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Espécies florestais alternativas suprem mercado de madeira aglomerada

Arthur Netto

InvestAgro Reflorestamentos

arthur@investagro.com.br

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Os painéis de madeira aglomerada, que são produtos obtidos a partir de partículas de madeira distribuídas aleatoriamente, com a incorporação de um adesivo e aplicação de pressão e temperatura (MOSLEMI, 1974; TSOUMIS, 1991; MALONEY, 1993; IWAKIRI, 2005), têm apresentado nos últimos anos elevadas taxas de crescimento, tanto em termos de produção quanto de consumo (ABIPA, 2010).

No Brasil, a principal matéria-prima para a produção de painéis de madeira aglomerada é o pinus, por ser uma espécie de baixa massa específica e grande disponibilidade nas plantações florestais (IWAKIRI, 2005), e em menor quantidade o Eucalyptus (CABRAL et. al, 2007).

Além disso, outras espécies têm sido testadas e muitas ainda devem ser avaliadas tecnologicamente para esta finalidade, tendo em vista a necessidade de ampliar a oferta de matéria-prima de qualidade (TRIANOSKI, 2010).

As espécies, em função das características diferenciadas do lenho, apresentam diferentes massas específicas e composições químicas, as quais influenciam diretamente a densificação, polimerização do adesivo e consolidação do painel (MOSLEMI, 1974; KELLY, 1977; MALONEY, 1993).

Alternativas

Em conjunto com a avaliação de diferentes espécies, alternativas tecnológicas inerentes ao processo devem ser testadas e aprimoradas. Entre as variáveis de processo, a composição do painel assume considerável importância, já que dela também depende a obtenção de um produto adequado às especificações requeridas.

Segundo Torgovnikov (1993), os painéis de madeira aglomerada podem apresentar composição homogênea ou multicamadas, e as camadas podem conter partículas de diversas formas e dimensões.

Bowyeret al., (2003) complementam que painéis multicamadas são tecnicamente superiores para muitas aplicações, já que esta composição possibilita o aumento das propriedades de resistência e melhora o acabamento superficial.

No Brasil, o processo industrial de painéis de madeira aglomerada tem sido realizado com partículas de geometria variada - Crédito: Invest Agro
No Brasil, o processo industrial de painéis de madeira aglomerada tem sido realizado com partículas de geometria variada – Crédito: Invest Agro

Espécies utilizadas

No Brasil, o processo industrial de painéis de madeira aglomerada tem sido realizado com partículas de geometria variada (BRITO et al., 2005), caracterizando a composição multicamada, e os trabalhos experimentais normalmente se utilizam de diferentes espécies ou misturas de espécies, porém, com a composição homogênea. Poucos trabalhos têm sido realizados com composição em camadas, principalmente com diferentes espécies.

Vários estudos têm sido desenvolvidos para avaliar o potencial de espécies alternativas provenientes de florestas plantadas e de nativas para produção de painéis aglomerados.

Iwakiriet al. (2012) estudaram a viabilidade de uso de resíduos de nove espécies de madeiras tropicais para produção de painéis aglomerados, obtendo resultados satisfatórios; Zeller et al. (2013) avaliaram as propriedades de painéis aglomerados produzidos com madeira Schizolobiumamazonicum e Cecropia sp. e concluíram que ambas as espécies são adequadas para esta finalidade.

Quanto às espécies alternativas de florestas plantadas, vários exemplos demonstraram potencial para produção de aglomerados, conforme relatados por Trianoski (2013a) para espécie Cryptomeriajaponica; Trianoski (2013b) para espécie Acrocarpusfraxinifolius, e Trianoski (2014) para espécie Toonaciliata.

Pontos importantes

As propriedades anatômicas, físicas e químicas das diferentes espécies são parâmetros importantes na fabricação de produtos colados de madeira. Segundo Maloney (1993), as propriedades da madeira possuem forte influência na formação da ligação adesiva, e geralmente as madeiras de folhosas apresentam mais dificuldades para colagem do que as de coníferas.

Para viabilizar o uso de espécies de madeira de maior densidade, Moslemi (1974) sugere a mistura de espécies de maior e menor densidade para possibilitar o processo de colagem e formação do painel.

A mistura de diferentes espécies na composição do painel aglomerado é muito importante no sentido de ampliar a oferta de matéria-prima para estas indústrias que requerem grandes volumes de madeira.

Estudos

Um estudo realizado sobre o assunto teve como objetivo avaliar a qualidade de painéis aglomerados produzidos com misturas de seis espécies de madeiras tropicais da Amazônia e Pinus taeda. As espécies estudadas foram: Eschweilera odora, Byrsonimacrispa, Swartzia recurva, Eschweileracoriacea, Manilkaraamazonica e Pouteriaguianensis.

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro/dezembro 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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