Silício no solo: alternativa para mais equilíbrio

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Silício no solo: alternativa para mais equilíbrio. Confira no artigo como funciona o processo de calagem, quais os benefícios do uso de silício no solo, quais os custos e outras informações.

Antonio Santana Batista de Oliveira Filho
Professor no curso de Agronegócio – Unibalsas e no curso de Agronomia – CCA/UEMA
a15santanafilho@gmail.com

Jefferson Carvalho Barros
Professor e coordenador do curso de Agronegócio e da pós-graduação em Gestão Executiva no Agronegócio – Unibalsas
coord.agronegocio@unibalsas.edu.br

pequena planta em solo
Crédito Shutterstock

Para que possa expressar todo seu potencial produtivo, as culturas agrícolas requerem que suas exigências nutricionais sejam plenamente atendidas, em virtude da extração de nutrientes do solo, sendo a fertilidade do solo fator determinante da produtividade.

Assim, uma adequada utilização da prática da calagem, com maior relação custo/benefício, requer atenção não só na safra agrícola, mas também em culturas subsequentes, isto é, em seu efeito residual na safrinha, beneficiando com maior longevidade.

A forma correta de manejo do solo é responsável pela grande parte dos ganhos de produtividade que são obtidos pelo uso de técnicas desenvolvidas para as mais variadas culturas. Dentre as formas de manejo de solo, as mais comuns são a utilização de corretivos e fertilizantes.

Como funciona

O processo de calagem, se aplicado ao solo nas dosagens corretas, garante aumentos significativos na produtividade. Alguns dos benefícios da calagem, além da diminuição da acidez e aumento do pH, são: neutralização do alumínio, fornecimento cálcio e magnésio para as culturas, diminuição da compactação, maior disponibilização de fósforo/outros nutrientes, favorecendo também a fixação do nitrogênio (Embrapa, 2010).

Para a aplicação de calagem, necessita-se realizar a análise de solo com coleta em diferentes locais, definir o tipo de calcário a ser utilizado, isto com base na necessidade do solo, definir a dose, realizar a compra e aplicação do produto, podendo ser feita na superfície ou incorporado ao solo, dependendo da necessidade.

A correção pode ser feita com diferentes produtos, dentre esses os silicatos, que são fontes abundantes e baratas, as quais podem ser utilizadas como corretivo de acidez do solo e fonte de silício.

Benefícios de uso do silício no solo

Os benefícios da utilização do silicato nas propriedades químicas do solo estão relacionados à elevação do pH, dos teores de cálcio e magnésio, CTC, V% e diminuição da acidez potencial.

Em pesquisas desenvolvidas por Sarto et al. (2014), foi possível verificar que as doses de silicato de cálcio elevaram os teores de Si, P, K, Ca, Mg e pH no solo e reduziram o (H + Al).

Por outro lado, a aplicação de silicato de potássio melhorou a eficiência fotossintética da planta do milho. Em relação à salinização, os resultados de pesquisas mostram que a aplicação do silício atenua os efeitos tóxicos de NaCl no crescimento das plântulas do milho.

Aliado à correção do solo, o silicato de cálcio, disponibiliza também para as plantas o silício, cuja literatura reporta que este elemento é capaz de garantir maior robustez à planta, reduzindo trocas gasosas e incrementando a fotossíntese (Lima, 2017); (Taiz; Zaig, 2013).

O silício

O silício é considerado um elemento mineral benéfico, e apesar de não ter sua definição de essencialidade na nutrição mineral, tem sido muito estudado devido a sua grande funcionalidade dentro dos vegetais.

A ausência do Si pode ocasionar uma diminuição da capacidade biológica da planta em resistir às condições adversas do meio ambiente onde vive (Teixera et al., 2008), haja vista que o mesmo, quando presente, atua na planta melhorando a sua composição química, resistência mecânica, tolerância ao estresse abiótico e ao ataque de patógenos e pragas.

Doses de silício melhoram a arquitetura das plantas, nas quais as folhas se desenvolvem mais eretas, resultando em menor abertura do ângulo foliar, proporcionando a interceptação dos raios solares (Lima, 2017), o que favorece a exposição das folhas à maior quantidade de luz e biossíntese da clorofila, levando a maior transmissão de elétrons para os fotossistemas I e II da fase fotoquímica da fotossíntese (Taiz; Zaig, 2013).

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  • O efeito benéfico do Si no acúmulo de fitomassa em plantas cultivadas está associado a alterações na estrutura das plantas, permitindo, por exemplo, a melhor captação de energia solar e redução do acamamento.
  • As plantas o acumulam em seus tecidos, com teores de 0,1 a 10 dag/kg de matéria seca, e a absorção do Si da solução do solo pelas plantas ocorre quando este se encontra na forma de ácido monossilícico, sendo que a tolerância à deficiência hídrica envolve principalmente menor dano à membrana do vegetal.
  • Quando este elemento é disponibilizado para as plantas, há um acúmulo de sílica amorfa na parede celular dos órgãos de transpiração, sendo que esta se polimeriza na parte externa da parede celular, levando a planta a uma redução da transpiração e tornando-a menos exigente em água.

Silício no solo e para o solo

É notório que a utilização de silicatos é importante e beneficia a correção da acidez do solo. Frisa-se a necessidade de análises de solo, para que sejam constatadas todas as exigências, tanto nutricionais quanto químicas do solo, destacando também, a importância de pesquisas regionais.

Em termos de produtividade, a correção adequada do solo pode levar a aumentos significativos de produção, isso porque ela é chave primordial para a eficiente absorção de nutrientes, haja vista que influencia no valor do pH e na disponibilidade de todos os demais nutrientes das plantas.

Não erre!

Custos com uma boa e eficiente correção são supridos e beneficiados em produtividade, já que um solo fértil e manejado de forma correta garante grande porcentagem de uma boa produção e a consequente rentabilidade.
O erro mais comum durante o processo de calagem é a aplicação do produto pouco tempo antes do plantio, o que faz com que não tenha tempo para reagir no solo e, consequentemente, gere efeito desejado. Outro erro frequente é na dosagem de corretivos – doses abaixo do recomendado podem não gerar um bom resultado e causar deficiência nutricional.

Para que erros sejam evitados, é necessário, primeiramente, planejamento agrícola da área a ser trabalhada, levando-se em consideração a aptidão e uso do solo, para que assim se possa definir quais as melhores práticas de manejo a serem utilizados, assim como as culturas a serem implantadas.

É necessário saber o tipo de solo por meio de amostras coletadas de forma correta e criteriosa, fazer a análise química do solo, recolhendo diversas amostras em áreas específicas e seguir à risca as recomendações de dosagens de corretivos feitas com base nas análises de solo, ou seja, manter recomendação técnica para todas as fases de preparo do solo, realizando a calagem com antecedência e cuidado para evitar perdas de produto.

Custos

O processo de calagem é uma prática que pode incialmente gerar custos para o produtor, principalmente pelos valores de corretivos que variam anualmente, dependendo da marca, composição e tipo de formulação, da exportação, ou seja, valorização de moedas internacionais e do setor de transportes. Porém, ao longo dos anos a adoção de calagem leva à redução da aplicação desses insumos o que, consequentemente, reduz os custos de produção.

É notório que a relação custo-benefício é satisfatória para o produtor, principalmente em longo prazo, pois ele conseguirá um solo estruturado. A partir da adoção de práticas agrícolas e a correta calagem o produtor conseguirá aumentar sua produção e seu lucro final.

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