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Ciclo da cebola define o planejamento de mercado

 

Daniel Pedrosa Alves

Doutor em Genética e Melhoramento e pesquisador da Epagri na área de Melhoramento de Plantas

danielalves@epagri.sc.gov.br

Gerson Henrique Wamser

Mestre em Produção Vegetal e pesquisador da Epagri na área de Melhoramento de Plantas

gwamser@epagri.sc.gov.br

 

Crédito Daniel Pedrosa
Crédito Daniel Pedrosa

O Brasil, sendo um país de dimensões continentais, possui diversas condições climáticas ao longo do seu território. Assim, as diferentes regiões produtoras de cebola no Brasil têm o pico de oferta do produto em distintos períodos do ano.

A região sul é o principal responsável pelo abastecimento do mercado brasileiro no período que vai de novembro a abril. As cebolas mais precoces serão vendidas a partir de novembro, enquanto as cebolas mais tardias poderão ser ofertadas a partir de fevereiro até abril.

Quando o produtor opta por uma cultivar de determinado ciclo, ele está na verdade escolhendo a época que ele pretende colher e comercializar suas cebolas. Desta forma, o ciclo do cultivar vai interferir diretamente na quantidade de cebola ofertada no mercado, e de forma indireta influencia no preço do produto, uma vez que o preço é definido pela relação entre oferta e demanda.

Os produtores devem utilizar cultivares que sejam adaptadas à  região de cultivo - Crédito Shutterstock
Os produtores devem utilizar cultivares que sejam adaptadas à  região de cultivo – Crédito Shutterstock

O planejamento

Para o correto planejamento da safra, o produtor deve pensar principalmente nos fatores limitantes, como mão de obra e época de comercialização. Os insumos utilizados para a produção pouco irão variar devido ao uso de cultivares de diferentes ciclos.

A quantidade de mão de obra utilizada também não irá variar ao se utilizar cultivares com diferentes ciclos, mas o período da demanda mudará. Esse deve ser o principal fator que o produtor deve planejar sobre o qual ele terá controle, haja vista que o preço de venda do produto não pode ser previsto, apenas especulado.

Os picos de uso de mão de obra na cultura da cebola acontecem por ocasião do transplantio (quando não se faz semeadura direta) e da colheita. Essas duas operações exigem grande quantidade de trabalhadores e devem ser planejadas. As cultivares mais precoces plantadas no Sul do Brasil começam a ser semeadas em abril e permanecem nos canteiros por volta de 70 dias para então serem transplantadas.

A campo, esses materiais devem ficar por volta de mais 110 a 130 dias até a colheita. Logo, os períodos de maior necessidade de mão de obra se dão por volta dos 70 e dos 190 dias após a semeadura (para o sistema de produção de mudas).

Sabendo disso, o produtor que dispõe de grande área, mas não possui em sua região muita oferta de mão de obra, deve escalonar sua produção utilizando cultivares de diferentes ciclos de cultivo, para que todas as práticas possam ser realizadas no tempo devido, evitando perdas que podem ser controladas.

 Crédito Daniel Pedrosa
Crédito Daniel Pedrosa

A cebola ideal

Os produtores devem utilizar cultivares que sejam adaptadas à  região de cultivo. Os testes de adaptação de uma cultivar são realizados pelas empresas que desenvolvem e vendem os materiais.

Assim, as cultivares utilizadas em regiões com climas variados certamente serão diferentes. Logo, o produtor deve escolher cultivares que sejam recomendadas para a região de plantio, e as sementes utilizadas devem ser multiplicadas e vendidas por empresas idôneas.

O produtor deve privilegiar sementes certificadas e com alto vigor e taxa de germinação. Sementes certificadas tendem a proporcionar lavouras mais sadias e uniformes, por estarem mais próximas das sementes básicas.

Existem diversas cultivares precoces disponíveis no mercado de sementes de cebola, e o produtor deve verificar com especialistas na área aqueles materiais mais adequados às suas condições regionais. Possivelmente o plantio tardio é o que possui menor número de cultivares para uso.

Resultados

A Epagri possui dois cultivares de ciclo médio, para uso na região sul do Brasil, recomendados para plantio mais tardio, são eles: Empasc 355 Juporanga e Epagri 362 Crioula Alto Vale, sendo que ambos possuem ótimo desempenho e bom armazenamento.

Ciclo precoce

Quando um produtor opta por cultivares precoces e superprecoces, ele possivelmente terá uma lavoura com melhor qualidade sanitária, e pode ter produtos de melhor qualidade para o armazenamento. Essas duas vantagens se dão pelo escape temporal da principal praga da cebola, o piolho ” Trips tabaci, e por evitar que a cebola fique sujeita às fortes chuvas que ocorrem no mês de dezembro, já que a colheita deve ocorrer no máximo até a segunda quinzena de novembro.

Outra grande vantagem é o escalonamento da produção. Por se tratar de uma cultura que exige muita mão de obra, principalmente nas operações de plantio e colheita, torna-se interessante que estas atividades possam ser realizadas em um maior período de tempo.

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro 2015  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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