Até o começo da década de 1990, a 2ª safra de milho teve participação modesta no orçamento do agricultor, no entanto não é mais assim. Porém o novo objetivo agora, está na potencialização da produção cultivada fora do período dos meses de janeiro a abril, quase sempre após a soja precoce na região Centro-Sul.
Contudo, muitos produtores se perguntam da real rentabilidade da safrinha tendo em vista os baixos preços oferecidos nos últimos anos frente ao aumento do custo de produção.
Influência do regime de chuvas
Nesse ano algumas regiões produtoras foram agraciadas com bastante chuva, ainda mais no momento que a planta fez melhor uso. Essa sincronia trouxe assim a promessa de safra abundante que, segundo estimativas do Conab, deve alcançar 95,2 milhões de toneladas.
Um bom exemplo é a região do Centro Oeste, com destaque para cidades com um alto acumulado de chuvas entre janeiro e maio de 2019. Contudo outras regiões, como Linhares no Espírito Santo, tiveram acumulados de chuva na safra de aproximadamente 80 mm entre fevereiro a maio de 2019.
O valor acumulado de chuva de 80 mm é abaixo da média climatológica para o período em Linhares. De acordo com os dados do INMET, esse volume corresponde apenas a 19,3% do volume normal da região.
Manejo da segunda safra
Na região Centro Oeste, o sucesso da colheita da safrinha começa desde a escolha da cultivar, em sua maioria precoce, do manejo da fertilidade do solo, manejo de daninhas, pragas, doenças e a contribuição da chuva bem distribuída nas fases fenológicas do milho.
Em especial, a semeadura do milho pode ser realizada entre janeiro e fevereiro, para evitar altas temperaturas no primeiro mês do ano ou veranicos entre abril e/ou maio, época importante para se obter boa produção.
Necessidade em cada fase
Cada fase do milho possui diferentes exigências e existem pontos críticos que devem ser observados. O período entre a germinação e emergência ideal é em torno de 18°C sem déficit hídrico.
A fase de pendoamento, também denominada de VT, é muito prejudicada pela frequência de alta temperaturas e combinadas com o déficit hídrico levam à assincronia da emissão dos órgãos reprodutivos, o que pode reduzir a produtividade drasticamente.
Já no estágio R1, a alta frequência de temperaturas acima de 35°C reduz a viabilidade dos grãos e a produtividade, sendo consideradas condições favoráveis as temperaturas acima de 16°C e abaixo de 35°C.
E por fim, da formação do grão leitoso ao grão duro, entre as fases fenológicas R2 e R5, uma alta frequência de dias nublados ou déficit hídrico podem reduzir principalmente o peso dos grãos.
Resultados obtidos
De uma maneira geral, as condições para boa produção dessa safrinha atenderam as necessidades do cultivo de forma mais que satisfatória, ocasionando o fenômeno da super-safrinha.
A super-safrinha impacta diretamente o valor do produto no mercado, pois torna a oferta muito grande, fazendo o valor cair.
Muitos agricultores se preocupam com a variação de preço da safrinha, pois ela tem se tornado cada ano mais importante para a renda do produtor rural. A evolução do preço infelizmente ainda não é tão animadora quanto a estimativa desta safra do milho para esse ano.
Caso de sucesso
O consultor agrícola José Domingos, proprietário da Chuva e Sol, é responsável por atender 15 produtores no noroeste do Rio Grande do Sul. Uma de suas maiores preocupações está relacionada ao clima, uma vez que ele influencia diretamente em suas recomendações e resultados na lavoura. Após começar a utilizar a tecnologia da Agrosmart, plataforma de agricultura digital, José passou a contar com informações precisas e em tempo real para as lavouras que atende, gerando mais valor e credibilidade ao negócio. Confira o aumento da produtividade de milho neste case.