Os inoculantes biológicos há anos contribuem para a nutrição das plantas e aumento da produção. Em alguns casos, eles podem até mesmo substituir a adubação química nitrogenada. As bactérias benéficas à base de Bradyrhizobium e Azospirillum, microrganismos que atuam na Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) e promoção de crescimento e que combinadas na coinoculação, por exemplo, podem gerar um incremento médio de 16% no índice de produtividade em soja.
Mas o que é bom, pode ser ainda melhor se o potencial de fixação biológica de nitrogênio e promoção de crescimento desses microrganismos for estimulado e impulsionado por meio das moléculas de LCO ou lipo-quitooligossacarídeos. O nome parece estranho, mas essas moléculas são açúcares produzidos por bactérias de Bradyrhizobium que sinalizam para a planta o início do processo de infecção simbiótico para formação da nodulação.
Ao fornecer esses sinais, podemos estimular o processo de nodulação, permitindo que os rizóbios introduzidos via inoculação e os nativos iniciem a formação de nódulos mais precocemente. Os LCOs também trabalham dentro da rizosfera (região do solo onde as raízes das plantas crescem e conseguem água, sais minerais e nutrientes) para estimular o crescimento das plantas através do desenvolvimento da raiz e da parte aérea, além do aumento das associações micorrízicas (simbiose entre plantas e microrganismos).
As moléculas precursoras de LCO podem ser incorporadas no tratamento industrial de sementes, como é utilizado, por exemplo, nos inoculantes Optimize CTS 1000 e 700, produzidos pela Novonesis, líder mundial em biosoluções. A LCO atua como um sinal de comunicação entre a planta e os rizóbios. Isso significa que a soja, por exemplo, inicia um processo de nodulação mais precoce e eficiente para a fixação de nitrogênio.
Além disso, as moléculas de LCO proporcionam a expansão do sistema radicular, aumento da capacidade fotossintética, indução de tolerância aos estresses bióticos e abióticos, o que consequentemente eleva os índices de produtividade.
O setor de bioinsumos segue em ampla expansão e deve crescer 17% neste ano, segundo dados da Associação dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII). Um dos motivos para este crescimento se deve à sua boa contribuição para o aumento da produtividade.
Fernando Bonafé Sei, gerente da área técnica da Novonesis.