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Solo Protegido: setor do tabaco firma cooperação-técnica com a Embrapa

A avaliação dos estoques de carbono de unidades produtoras de tabaco está entre os objetivos previstos pela iniciativa que terá a duração de 60 meses.

A assinatura do Projeto Solo Protegido, cooperação-técnica entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), reuniu pesquisadores, representantes da cadeia produtiva do tabaco e empresas associadas na Expoagro Afubra, em Rio Pardo (RS), nesta terça-feira, 25 de março.

A ação prevê a seleção e o diagnóstico de propriedades que representam o setor produtivo do tabaco na região Sul do Brasil, a proposição de planos de intervenção contemplando as Boas Práticas Agrícolas (BPAs) e o monitoramento de indicadores-chave, visando a proteção e conservação ou a recuperação do solo. 

Para isso, diferentes especialistas da Embrapa vão atuar na coleta de amostras para o diagnóstico da qualidade física, química, biológica e da mesofauna, bem como para a avaliação dos estoques de carbono presentes em 33 propriedades de 11 microrregiões produtoras de tabaco. Com duração de 60 meses, o projeto seguirá quatro etapas: diagnóstico da qualidade do solo, recomendação dos planos de intervenção, intervenção e monitoramento.

Segundo o pesquisador da Embrapa e coordenador do projeto, Adilson Bamberg, problemas de conservação no solo são comuns nas regiões produtoras de tabaco por conta da declividade dos terrenos, das chuvas torrenciais e eventos climáticos extremos. “São fatores que podem afetar a qualidade do solo e, consequentemente, a qualidade do tabaco brasileiro, impactando diretamente quem produz”, comentou.

Ainda segundo ele, o setor já utiliza práticas conservacionistas, mas existem oportunidades de melhorias. “Temos uma técnica consolidada que retem água e sedimentos, que são os camalhões. Mas temos oportunidades de melhorias e espaço para avançar em questões de erosão, de mix de cobertura, do carbono que precisa ser retirado da atmosfera e ser fixado no solo”, comentou. Na ocasião, também foi apresentada a identidade visual e o selo da iniciativa. “Esperamos que em cinco anos, todos os produtores de tabaco estejam fazendo uso desta marca”, comentou o coordenador.

Segundo Rosane Martinazzo, chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Clima Temperado, o projeto começou a ser discutido há dois anos e não poderia ter chegado em melhor hora, considerando a necessidade de ações para recuperar o solo diante do evento climático extremo vivido pelos gaúchos em 2024. “Desejamos a todos um excelente trabalho e quiçá em cinco anos estaremos aqui apresentando os resultados deste trabalho construídos a muitas mãos”, desejou Martinazzo.

Waldyr Stumpf Junior, chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, externou a satisfação pela celebração da parceria público-privada. “Temos nos aproximado cada vez mais do setor produtivo, dos agricultores, das associações, para construir um país do nosso tamanho. De importadores, hoje somos uma referência mundial em alimentos, com 320 milhões toneladas de grãos, e isso é reflexo do empreendedorismo dos agricultores, da ciência e da tecnologia, e de boas políticas públicas. Colocamos nossa estrutura à disposição e certamente vamos colher bons resultados”, frisou.

A produção de tabaco no Sul do Brasil é de grande relevância econômica e social, fortemente vinculada ao contexto da agricultura familiar sul-brasileira. O sul do Brasil é responsável por 95,4% da produção nacional de tabaco, envolvendo mais de 133 mil famílias de produtores na safra 2023/2024, gerando um valor bruto de receita da produção aos produtores na ordem de 11 bilhões de reais.

“Tenho convicção que os resultados que vamos colher nesses próximos cinco anos vão auxiliar para a manutenção da liderança do Brasil no mercado mundial de tabaco, gerando desenvolvimento, renda e divisas para nossas regiões produtoras e para o país”, concluiu o presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing.

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