18.5 C
Uberlândia
domingo, novembro 24, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioDestaquesUmidade da fibra impacta diretamente na qualidade final do algodão

Umidade da fibra impacta diretamente na qualidade final do algodão

A qualidade do algodão é fundamental para o Brasil manter a posição de liderança como o maior exportador mundial. Isto porque o algodão depende fortemente do controle da umidade durante todo o processo produtivo, que inclui desde o momento da colheita até o beneficiamento final, onde o caroço e a fibra são preparados para exportação.

As tecnologias utilizadas no monitoramento da umidade e no enfardamento do algodão são essenciais para garantir a qualidade do produto.  Roney Smolareck, engenheiro agrônomo e Agente de Relacionamento Institucional e Governamental da empresa Loc Solution, detentora da Motomco líder na fabricação de aparelhos medidores de umidade de grãos e fibras, explica que o controle rigoroso em diferentes etapas da safra é essencial para garantir que a fibra apresente a resistência e o comprimento adequados, atendendo às exigências da indústria têxtil.

“O produtor deve estar atento à umidade da fibra, pois essa característica impacta diretamente na qualidade final do algodão.  Uma fibra úmida é mais suscetível a danos durante a colheita, pode favorecer o crescimento de fungos, resultando em uma coloração indesejada no algodão. O algodão amarelo, que não tem uma coloração natural, é um indicativo de problemas durante o armazenamento, geralmente causados por alta umidade”, explica o engenheiro.

A umidade ideal na algodoeira varia entre 8% e 12% para o processo de beneficiamento, permitindo a remoção eficiente do caroço e preservando a integridade da fibra. Segundo Smolareck, o processos de umidificação e secagem bem controlados são indispensáveis para preparar a fibra para o descaroçamento, garantindo que o algodão esteja nas condições ideais para a próxima fase de processamento. “Atenção cuidadosa a esses detalhes pode resultar em um produto final de alta qualidade, com benefícios tanto para o produtor quanto para o consumidor”, afirma.

Além disso,  o engenheiro observa que a umidade excessiva pode levar a um aumento temporário no peso do produto. “Embora o algodão mais úmido pese mais, essa vantagem é ilusória, pois o excesso de umidade precisa ser descontado posteriormente, gerando custos adicionais e prejuízos ao produtor”.

Para garantir a qualidade do algodão, os produtores rurais podem contar com tecnologias de monitoramento e controle de umidade. “Hoje, o mercado dispõe de medidores de umidade que são utilizados tanto na colheita quanto na algodoeira”, destaca Roney. Esses equipamentos permitem que o produtor ajuste o teor de umidade do algodão, assegurando que ele atenda aos padrões exigidos pela indústria têxtil.

A engenheira agrônoma Branca Demétrio, da Cotton Wrap, ressalta que um dos aspectos mais importantes relacionados à umidade do algodão está diretamente ligado ao processo de enfardamento. “O enfardamento e o controle da umidade são processos interdependentes, que afetam diretamente a qualidade, o valor comercial e a segurança do produto”, afirma Branca.

Segundo ela, a Cotton Wrap em parceria com a  JBS Ambiental e a Infinity desenvolveram o Cotton Wrap PCR, primeiro filme do Brasil para enfardamento de algodão com conteúdo de resinas recicladas após ser usado.

“O uso do Cotton Wrap, associado ao monitoramento rigoroso da umidade, é fundamental para garantir a integridade do algodão desde a colheita até a entrega final, resultando em maior sucesso na lavoura!”, explica Branca. Além disso, essa técnica proporciona ao produtor rural um aumento significativo na agilidade, qualidade e produtividade durante a colheita.

O Cotton Wrap oferece uma proteção exclusiva contra raios ultravioletas, garantindo a durabilidade do algodão por até seis meses em campo. Dessa forma, é possível preservar os fardos sob diversas condições climáticas, como vento e chuva, mantendo as características naturais do produto colhido.

Exportações – A safra 2023/24, com uma produção de 3,7 milhões de toneladas, demonstrou a capacidade do Brasil de não apenas atender à demanda interna, mas também de se destacar no mercado global. O país exportou 2,68 milhões de toneladas de algodão, isto representa 85% a mais do que na safra anterior. A China se destacou como o principal importador, adquirindo quase metade do volume (1,31 milhão de toneladas; 49%),  seguida por Vietnã (390 mil toneladas; 15%) e Bangladesh (284 mil toneladas; 11%).

ARTIGOS RELACIONADOS

Algodão TMG cresce 66% de área plantada

  O Programa de Melhoramento Genético de Algodão da Tropical Melhoramento & Genética (TMG) vem ocupando um espaço importante na estratégia da empresa nos últimos...

FMC apresenta boas práticas de manejo e produtividade no Dia de Campo C-Vale

Tradicional evento do agronegócio voltado para a difusão de tecnologia e negócios, o Dia de Campo C-Vale será realizado entre 17 e 19 de...

Como combater as tigueras no algodão?

As tigueras são especialmente problemáticas na cotonicultura porque servem de habitat para o bicudo do algodoeiro.

Produção de grãos crescerá 27%

A produção de grãos deverá atingir 333,1 milhões de toneladas nos próximos dez anos.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!