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Critérios para sucesso na implantação da seringueira

José Geraldo Mageste Silva

Engenheiro florestal, Ph.D. e professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

jgmageste@ufu.br

Fernando Bacilieri

Engenheiro agrônomo e doutorando em Agronomia – UFU

ferbacilieri@zipmail.com.br

 

Crédito Borbrás
Crédito Borbrás

Na implantação de uma cultura perene, como a seringueira, deve-se tomar o máximo cuidado com algumas práticas agrícolas adotadas, tanto na implantação quanto na condução do seringal.

É preciso lembrar que a oportunidade de fazer um plantio bem feito e formar um povoamento de alta qualidade é única. Uma vez instalados os povoamentos, não existem outras oportunidades para correção de problemas que poderiam ter sido evitados.

Assim, escolhas corretas de clones e distribuição dos mesmos, espaçamentos adequados, permitindo bom fluxo das operações, disposição permitindo máxima aeração e luminosidade dentro do seringal são prioritários.

O sucesso do empreendimento depende muito da escolha das melhores práticas ou daquelas mais atuais, em todas as fases da cultura. Existem seringais implantados nos Estados de São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo com mais de 40 anos em produção.

Aposentadoria verde

A seringueira é considerada uma excelente aposentadoria, pois permitirá ganhos ao produtor pelo resto de sua vida. Entretanto, têm-se observado alguns problemas na implantação dos seringais, uns mais e outros menos importantes, mas todos afetarão a performance do seringal em posterior produção.

A começar pela qualificação do produtor, esta é uma cultura que não permite amadores. É necessário o produtor procurar adquirir conhecimentos, trocar experiências e, principalmente, estar disposto a gerenciar muita mão de obra. É uma cultura geradora de emprego, mas para quem tenha pelo menos uma mínima especialização. A retirada de látex não é para amadores e não permite erros grosseiros.

Instalação do seringal

Muitos agricultores ignoram o preparo do solo para instalação do seringal. Ele é muito importante. Trata-se de uma cultura perene, que precisa desenvolver bem o sistema radicular, principalmente em profundidade, para superar os possíveis veranicos nos primeiros anos de formação.

Um solo preparado adequadamente permitirá boa formação do sistema radicular e, principalmente, a antecipação da produção de látex De nada adianta a aquisição de mudas de primeira qualidade (bons clones, com dois lançamentos maduros, bem formados, com bom tamanho do sistema radicular e da parte aérea) para colocá-las em covas rasas, com áreas de fácil identificação do chamado “pé do arado ou pé de grade“ (áreas com adensamento de camadas subsuperficiais ” abaixo de 10 cm de profundidade).

Esta camada precisa ser rompida, pois limitará o crescimento do sistema radicular. A planta não possui “força“ para isto.

As melhores covas devem ter pelo menos 40 x 40 x 60 cm de profundidade. Preferencialmente, o solo dos primeiros 30 cm deve voltar para o fundo da cova. Eles têm microrganismos e algum vestígio de matéria orgânica que são muito bons para o desenvolvimento inicial da muda.

Um solo preparado adequadamente permitirá boa formação do sistema radicular - CréditoHevea Suporte
Um solo preparado adequadamente permitirá boa formação do sistema radicular – CréditoHevea Suporte

Adubação

A adubação deve ser baseada na análise de solo, separada em amostras de 0-20 e de 20-40 cm (ou na divisão dos perfis superficiais da área). O fósforo pode ser fornecido na forma prontamente disponível (super simples ou super triplo e lentamente disponível (fosfato natural, por exemplo).

Preferencialmente, deve ser colocado no fundo da cova, o que facilitará o desenvolvimento das raízes em profundidade, amenizando os efeitos negativos de um veranico. Para aqueles que preferem o plantio das mudas usando um sulcador de cana (abrindo grandes sulcos), a adubação fosfatada também deve ser feita no fundo do sulco, distribuída ao longo do sulco ou somente nos pontos que receberão as mudas.

As mudas

As mudas nunca devem ir para o campo com lançamentos marrons. Nesta condição elas são frágeis e perdem água com muita facilidade.

As mudas devem apresentar todos os lançamentos maduros e as folhas devem estar completamente verdes. Elas devem ser levadas para o campo, preferencialmente no início do período chuvoso. Nas chamadas “regiões de escape“ isto ocorre em meados de novembro a início de dezembro.

Plantios em março/abril, mesmo que usando gel (3,0 litros por cova) vão exigir irrigação. Uma saída é a colocação de palha ou capim seco em volta das plantas para se evitar uma evapotranspiração intensa. Essa medida também dificulta a competição com gramíneas tipourocloa ” também chamada de brachiária.

Manter um círculo de pelo menos 60 cm limpo em volta das mudas auxiliará muito no desenvolvimento inicial delas. As mudas não precisam ser tutoradas. Esta prática é inviável. Mas elas devem ser conduzidas em haste única até pelo até menos 2,4 metros de altura, dando formação à haste do futuro painel de sangria.

Essa matéria completa você encontra na edição de março/abril 2017  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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