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Uso de herbicidas em pré-emergência na cultura do pinus

 

Arthur Arrobas Martins Barroso

arrobas@usp.br

Allan Lopes Bacha

Mestres em Agronomia – Departamento de Biologia Aplicada à Agropecuária – Unesp Jaboticabal

Pedro Luis da Costa Aguiar Alves

Doutor em Agronomia – Departamento de Biologia Aplicada à Agropecuária – Unesp Jaboticabal

 

Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

O setor florestal brasileiro apresenta considerável relevância econômica para o País, tendo movimentado quase R$ 70 bilhões no ano de 2015, porção que representou 1,2% do PIB do Brasil.

Em uma área plantada de 1,6 milhão de hectares, as florestas brasileiras de pinus são as mais produtivas do mundo, perfazendo um total de 31 m³/ha/ano em 2015. Isso se deve, dentre outros fatores, aos programas de melhoramento genético, bem como ao desenvolvimento das estratégias de manejo da cultura, no qual o controle de plantas daninhas apresenta elevada representatividade.

Tudo sob controle

O controle de plantas daninhas é uma das etapas mais importantes para a sobrevivência, crescimento e uniformidade no plantio de pinus. Se não controladas, essas plantas reduzem o potencial produtivo da cultura. Na Espanha, por exemplo, a convivência de plantas daninhas com o pinus foi responsável por reduzir a altura e o diâmetro de plantas em 24 e 50%, respectivamente.

O uso de herbicidas durante o estabelecimento de florestas plantadas é uma maneira efetiva de controle dessas plantas daninhas, elevando a produtividade da floresta.

Evolução

A aplicação de herbicidas em pré-emergência não é recente. No Brasil, as primeiras preocupações com o controle de plantas daninhas em áreas de reflorestamento surgiram na década de 80.

Hoje, porém, retoma-se a discussão da aplicação de herbicidas em pré-emergência devido aos problemas gerados pela seleção de plantas daninhas resistentes e consequente perda de eficácia dos herbicidas aplicados na pós-emergência; ou por conta da alta infestação de plantas daninhas causadas por plantio em áreas de reforma de pastagens.

Os herbicidas conhecidos por “pré-emergentes“ são produtos que podem ser aplicados antes ou após o plantio do pinus e antes da emergência das plantas daninhas. Quando aplicados corretamente, esses herbicidas conferem um período denominado de “residual de controle“ no solo, ou seja, exercem, por determinado tempo, o controle do fluxo de emergência de plantas daninhas, podendo proporcionar algumas vantagens ao produtor, reduzindo as entradas na floresta para a realização de novas aplicações.

Diferencial

Além do momento de aplicação com relação à cultura e às plantas daninhas (no qual o pós-emergente é aplicado nas plantas daninhas já emergidas), a aplicação em pré-emergência difere da aplicação em pós-emergência também pelo destino do herbicida. Na primeira, o alvo é o solo, enquanto na segunda o alvo são as folhas das plantas daninhas.

A aplicação em pré-emergência dispensa simplicidade. São vários requisitos a serem considerados para o sucesso dessa aplicação, sendo necessário conhecer o histórico de infestação da área, uma vez que o herbicida será aplicado “às escuras“, isto é, sem detectar quais espécies irão germinar.

Para anular esse problema, o produtor deve conhecer seu banco de sementes, seja por experiência pessoal ou por análises do banco de sementes.Além desse fator, o sucesso da aplicação em pré-emergência depende de interações múltiplas que o herbicida irá apresentar no solo.

Dentre esses processos, existem a lixiviação, a degradação, a volatilização, a decomposição, o escorrimento superficial e a sorção. O herbicida depende, nesse caso, da umidade do solo, da água da chuva ou de irrigação, para atuar de maneira adequada. Normalmente esses produtos atuam sobre processos como a germinação de sementes ou o crescimento radicular.

Os herbicidas “pré-emergentes“ são aplicados antes da emergência das plantas daninhas - Crédito Luize Hess
Os herbicidas “pré-emergentes“ são aplicados antes da emergência das plantas daninhas – Crédito Luize Hess

Retenção ou lixiviação

No solo, o herbicida pode ser retido ou lixiviado. A retenção refere-se à habilidade do solo de reter uma molécula orgânica evitando sua movimentação, o que afeta diretamente sua eficiência agronômica. Essa retenção é fundamental para regular a dose do herbicida. Solos com maiores teores de argila, em geral, requerem maiores dosagens de herbicida, aplicados na pré-emergência de plantas.

A lixiviação refere-se à movimentação descendente do herbicida no solo pela água. Quanto maior a absorção de um herbicida, menor sua lixiviação. No pinus, o ideal seria um herbicida que não atingisse as raízes da cultura, porém, que permanecesse nos primeiros centímetros de solo, onde se concentra a maioria das sementes das plantas daninhas.

A volatilização é o processo pelo qual as moléculas dos herbicidas passam do estado líquido para o vapor, podendo se perder para a atmosfera. Esse processo pode ser, em alguns casos, tão intenso a ponto de forçar a incorporação do herbicida aplicado no solo.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro/outubro 2017  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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