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Fertilizante com ação bioestimulante é nova estratégia em HF

Rodrigo TakashiMarukiMiyake

Engenheiro agrônomo e doutor em produção vegetal

William Hiroshi SuekaneTakata

Biólogo e doutor em Horticultura

takata@unoeste.br

FotosShutterstock
FotosShutterstock

Está disponível para o setor de hortaliças e frutas um fertilizante foliar formulado com alta concentração de aminoácido que promove efeitos bioestimulantes. O produto beneficia a brotação, o aumento do teor de clorofila e, consequentemente, a fotossíntese das plantas, com maior resistência aos estresses e maior aproveitamento do nitrogênio aplicado, devido à fonte de alta eficiência utilizada no produto. Desta forma, o resultado é a economia de recursos, otimização do uso dos fertilizantes nitrogenados e maior produção de raízes, folhas e frutos.

Os bioestimulantes em si proporcionam melhor aproveitamento do nutrientes minerais, em especial, o nitrogênio, gerando economia no manejo de adubação das plantas. Essa otimização do uso de fertilizante influencia diretamente na maior produção de raízes, folhas, flores e frutos, consequentemente, refletindo em aumento da produção de frutas e hortaliças.

As hortaliças em geral são beneficiadas pela aplicação de produtos com bioestimulantes, ou seja, tanto as hortaliças folhosas, de flores, de frutos, quanto tuberosas. Nas frutas, o fertilizante foliar pode ser aplicado em todos os citros (laranjas doces, lima ácida e tangerinas). Também se destaca a melancia, melão, mamão e o morango.

Os bioestimulantes aumentam a produção de folhas e raízes. Nas folhas observa-se o aumento do teor de clorofila e, consequentemente, a fotossíntese das plantas. O aumento da produção de raízes faz com que haja melhor aproveitamento dos nutrientes minerais e maior capacidade de catação de água, devido ao aumento da área radicular.

O conjunto desses fatores reflete na maior resistência contra os estresses bióticos e abióticos.

Composição

O fertilizante foliar com ação bioestimulante é composto por aminoácidos (unidade básica de uma proteína) e pode contar uma mistura de reguladores vegetais. O conjunto de aminoácidos formam as proteínas. Elas são responsáveis por praticamente todas as funções vitais de uma planta.

Os aminoácidos possuem efeito na absorção e transporte de micronutrientes no interior da planta, e também são precursores ou ativadores de hormônios e reguladores vegetais. Além disso, esses aminoácidos proporcionam o crescimento de um pool de microrganismos, o que auxilia as plantas na proteção contra o ataque de pragas e doenças, sobretudo o aparecimento de ácaros.

Os bioestimulantes aumentam a produção de folhas e raízes - FotosShutterstock
Os bioestimulantes aumentam a produção de folhas e raízes – FotosShutterstock

Manejo

A aplicação dos bioestimulantes deve ser parcelada de acordo com a fisiologia das plantas, ou seja, na alface o fertilizante pode ser aplicado em espaço de tempo menor que uma laranjeira devido à diferença entre os ciclos das culturas.

Ela deve ser realizada visando aumentar a produção e, posteriormente, a comercialização das partes de interesse comercial, que no caso da alface são as folhas e da laranjeira os frutos.

Não existe uma dose recomendada do produto. A dose ideal depende da cultura, do tipo de cultivo (ambiente aberto ou protegido), fisiologia da planta (folhosa, tubérculos, planta rasteira, frutífera), condições climáticas do local e estádio fenológico da lavoura.

A aplicação do fertilizante foliar com ação bioestimulante eleva a produtividade das plantas pela ação estimulante do produto no aumento da absorção e transporte de nutrientes e melhoria do aproveitamento do nitrogênio aplicado, o que proporciona maior números de folhas, raízes e frutos.

Mas o ganho de produtividade (%) depende da somatória de alguns fatores, como: dose aplicada, aplicação na época correta do produto, cultura, variedade ou híbrido, entre outros fatores.

Lembrando que, a princípio, o recurso que mais pode ser economizado, com o uso dos bioestimulantes, é a adubação nitrogenada e a água.

Investimento

O custo da aplicação é relativamente baixo, quando comparado à adubação convencional. A dose aplicada pode variar de 01 a 05 litros por hectare, de acordo com a cultura.

Em hortaliças, por exemplo, o custo é baixo porque são plantas de porte médio a baixo, que necessita, de doses pequenas e o ciclo das plantas é rápido, variando de 30-150 dias, e áreas de plantio normalmente são pequenas.

Em frutas, o custo da aplicação é maior devido ao tamanho das áreas, mas o custo pode ser diluído com o aumento da produtividade por área e qualidade do produto final (frutas e hortaliças).

O custo-benefício da aplicação do produto pode ser interessante para alguns produtores de hortaliças que buscam novas tecnologias e produtos, almejando o aumento da sua produção.

Para os produtores que utilizam o cultivo em ambiente protegido (estufa), o fertilizante também pode ser interessante, já que ele pode controlar melhor o ambiente, o que facilitaria o manejo da aplicação foliar, resultando em aumento da produção.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de Julho 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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