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10 dicas para evitar que as cigarrinhas se tornem um prejuízo milionário ao milho

Clima contribui para uma incidência até 280% maior nestes primeiros meses de 2024, se comparado ao mesmo período do ano passado

A Cigarrinha do milho afetam a produtividade?
Créditos Ana Maria

As cigarrinhas do milho (Dalbulus maidis), responsáveis por transmitir as doenças do Complexo de Enfezamento, estão em alta no país, mesmo antes da segunda safra da cultura estar completamente semeada. Dados do levantamento realizado pelo Esquadrão de Combate à Cigarrinha, iniciativa impulsionada pela Bayer em parceria com a agtech SIMA, mostram que a incidência da praga está 280% maior nestes primeiros meses de 2024, se comparado ao mesmo período de 2023. Com o intuito de contribuir com uma melhor rentabilidade para a safrinha deste ano, a Bayer destacou algumas dicas fundamentais para minimizar o problema. 

“Mais uma safra de milho será semeada e os produtores de praticamente todo o Brasil seguem com o grande desafio de manejar o complexo de enfezamento, causado pelas cigarrinhas, que engloba os enfezamentos vermelho, amarelo ou pálido e o raiado fino (vírus da risca). Estes agentes possuem a capacidade de provocar grande impacto no metabolismo e perda do potencial produtivo. E o clima está favorecendo o aumento de incidência nos campos”, afirma o agrônomo de desenvolvimento de mercado da Bayer, Mateus Torrezan. 

Vale ressaltar que não há um tratamento registrado para o problema, no entanto, há boas práticas de manejo que se complementam visando justamente o controle das cigarrinhas. Para facilitar o entendimento, a Bayer destaca algumas dicas importantes de manejo, seguindo orientações oficiais (Embrapa e CropLife Brasil), que devem ser adotadas na entressafra, na semeadura, durante o cultivo e após a colheita. 

Pré plantio: 

1 – Eliminação do milho voluntário (tiguera ou guaxo): o produtor deve eliminar as plantas não cultivadas do cereal, oriundas de grãos perdidos no processo de colheita e transporte, que acabam germinando não só nas áreas agrícolas, como nos acostamentos e canteiros das estradas e cidades.  

“Esse milho voluntário acaba servindo de ponte verde entre uma safra e outra, abrigando tanto o inseto quanto os agentes causais das doenças. Ao se alimentar de uma planta contaminada, a cigarrinha pode se infectar e transmitir os três agentes juntos. Por isso, é importante controlar o milho tiguera assim que ele surgir, usando herbicidas graminicidas”, comenta Torrezan. 

2 – Escolha de híbridos: esta é uma das estratégias mais importantes dentro do manejo do enfezamento do milho. A escolha de híbridos com maior grau de tolerância ao complexo de enfezamento ajuda nos casos de maior pressão da doença no decorrer do desenvolvimento da cultura. Vale ainda destacar a importância de optar sempre pelo uso de sementes certificadas e de qualidade. 

“Um bom exemplo sobre esta importância é que desde que a cigarrinha do milho passou a ter maior relevância para a cultura do cereal, a Bayer investe em tecnologias tolerantes à praga. Entre 2020 e 2023, estimamos que os híbridos lançados com este propósito evitaram perdas de aproximadamente 3,67 milhões de toneladas de milho, que representam US$ 350 milhões”, afirma Pierre Spolti, diretor de fitopatologia e sistemas de reprodução da Bayer. 

Semeadura: 

3 – Tratamento de sementes: Tratar o principal insumo da lavoura é uma prática de manejo que pode ser determinante para manter longe da lavoura recém implantada de milho, os insetos adultos das cigarrinhas. Esse manejo pode trazer uma eficiência de até 90% no início da semeadura, diminuindo sensivelmente a incidência da praga, além de facilitar o manejo contra ela mais adiante. 

“O tratamento feito com máquinas industriais garante que cada semente receba a quantidade exata do ingrediente ativo, de maneira homogênea e com maior aderência. No tratamento feito na fazenda, o produtor terá que dividir o tempo que já é corrido durante a semeadura para fazer o processo e, não conseguirá se dedicar como deveria. Além disso, o ingrediente ativo é colocado no tanque de mistura e não há garantia de que cada semente receberá a quantidade certa, gerando imperfeições que podem comprometer a proteção individual das plantas, além de aumentar a chance de travar a distribuição da plantadeira”, diz Torrezan. 

