28.6 C
Uberlândia
sábado, setembro 7, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosHortifrútiHidroponia exige qualidade das mudas

Hidroponia exige qualidade das mudas

Elisamara Caldeira do Nascimento

Talita de Santana Matos

Doutoras em Agronomia – UFRRJ

Glaucio da Cruz Genuncio

Doutor em Agronomia e professor adjunto – UFMT

glauciogenuncio@gmail.com

Crédito Hidrogood
Crédito Hidrogood

O sucesso de qualquer produção (convencional, orgânica ou hidropônica), de maneira geral, depende, dentre outros aspectos, de um adequado estabelecimento das plantas, fator este diretamente relacionado com a qualidade das sementes e do substrato utilizado na produção das mudas, assim como no adequado controle da irrigação e de pragas e doenças que possam estar presentes na área de viveiro.

No cultivo hidropônico as mudas podem ser adquiridas em viveiros ou mesmo serem produzidas na própria propriedade, sendo necessário que as mudas ou sementes adquiridas sejam oriundas de empresas que garantam qualidade e que auxiliem os produtores na seleção de variedades adaptadas a cada região.

A uniformidade dos estandes e a máxima germinação, avaliadas a partir de testes de germinação, a produtividade, a qualidade e a padronização do produto final são aspectos relacionados com a qualidade das sementes utilizadas em condições ambientais adequadas. As mudas produzidas estão envolvidas continuamente nos aspectos sanitários da cultura, na precocidade da colheita, na eficiência operacional, nos custos e qualidade do produto final.

Etapas

De maneira geral, a produção de mudas de hortaliças compreende duas etapas. Inicialmente, o processo que vai desde a semeadura ou estaquia até o primeiro par de folhas e em seguida a partir desta até o quinto par de folhas. O tempo de duração destas fases dependerá, dentre outros fatores, da espécie, da cultivar, do substrato, das condições microclimáticas, do tipo de propagação (vegetativa ou semente), do condicionamento da semente (nua ou peletizada) e das condições fitossanitárias do ambiente de produção.

As mudas devem ser produzidas em estufas exclusivamente para essa finalidade - Crédito Shutterstock
As mudas devem ser produzidas em estufas exclusivamente para essa finalidade – Crédito Shutterstock

A semente

Um aspecto fundamental para reduzir o tempo para formação das mudas é a escolha da semente.Deve-se verificar a qualidade fisiológica, sanitária e genética.A utilização de sementes peletizadas possibilita a formação de um estande uniforme, facilitando a semeadura e dispensando o desbaste.

Normalmente, as sementes peletizadas recebem tratamento denominado “priming“, que reduz o problema da maioria das cultivares, como a fotodormência (luz para poder germinar) e a termodormência (não germina em temperaturas acima de 23ºC). Entretanto, é importante salientar que, embora este tratamento seja muito eficiente para acelerar o processo de germinação, reduz a longevidade das sementes.

Substrato

A escolha do substrato é fundamental na determinação da estrutura a ser utilizada para produção das mudas. Os substratos devem ser inertes quanto ao fornecimento de nutrientes, ter pH neutro e apresentar retenção de água e porosidade adequadas para a oxigenação das raízes, oferecer sustentação para a muda e proteção às raízes aos danos físicos.

Dentre os substratos mais utilizados para o cultivo hidropônico estão: substrato organomineral, fibra de coco e espuma fenólica. Atualmente, tem-se usado muito a espuma fenólica, por uma série de vantagens que apresenta quando comparada com os outros substratos.

Porém, é perceptível no campo que a escolha do substrato depende do grau de adaptabilidade do produtor ao mesmo. Igualmente, existem produtores que selecionam o substrato de acordo com a cultura, sendo que muitos dão preferência ao uso da fibra de coco para a germinação de rúcula e ao uso da espuma fenólica para germinar alface.

A utilização da espuma fenólica como substrato favorece o manuseio e dispensa tanto o uso de bandejas de isopor, como a construção do “floating“, pois após a emergência as mudas são transplantadas diretamente para os canais de crescimento.

A escolha do substrato é fundamental na determinação da estrutura a ser utilizada para produção das mudas - Crédito Hidrogood
A escolha do substrato é fundamental na determinação da estrutura a ser utilizada para produção das mudas – Crédito Hidrogood

Estufas

As mudas devem ser produzidas em estufas exclusivamente para essa finalidade, conhecidas como estufas-maternidade. Estas devem ser mantidas limpas e organizadas a fim de evitar qualquer tipo de contaminação.

Devem ser construídas com cobertura de filme plástico aditivado anti-UV e antigotejo, fechada lateralmente por tela de sombreamento com transmissividade de 50%, que evita a entrada de 50% de luz e de insetos transmissores de doenças (em específico, utiliza-se a tela antiafídea para o controle da mosca-branca).

A estufa específica para a produção de mudas deve permanecer sempre limpa e muito bem fechada, evitando-se a entrada de pessoas que possam trazer qualquer tipo de contaminação.

Em relação à necessidade de luz para germinar, as sementes devem ser semeadas mais na superfície do substrato (com 01 cm de profundidade). Assim, a profundidade de semeadura para espécies olerícolas é importante para que o substrato não se constitua barreira física à emergência da plântula.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

ARTIGOS RELACIONADOS

Safra do milho safrinha no Mato Grosso do Sul deve superar a anterior

  Influência do clima foi fundamental para que a produtividade aumentasse, segundo especialistas A próxima safra do milho safrinha no Mato Grosso do Sul promete ser...

Tributun – Primeira cultivar da UFES

A Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) teve recentemente seu primeiro registro de cultivar, no Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento " MAPA, sendo...

Aminoácidos – A defesa natural do cafezal

Os aminoácidos são moléculas de características estruturais em comum, formados por um carbono central, quase sempre assimétrico, ligado a um grupamento carboxila (COOH), um grupamento amino (NH2) e um átomo de hidrogênio. Além destas três estruturas, os aminoácidos apresentam um radical chamado genericamente de “R”, que diferencia os mesmos.

Controle biológico como alternativa para o manejo do vírus do vira-cabeça do tomateiro

  Rodrigo Vieira da Silva Doutor em Fitopatologia e professor do IF Goiano " Câmpus Morrinhos rodrigo.silva@ifgoiano.edu.br Bruno Eduardo Cardozo de Miranda Doutor em Fitopatologia e bolsista DCR (CNPq/FAPEG)...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!