Autora
Dalyse Toledo Castanheira
Professora na área de cafeicultura – Universidade Federal de Viçosa (UFV)
dalysecastanheira@hotmail.com
As podas se destacam como uma importante prática agronômica para a recuperação das plantas e, consequentemente, para assegurar altas produtividades nas lavouras. O esqueletamento, um dos tipos de podas mais comum, constitui-se pelo corte dos ramos plagiotrópicos a uma distância de 20 a 30 cm do ramo ortotrópico. Quando essa poda é realizada em uma distância maior do ramo ortotrópico (30 a 60 cm) denomina-se “desponte”.
Além disso, simultaneamente ao esqueletamento ou desponte, é usual realizar o “decote” das plantas, caracterizado pelo corte do ramo ortotrópico a uma altura que pode variar de 1,20 a 2,50 m.
Benefícios
De forma geral, a poda no cafeeiro induz a formação de novas gemas que darão origem a novos ramos, responsáveis pelo crescimento e produção das plantas. Nesse sentido, é importante ressaltar a necessidade do ajuste no suprimento de macro e micronutrientes conforme o manejo de poda adotado em cada lavoura.
Plantas submetidas ao esqueletamento devem ser criteriosamente acompanhadas em relação ao fornecimento, principalmente, de micronutrientes. Atenção especial deve ser dada ao zinco, pois, em virtude do grande estímulo a novas brotações nos ramos plagiotrópicos, observa-se deficiência recorrente nos cafeeiros após a poda.
Importância do zinco
Pesquisas apontam que a deficiência de zinco compromete diretamente a atividade enzimática, a síntese proteica, o teor de clorofila, a taxa fotossintética e o acúmulo de matéria seca nas plantas. O zinco é formador de uma importante enzima responsável pela produção de triptofano, que é precursor do principal hormônio de crescimento vegetal – ácido indol acético (IAA).
Assim, tendo em vista que o principal objetivo do esqueletamento é promover a maior brotação e crescimento de ramos, verifica-se a grande importância do monitoramento e fornecimento de zinco na lavoura cafeeira submetida à poda.
O teor de zinco deve estar adequado tanto no solo quanto nas folhas. No entanto, por esse nutriente ser pouco móvel na planta, observa-se maior eficiência no seu fornecimento quando utilizadas as aplicações foliares.
Ressalta -se que com o manejo de podas no cafeeiro, macro e micronutrientes são continuamente exportados da lavoura. Especificamente no caso do zinco, nutriente discutido neste texto, há uma estimativa de aproximadamente 120 gramas por hectare presentes na fitomassa (folhas e ramos) extraída do cafeeiro submetido às podas de esqueletamento e desponte.
Assim, evidencia-se o alto valor do aproveitamento do material vegetal podado como fonte de nutrientes e matéria orgânica no solo.