4 – Distância de plantas já infectadas: manter uma distância segura de uma lavoura já infectada é de extrema importância. A cigarrinha é uma praga altamente migratória e tende a migrar de áreas com estádio de desenvolvimento mais avançado para as mais novas. Com isso, a infecção tende a ocorrer de maneira mais precoce, o que torna seu potencial de dano mais severo. 

5 – Seguir as recomendações sobre janela de plantio e sincronização: cada empresa, por meio de seus estudos e pesquisas para o desenvolvimento de híbridos, determina o melhor período de plantio de cada material para cada região, com o intuito de maximizar a expressão do potencial produtivo. Seguir este posicionamento, assim como o zoneamento agroclimático estabelecido para a cultura na região, são práticas fundamentais para uma melhor sincronização de plantio e redução da migração de cigarrinhas de áreas mais antigas para as mais novas. Isso também torna as estratégias de manejo mais eficientes, justamente por trabalharem de maneira mais condensadas em curto período. 

6 – Monitoramento: após a emergência do milho, o monitoramento das lavouras deve ser contínuo. Ao detectar a presença da cigarrinha, o manejo populacional deve ser iniciado por meio do uso de inseticidas registrados. 

7 – Manejo populacional: após o milho emergir e o produtor já notar a presença de cigarrinhas assim que abrir as duas primeiras folhas, é o momento de aplicar o Curbix®, produto essencialmente de contato, do grupo químico do fenilpirazol (Etiprole), que servirá para o combate de percevejos e adultos de cigarrinha. Ele também deve ter uma segunda aplicação, com um intervalo de no mínimo sete dias da primeira aplicação, após as duas folhas iniciais estarem expandidas (estádio V2). 

As ninfas das cigarrinhas são pragas que conseguem se esconder dos inseticidas convencionais e podem gerar uma explosão populacional se não forem controladas. Para isso, quando o milho atingir o estádio de V4, o produtor pode iniciar a aplicação do Connect®, inseticida sistêmico do grupo químico dos neonicotinóides, associado à beta-cifultrina, pertencente ao grupo químico dos Piretroides (contato), com a função principal da translocação translaminar, que afeta as ninfas. Mas esse produto também ajuda a controlar os insetos adultos caso entrem em contato direto ou por ingestão. O Connect® ainda ajudará o produtor em uma segunda aplicação, com um intervalo de pelo menos sete dias, assim que a lavoura atingir o estádio V6. E entrará novamente no estádio V8, completando três aplicações com o produto. 

“É preciso ficar atento à indicação da bula, pois os defensivos de contato, de maneira geral, só devem ser aplicados duas vezes por ciclo da cultura, enquanto os neonicotinóides, que matam as ninfas, só podem ser aplicados três vezes por safra”, diz o agrônomo de desenvolvimento de mercado da Bayer. 

Colheita e pós-colheita: 

8 – Atenção durante a colheita: na operação de colheita é importante que o milho esteja na umidade ideal e que os equipamentos estejam devidamente regulados. Estes fatores contribuem para que haja menos perdas de espigas e grãos no processo de corte pela colhedora. 

9 – Transporte dos grãos: é importante o produtor se certificar se as carrocerias dos caminhões estão vedadas e devidamente enlonadas durante o transporte, evitando assim perdas de grãos no trajeto que possam se tornar plantas voluntárias, hospedeiras de cigarrinhas.  

“Isso pode afetar propriedades vizinhas, em um primeiro instante, e logo se tornarão uma ponte verde para o produtor que perdeu seus grãos no transporte”, afirma Torrezan. 

10 – Rotação de cultivos: no planejamento do ano safra da propriedade, o sistema de rotação de cultura é essencial, evitando a sucessão de culturas, principalmente milho sobre milho. A chamada ponte verde de milho, favorece a sobrevivência dos patógenos e do vetor, que permanecem sempre em populações elevadas, dificultando o controle, diminuindo a produtividade e elevando os custos. 

“Por fim, vale relembrar que como notado acima, não há uma solução única e definitiva para o desafio do complexo de enfezamento do milho. O manejo integrado de pragas, considerando as boas práticas, realizadas de forma conjunta, são fundamentais para promover um manejo satisfatório, mantendo as lavouras de milho produtivas e viabilizando esta cultura tão importante para a agricultura brasileira”, finaliza Torrezan. 

Para garantir a segurança e eficácia em todo esse processo, o produtor deve procurar a orientação de um engenheiro agrônomo e seguir as regras de aplicação do que for receitado, observando as condições climáticas adequadas, escolha da ponta certa de aplicação, cobertura de gotas, pressão, volume de calda, entre outros detalhes. Assim, adotar medidas em conjunto é essencial para interromper esse ciclo.  

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