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Vantagens da fertirrigação em batata-doce

Carla Verônica Corrêa

Engenheira agrônoma, doutoranda em Horticultura nas áreas de Fisiologia Vegetal e Metabolismo Mineral – UNESP/Botucatu.

cvcorrea1509@gmail.com

 

A cultura da batata-doce foi cultivada por um longo período apenas por pequenos produtores, visando à  agricultura de subsistência. No entanto, essa realidade vem se modificando e a cultura vem se destacando entre as olerícolas devido ao maior interesse da sociedade por alimentos saudáveis, principalmente por se tratar de um alimento fonte de energia e de proteínas.

Apresenta como vantagens de cultivo o fato de ser capaz de produzir mesmo em condições de manejo rudimentar, com reduzida utilização de fertilizantes, agrotóxicos ou irrigação. Tem baixo custo de produção, quando comparada com diversas outras hortaliças, e flexibilidade de colheita, pois ao antecipar a colheita, as raízes tuberosas são comercializadas para o consumo in natura, e ao retardar a colheita pode-se destinar a produção à indústria, porém, as raízes maiores apresentam valor de comercialização inferior.

Apresenta, ainda, resistência a pragas e doenças quando comparada à maioria das olerícolas produzidas no Brasil.

 

Cuidados

 

O primeiro cuidado a ser considerado no cultivo da batata-doce é em relação à produção de mudas de qualidade. A propagação comercial da batata-doce é feita de forma vegetativa por meio de ramas. Desta forma, deve-se ter a preocupação de sempre coletar ramas de plantas matrizes saudáveis. Entre outros cuidados, destacam-se:

â–º Controle de pragas, doenças e plantas invasoras;

â–º Correção da acidez do solo e adubação de acordo com a análise de solo e recomendações para a cultura;

â–º Irrigação, principalmente na fase de plantio das ramas e em períodos mais secos ao longo do desenvolvimento da cultura;

â–º Época de plantio, evitando períodos frios, pois é uma cultura sensível à geada e frio moderado a intenso. O ideal é cultivá-la em locais ou épocas em que a temperatura média seja superior a 24ºC. Quando a temperatura é inferior a 10ºC, o crescimento da planta é severamente retardado;

â–º Utilização de materiais com maior resistência e adaptados a região de cultivo;

â–º Rotação de cultura para quebrar o ciclo de pragas, doenças e nematoides;

â–º Preparação adequada do solo, uma vez que o produto comercial é composto por raízes tuberosas. Em solos compactados, o crescimento dessas raízes será prejudicado e haverá a formação de maior número de raízes deformadas, depreciando o valor de comercialização.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Exigências nutricionais

 

O fósforo, potássio, nitrogênio e cálcio são os nutrientes exigidos em maiores quantidades pela cultura de batata-doce. O cálcio deve ser fornecido por meio da calagem, procurando elevar a saturação por base a 60%.

Aconselha-se a aplicação de calcário dolomítico para que também ocorra o fornecimento de magnésio. O fósforo, potássio e nitrogênio são aplicados na adubação de plantio em formulações NPK.

A cultura pode extrair em torno de 60 a 113 kg de N; 20 a 45,7 kg de P2O5; 100 a 236 kg de K2O; 31 a 35 kg de CaO e 11 a 13 kg de MgO, para uma produção de 13 a 15 t ha-1. Para uma produção de 30 t ha-1 de raízes, extrai cerca de 129 kg de N; 50 kg de P2O5 e 257 kg de K2O. Dependendo da fertilidade do solo, verificada a partir da análise química do solo, as recomendações podem variar de 60 a 100 kg ha-1 de P2O5; 60 a 120 kg ha-1 de K2O e 20 kg ha-1 de N.

Na adubação de cobertura, as recomendações são de 20 kg ha-1 de N aplicados entre 30 e 40 dias após plantio das ramas. Nesse período, ainda é possível se deslocar na cultura, pois ainda não houve o fechamento da área pelas ramas.

 

Fertirrigação

 

A fertirrigação é uma tecnologia que contribui para o aumento da produtividade e qualidade da produção. A utilização de fertirrigação, dependendo do sistema de irrigação empregado, permite o aproveitamento de 75 a 85% do nitrogênio, de 25 a 35% do fósforo e de 80 a 90% do potássio pela planta.

Assim, há maior aproveitamento dos nutrientes pela cultura, o que resulta em aplicação de doses menores de adubos e elevada produção de raízes com padrões comerciais.

Ao antecipar a colheita, as raízes tuberosas são comercializadas para o consumo in natura - Crédito Shutterstock
Ao antecipar a colheita, as raízes tuberosas são comercializadas para o consumo in natura – Crédito Shutterstock

Manejo

 

O primeiro passo para a implantação de uma área de cultivo em relação ao aspecto nutricional é a realização de calagem e adubação de base de acordo com a análise química do solo e da extração da cultura.

A primeira e a segunda semana após o plantio das ramas são o período de maior exigência de água. Isso se deve ao fato dessas ramas não apresentarem sistema radicular e, assim, necessitam de alta umidade no solo. Nesse período, dependendo da intensidade pluviométrica do período, recomenda-se irrigação duas vezes na semana.

Nessa fase não se recomenda a aplicação de fertilizantes, pois já foi realizada a adubação de plantio e devido à presença de sistema radicular pouco desenvolvido. A aplicação de fertilizantes pode ser iniciada aos quinze dias após o plantio das ramas.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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