As discussões técnicas continuam no 34º Congresso Nacional de Milho e Sorgo, que termina nesta quinta-feira em Palmas-TO. Um dos minissimpósios realizados na quarta, 11 de setembro, foi sobre manejo de solos com excesso de cascalho (Plintossolos Pétricos). Foram três palestrantes: Pablo Vidal Torrado, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), ligada à Universidade de São Paulo (USP); Rafael da Cruz, da Plantar Consultoria Agronômica; e Rodrigo Estevam Munhoz de Almeida, da Embrapa.
Os plintossolos pétricos concrecionários são o tipo de solo predominante no Tocantins, ocupando cerca de 21% da área do estado, o que equivale a aproximadamente 6 milhões de hectares. E é um grande desafio para a prática da agricultura, conforme Rodrigo: “é um solo talvez em outras regiões pouco conhecido, é típico de uma região tropical intensa de fronteira agrícola. Recentemente, foi convertido para o uso agrícola, com o plantio de soja e outras culturas produtoras de grãos. A grande diferença (com relação a outros tipos de solo) que traz dificuldade ao manejo agrícola é que ele apresenta bastante cascalho na sua proporção dentro do seu perfil. Apresentando essa característica, traz algumas incertezas e uma série de dificuldades”.
Como dificuldades, o pesquisador da Embrapa cita o alto custo de preparo de áreas e implantação de lavouras (com novas máquinas e mão de obra) e, durante o cultivo no dia a dia, a menor capacidade de armazenamento de água. No entanto, a adoção de práticas como proteção do solo, aporte de biomassa, plantio direto, integração lavoura-pecuária e uso de insumos biológicos permite o desenvolvimento de uma agricultura sustentável mesmo nas condições da região. Esse é o papel da Embrapa e de parceiros: desenvolver pesquisas e chegar a informações técnicas e científicas confiáveis para que o produtor rural possa, com segurança, aplicar em suas áreas.
Pôsteres – Houve, na terça e na quarta, sessões de pôsteres, com apresentações de dezenas de trabalhos científicos. A atividade aconteceu nas chamadas Ilhas do Conhecimento. Duas empresas patrocinadoras do congresso (Simbiose e Basf) premiaram os três melhores trabalhos de cada dia.
Na terça, os trabalhos que receberam destaque na Ilha do Conhecimento Simbiose foram: Efeito da microbiolização de sementes com Bacillus velezensis CNPMS-22 na produtividade do milho (na primeira colocação); Produção de silagem no sistema Antecipe em Sete Lagoas, região Central de Minas Gerais – safra 2023/2024 (no segundo lugar); e Bactérias solubilizadoras de fosfato aumentam a eficiência fotossintética em linhagens de milho-pipoca (na terceira colocação).
E na quarta, na Ilha do Conhecimento Basf, foram premiados os trabalhos: Aquisição e quantificação de Spiroplasma kunkelli Whitcomb em cigarrinha-do-milho (Hemiptera: Cicadellidae) em primeiro lugar; Sanidade de grãos de milho produzidos em plantas sintomáticas para o complexo de enfezamento (na segunda colocação); e Glicina-betaína na mitigação de estresse hídrico na produção de milho (em terceiro lugar).
Também na quarta-feira, foi eleita nova diretoria da Associação Brasileira de Milho e Sorgo (ABMS), que terá mandato de janeiro de 2025 a dezembro de 2028. O presidente será Iran Dias Borges, professor da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ); o secretário será Paulo César Magalhães, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG); e o tesoureiro será Ivan Cruz, também pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo.
Os vice-presidentes regionais serão: no Sul, Adriano Custódio, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná); no Sudeste, Décio Karam, da Embrapa Milho e Sorgo; no Centro-Oeste, Antônio Paulino Costa Neto, da Universidade Federal de Jataí (UFJ); no Norte, Rodrigo Véras da Costa, da Embrapa Milho e Sorgo com atuação no Tocantins; e no Nordeste José Nildo Tabosa, do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA).
O 34º Congresso Nacional de Milho e Sorgo termina hoje, 12 de setembro, no Centro de Convenções Arnaud Rodrigues, é promovido pela ABMS e tem a Embrapa como organizadora e realizadora. Conta com patrocínio ouro das empresas Basf e Simbiose, com patrocínio prata das empresas Advanta, Grão Pará Bioenergia, KWS e Sipcam Nichino, além de patrocínio bronze das empresas Bio Matopiba, CropLife Brasil, DJI Agriculture, GDM, Inpasa, Sistema OCB/TO, Ourofino Agrociência e Via Motors.