Autor
Tiago Henrique Costa Silva
Engenheiro agrônomo e mestrando em Agronomia – Instituto Federal de Goiás (IFG), campus Urutaí
tiago@agronomo.eng.br
O desenvolvimento dos híbridos impulsiona a evolução do cruzamento convencional de tomates. É o que se verifica em lavouras de todo o Brasil, que demandam materiais mais resistentes a pragas e doenças, reduzindo assim o custo com defensivos químicos e, por consequência, tornando o tomate, já tão taxado de alimento contaminado, algo mais saudável para o consumo.
Melhoramento genético
Sabemos que, agronomicamente, um híbrido é o resultado do cruzamento genético de duas ou mais variedades de tomates diferentes, o qual entrega um material híbrido com as melhores características desejáveis para uma alta produtividade.
Normalmente essas características buscadas nos cruzamentos para formar os híbridos são características de maior produção/ha, plantas mais resistentes a pragas, doenças e estresses em geral. Portanto, seguindo este raciocínio, podemos afirmar que os híbridos de tomate presentes no mercado atualmente atendem essas melhorias, trazendo ao agricultor uma lavoura mais eficiente, produtiva e com menos riscos de perda de produtividade ou qualidades de produção.
Opções
São vastas as opções de materiais híbridos disponíveis no mercado. Muitas empresas já trabalham com materiais tanto rasteiros quanto envarados para produção. Ao escolher um material para plantar, sugiro que o produtor consulte um agrônomo para, juntos, escolherem a melhor opção de materiais híbridos adaptados à região de cultivo.
Esse cuidado é muito importante – plantar um material não recomendado ou adaptado à sua região pode lhe trazer grandes prejuízos.
Produtividade
Materiais híbridos têm um custo de sementes maior, porém, seus benefícios são extremamente vantajosos, incluindo a produtividade. Estes materiais são desenvolvidos visando maior resistência a pragas, doenças e estresses, e assim sofrem menos durante seu ciclo, que por consequência entrega maior produção com menor custo.
A produção a mais, com os híbridos, pode chegar a 20%, comparando com variedades de tomates comuns. Além de maior produção, os híbridos entregam frutos mais bonitos e sadios, conseguindo assim melhores preços na venda e tempo de prateleira nos distribuidores.
Cuidados
Quanto ao plantio e população de plantas, os cuidados são os mesmos, comparando com variedades de tomates. Entretanto, é preciso ter cuidado na escolha do híbrido mais adaptado à região e seguir as recomendações da empresa que o desenvolveu.
Já no processo fitossanitário, a diferença no manejo é enorme, pois estes híbridos passam por cruzamentos de diversas variedades de tomates, buscando o que há de melhor em cada genética. Assim, normalmente os híbridos entregam uma lavoura mais resistente a pragas e doenças. Por consequência, temos uma redução de pulverização, refletindo em mais economia para o agricultor e melhorando a receita econômica.
Sem errar
Os erros mais comuns que observamos começam pela falta de atenção na escolha do híbrido de tomate adaptado à região de produção. Algumas vezes vimos agricultores visitando lavouras de Estados vizinhos, gostando da lavoura e adaptando o híbrido à sua fazenda. Porém, ele não se deu conta que aquele material vai bem somente na região específica, e que não é recomendado para outra.
Assim, o agricultor peca por problemas de adaptação do híbrido e tem maior custo de produção. Portanto, fica a dica – sempre que for plantar uma lavoura de tomates híbridos, procure orientação de um agrônomo.
Compensa?
O benefício de evoluir para materiais híbridos é enorme, começando pelo incremento médio de 20% na produção e redução de custos com controle fitossanitário em 10%. Em outras palavras, é mais produção com qualidade, geração de mais receita e menor custo de produção.