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Silício no controle de nematoides de solo

Rodrigo Vieira da Silva

Engenheiro agrônomo, doutor em Fitopatologia e professor do IF Goiano ” Campus Morrinhos

rodrigo.silva@ifgoiano.edu.br

João Pedro Elias Gondim

Luam Santos

Mestrandos em Olericultura do IF Goiano ” Campus Morrinhos

Fabrício Rodrigues Peixoto

Graduando em Agronomia do IF Goiano ” Campus Morrinhos

Brenda Ventura de Lima e Silva

Mestre em Fitopatologia e servidora do IF Goiano ” Campus Morrinhos

 

Crédito Cláudia Arieira
Crédito Cláudia Arieira

Os fitonematoides são organismos microscópicos e incolores que vivem misturados no solo, onde os danos causados podem passar despercebidos pelo produtor rural. Este fato ocorre pela falta de conhecimento sobre estes vermes e, principalmente, por ser confundido com a deficiência nutricional.

Não há uma estatística precisa sobre os prejuízos causados por nematoides na agricultura brasileira, mas considerando todas as culturas agronômicas, são da ordem de 15%, podendo chegar à perda total, levando em conta o nível de infestação da área e a suscetibilidade da variedade cultivada.

Regiões de solos arenosos e com temperatura elevada, entre 25 a 30ºC, são mais favoráveis à infecção pelos nematoides, principalmente em condições de cultivo contínuo, sem rotação de culturas e com utilização de irrigação.

Manejo

Para o manejo dos nematoides, tratos culturais são imprescindíveis, dentre os quais incluem-se a adubação equilibrada e também a aplicação de técnicas alternativas de controle de pragas e doenças. Atualmente, a adubação com o Si constitui-se numa técnica que auxilia no melhor desenvolvimento das plantas e na redução da infecção pelos fitonematoides no solo.

Prejuízos devido aos nematoides

A adubação com o silício auxilia na redução da infecção pelos fitonematoides no solo - Crédito Luize Hess
A adubação com o silício auxilia na redução da infecção pelos fitonematoides no solo – Crédito Luize Hess

O parasitismo das plantas por nematoides compromete a absorção e o transporte de água e nutrientes pelo sistema radicular, tendo como consequência a redução de tamanho e peso das plantas.Ainda, os ferimentos causados durante sua alimentação predispõem as plantas a outras infecções causadas por fungos e bactérias, além de serem vetores de viroses.

Nematoides mais importantes

Regiões de solos arenosos e com temperatura elevada, entre 25 a 30ºC, são mais favoráveis à infecção pelos nematoides - Crédito Rodrigo Vieira da Silva
Regiões de solos arenosos e com temperatura elevada, entre 25 a 30ºC, são mais favoráveis à infecção pelos nematoides – Crédito Rodrigo Vieira da Silva

Os principais fitonematoides que causam problemas na agricultura nacional pertencem ao gênero Meloidogyne (causador das galhas em raízes), Pratylenchus (conhecido como nematoide-das-lesões radiculares), Ditylenchus (nematoide das hastes e bulbo) e Rotylenchulus.

Destes, Meloidogyne é, sem dúvida, o mais importante, pois ataca o maior número de culturas e o que possui maior poder destrutivo, com destaque para as espécies M. incognita e M. javanica, as quais possuem uma distribuição mais ampla no Brasil, além de M. arenaria e M. hapla, com uma distribuição mais restrita, e mais recentemente a espécie M. enterolobii.

Alternativas de controle

Fêmea do Meloidogyne - Crédito Rodrigo Vieira da Silva
Fêmea do Meloidogyne – Crédito Rodrigo Vieira da Silva

O uso de cultivares resistentes constitui-se na medida mais indicada pelos especialistas em nematologia para o manejo de fitonematoides. Entretanto, esta estratégia acaba sendo limitante devido à disponibilidade de poucas cultivares comerciais resistentes, ao considerar-se o grande número de espécies agronômicas no Brasil.

Além disso, a presença de várias espécies de nematoides existentes no ambiente dificulta o emprego desta forma de controle. O manejo cultural com rotação de culturas é uma alternativa viável, mas nem sempre essa técnica é vista com interesse por parte do agricultor, especialmente por ter que cultivar sua terra com culturas que não lhe darão retornos imediatos.

Neste sentido, o estudo da nutrição de plantas com relação ao aumento da resistência e/ou tolerância apresenta grande importância no manejo de pragas e doenças, com destaque para o silício (Si) que, entre os elementos minerais, tem estimulado o crescimento e a produção vegetal, além de gerar efeitos positivos no controle de doenças causadas por patógenos de parte aérea e patógenos de solo, inclusive dos nematoides fitoparasitas que atacam diversas culturas.

Silício nas plantas

O uso de cultivares resistentes é uma das medidas para o manejo de fitonematoides - Crédito Ana Maria Diniz
O uso de cultivares resistentes é uma das medidas para o manejo de fitonematoides – Crédito Ana Maria Diniz

Plantas com níveis mais elevados de Si contêm mais nutrientes em seus tecidos. Como o silício aumenta a produção de fotoassimilados, devido ao incremento na taxa fotossintética, há um aumento na incorporação de minerais que conferem mais resistência à parede celular das plantas, o que torna a planta mais resistente a situações de estresses. E, ainda, a aplicação de silício deixa as folhas mais eretas, diminuindo o sombreamento e deixando a planta mais resistente a doenças.

Os silicatos são as principais fontes de silício e possuem a capacidade de neutralizar a acidez do solo por meio da reação dos ânions (SiO32-) com os prótons de hidrogênio e alumínio (Al3+). Além disso, produzem o ácido monossilícico, que é a principal forma de silício absorvido pelas plantas.

O acúmulo e a deposição desse micronutriente nas células da camada epidérmica via apoplasto, seja na parte aérea ou nas raízes, constituem uma barreira física que impede o avanço e o crescimento dos patógenos pela modificação da parede celular, tornando-a mais resistente à degradação causada pelas enzimas hidrolíticas e à ação de estruturas especiais de infecção dos patógenos, agindo de modo semelhante à lignina ou suberina de algumas plantas.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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