20.6 C
Uberlândia
domingo, dezembro 22, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioDestaquesManejo de doenças da lichia

Manejo de doenças da lichia

Crédito Paulo Katsuo Tsuge

Elisamara Caldeira do Nascimento
Pós-doutoranda – PPG Agricultura Tropical – Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
elisamara.caldeira@gmail.com
Glaucio da Cruz Genuncio
Doutor e professor de Fruticultura – UFMT
glauciogenuncio@gmail.com

O consumo e a produção de lichia estão crescendo nos últimos anos. Apesar de cultivada no País desde a década de 70, a lichia pode ser considerada uma fruta exótica para os brasileiros, devido à limitada produção nacional, oriunda de pequenas áreas, além de apresentar pouca divulgação científica. A cultura da lichia constitui-se em uma alternativa econômica, devido à alta produtividade.

Características

Os frutos amadurecem de três a cinco meses após o florescimento. Uma vez que a lichia não amadurece após a colheita, por ser não climatérica, os frutos devem ser colhidos quando apresentam aparência e qualidade para o consumo ótimos.

A lichia é uma fruta de origem asiática, de casca dura e vermelha, com a polpa macia e doce. A plantação vai bem no Brasil, principalmente na região sudeste.

Fitossanidade

Para o mercado externo, a qualidade do produto deve atender padrões fitossanitários e o uso de defensivos deve seguir normas internacionais. As frutas apresentam problemas tais como ataque de doenças e pragas, a fragilidade dos frutos à colheita, rápida desidratação e escurecimento.

O escurecimento do pericarpo, causado pela desidratação da lichia, aliado a doenças pós-colheita, a maior parte causada por fungos patogênicos, são os principais fatores que comprometem a comercialização e a qualidade dos frutos.

Em sua região de origem, as lichieiras são infestadas por vários grupos de insetos, atacando flores, frutos, folhas e ramos. Atualmente, o ácaro Aceria litchii (Keifer) (Eriophyidae), conhecido como ácaro-da-erinose-da-lichia, é uma das principais pragas da cultura de lichia. O ácaro-da-erinose tem se espalhado rapidamente pelas áreas produtoras e comprometido pomares de lichia sem manejo adequado.

O ácaro se instala nas folhas mais novas, e para se alimentar vai raspando a folha. Ele tem associação com um tipo de alga, que aproveita a raspagem da epiderme da folha para se multiplicar, causando o sintoma de veludo.

A relação entre o ácaro e a alga é simbiótica – um ajuda o outro, o que dificulta o controle do ácaro. Além das folhas, o fruto também é atacado.

Controle

A primeira recomendação de controle é a poda de eliminação dos ramos infestados. Deve-se retirar o ramo da área e o queimá-lo, evitando sua proliferação. Não existe nenhum produto registrado para controle de ácaro em lichia, embora existam acaricidas eficientes para a praga.

Recomenda-se, portanto, a aplicação de calda sulfocálcica após a retirada dos ramos e logo após o início das brotações, em intervalos de 15 dias até a floração. Ela pode ser utilizada em pomares convencionais e orgânicos. A solução é preparada usando dois litros de água para 40 ml de calda sulfocálcica, que pode ser encontrada pronta em lojas especializadas.

Outro grande problema enfrentado na cultura da lichia é a incidência de podridões, destacando-se a antracnose. Atualmente, não existem fungicidas registrados para o uso em pós-colheita e é crescente a procura dos consumidores por produtos livres de resíduos.

A antracnose é uma doença fúngica, caracterizada por lesões de coloração escura, que no centro apresentam a cor rósea, devido à esporulação do fungo. Pode incidir nas folhas e frutos. As lesões provocam a morte do tecido. Plantas estressadas podem apresentar uma suscetibilidade maior à incidência desta doença.

Doenças em pós-colheita

As doenças pós-colheita podem ser divididas em duas categorias: as típicas, ocasionadas por patógenos que infectam os frutos após a colheita, frequentemente por meio de ferimentos; e as quiescentes, ocasionadas por patógenos que infectam a fruta antes da colheita, mesmo na ausência de ferimentos, permanecendo latentes até a maturação.

O principal patógeno que causa podridão pós-colheita em lichia é o Colletotrichum gloeosporioides, pertencente à categoria de doenças quiescentes, embora patógeno pós-colheita.

Estratégias

As pragas devem ser controladas principalmente com defensivos agrícolas sintetizados. Para evitar o problema de resíduos nos frutos, existe uma tendência pelo uso de métodos biológicos para o controle das pragas, como a cobertura do solo, a inoculação de parasitoides, a biodiversidade da vegetação e a utilização de inimigos naturais.

As doenças da lichia durante a floração e frutificação são geralmente controladas com fungicidas, que muitas vezes são aplicados nos demais estádios de desenvolvimento.

ARTIGOS RELACIONADOS

Baixa salinidade em fertilizantes de liberação controlada

Letícia de Abreu Faria Professora da Universidade Federal Rural da Amazônia-UFRA leticia.faria@ufra.edu.br Douglas Alexandre de AzevedoMargalho Graduando Eng.AgronômicaUFRA A salinidade do solo ocorre com o acúmulo de sais na...

Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja – Safra 2014/2015 recebe inscrições

Campeões regionais ganharão viagem aos EUA. Meta deste ano aos participantes é alcançar 120 sacas/hectare; concurso busca estimular novas técnicas e práticas para aumentar a...

Alga verde no controle da antracnose do feijoeiro

Felipe Augusto Moretti Ferreira Pinto Engenheiro agrônomo, doutor em Fitopatologia e pesquisador da Epagri/ Estação Experimental de São Joaquim felipemoretti113@hotmail.com O feijão (Phaseolusvulgaris L.) é um...

VI Workshop Internacional sobre Planejamento e Desenvolvimento Sustentável de Bacias Hidrográficas

11 A 15 DE JULHO DE 2017 " UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - UFU   Programação 11/7/2017. Terça-feira " Anfiteatro do Bloco 3Q 14h às 18h " MINICURSOS:   Diana Amaral Monteiro (DCF/UFSCar) "Ecotoxicologia...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!