solo desenvolvendo o sistema radicular da alface - Créditos Shutterstock
Os bioestimulantes também agem no solo desenvolvendo o sistema radicular da alface – Créditos Shutterstock

Bioestimulantes + algas

São considerados bioestimulantes a mistura de dois ou mais reguladores vegetais, ou com outras substâncias de natureza bioquímica diferente. Bioestimulantes à base de algas têm apresentadobons resultados em diversas culturas, inclusive em alface. Tais substâncias possuem a capacidade de estimular as respostas das plantas a doenças e estresses abióticos, além de mostrar grande potencial como fertilizante agrícola.

A espécie Ascophyllumnodosum é a mais utilizada para tais fins. Lembrando que as algas apresentam em sua constituição mais de 60 elementos químicos e bioestimulantes importantes, indutores de resistência que ainda ajudam no transporte de micronutrientes evitaminas, melhorando os processos fotossintéticos.

Benefícios para a alface

Pesquisas demonstram que as aplicações de produtos à base de algas pode aumentar a produtividade, o diâmetro do pé e até o teor de vitamina C nas folhas, melhorando o valor nutricional e biológico da alface.

Uma pesquisa que utilizou o bioestimulante à base de algas nas folhas ou no solo proporcionou aumento de 20,55% no diâmetro do pé e 58,14% na produtividade da alface. Já os extratos de algas marinhas do gênero Sargassum e Laminari proporcionam acréscimos no número de folhas (16,6%) e ganhos em torno de 24% de massa da parte aérea de alface crespa ‘Vera’.

Em campo

Os estudos demonstram que a dose de bioestimulantes a ser aplicada na alface varia de acordo com o produto. No geral, as doses tendem a variar entre 0,5 mL a 05 mL por litro de água utilizada na irrigação.

A distribuição das dosagens pode variar de acordo com a finalidade do bioestimulante, refletindo em melhor crescimento, maior floração, enraizamento mais efetivo e força de resposta a estresses como pragas, entre outras. De acordo com a finalidade a distribuição das dosagens,a operação deverá ser feita para coincidir com o estágio da planta no qual ela é mais responsiva ao tratamento.

A melhor dosagem de bioestimulantes deverá ser definida na embalagem do produto. Um erro comum entre os agricultores é pensar que, por se tratar de um produto de origem natural, quanto maior a aplicação melhor, porém, estudos mostram que o aumento da dosagem é correspondente a um aumento da produtividade até certo limite, após o qual ocorre queda de produtividade.

Outra pesquisa mostrou que para um dos tipos mais comuns de bioestimulantes, uma dose maior que 07 mL por litro representou uma queda de 3% da produtividade, além de redução de 16% no tamanho da cabeça da alface. Logo, aplicar o produto em doses maiores do que a recomendada representa não somente um ponto em que a produtividade é afetada, mas também um custo-benefício negativo, pois haverá gasto com bioestimulantesque representará perda nos lucros.

Custo-benefício

 

O custo de um litro de bioestimulante poderá variar entre R$ 20 e R$ 60 no mercado, dependendo da marca e da finalidade. Devido às baixas dosagens, ao uso em apenas um determinado estágio da planta e ao alto ganho possível de acordo com as pesquisas feitas sobre o assunto, o uso de bioestimulantes pode proporcionar ao produtor, não só de produtos orgânicos como também de produtos convencionais, ganhos em produtividade e possivelmente economia, pois poderá reduzir a necessidade de outras técnicas de manejo de pragas e doenças.

Em suma, é um produto que tem um grande potencial de agregar lucros e diminuir riscos na cultura da alface.

Essa matéria você encontra na edição de abril 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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