No dia 23 de julho Patos de Minas (MG) recebeu o 1° Encontro Estratégico Remineralizadores de Solo e a Nova Agricultura, realizado pela Harvest Minerals, apresentando seu produto o KP Fértil. Em discussão estava a agricultura sustentável e os novos insumos. A abertura e apresentação da empresa foram feitas por Luís Maurício Ferraiuoli Azevedo, fundador e diretor executivo da Harvest Minerals Brasil. Na ocasião, ele falou sobre a proposta da empresa para o Brasil e agradeceu a presença de todos.
“Chegamos ao Brasil em 2015, montamos a planta piloto no final de 2017, e desde então tivemos uma grande aceitação do nosso produto KP Fértil. Em contrapartida, quisemos trazer até os produtores rurais da região do Alto Paranaíba um pouco mais de conhecimento técnico e as novas técnicas de plantio. Por KP Fértil ser um produto ambientalmente correto, certificado pelo IBD e de grande valor fertilizante, o reflexo é um impacto positivo na produtividade, reduzindo o consumo de fertilizantes e os custos na lavoura. Trabalhamos rumo à onda verde, iniciada há alguns anos, visando que o futuro tenha melhor qualidade ambiental e alimentar”, relata Luis Mauricio.
Em seguida, Frederico Bernardez, gerente geral interino da Harvest Minerals Brasil tomou a palavra. “Iniciamos o projeto de exploração junto da Harvest Minerals, incialmente com fontes de fosfato, quando descobrimos que, além deste, tínhamos outro produto que nos oferecia outros nutrientes, como fósforo, potássio, cálcio, magnésio, silício e demais micronutrientes. Em 2017 começamos a comercializar o KP Fértil e, neste ano, em parceria com instituições de pesquisa, como a Unipam, temos feito estudos e ensaios de campo com café, milho, cana e outras culturas para comprovar os resultados, que tiveram reflexo no boom nas vendas”, orgulha-se.
Eduardo Scarpari Spolidorio, engenheiro agrônomo responsável pela pesquisa e desenvolvimento do KP Fértil, foi quem realizou os ensaios agronômicos para comprovar e validar a eficiência agronômica do KP Fértil como fonte fertilizante. “Trata-se de um produto multinutriente classificado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como remineralizador de solo, uma categoria criada em 2016. Kamafugito é a rocha básica para produção do KP Fértil e dela extraímos o produto que hoje é sucesso na agricultura, o qual pode substituir quase que totalmente as fontes convencionais desses nutrientes, complementando as adubações”, detalha o especialista.
Mais sustentabilidade
Atualmente, tanto o produtor como a sociedade como um todo buscam uma agricultura mais saudável, com a preservação do meio ambiente e dos microrganismos do solo, ou seja, da sustentabilidade agrícola. “Não queremos produzir apenas pelos próximos 50 anos, mas sim para sempre e por isso o solo deve ser encarado como uma poupança do produtor rural, e ainda bem que toda a sociedade está enxergando essa necessidade e colaborando para tal futuro. KP Fértil vem justamente de encontro a essa proposta, já sendo registrado como insumo orgânico, sem restrição de uso”, pontua Eduardo Spolidorio.
Ainda, a produção de KP Fértil é limpa, em termos de indústria, ou seja, não gera rejeitos, não utiliza água e não há poluição do meio ambiente, colaborando em primeiro grau para a sustentabilidade da região onde é produzido, em especial Carmo do Paranaíba, São Gotardo e Patos de Minas, no interior mineiro, que são muito importantes na produção de café, cereais e HF para todo o Brasil.
Entre os principais benefícios do produto, além dos já citados, o especialista ainda destaca a capacidade de interferir na CTC do solo, que é uma das variáveis mais importantes em termos de fertilidade do perfil, e na retenção de água. KP Fértil contém argilominerais na proporção de 2:1, que são promotores desta melhoria das cargas de nutrientes do solo que são benéficas para as plantas.
Ainda, há o efeito corretivo do produto, provocado pela presença de carbonatos de cálcio, magnésio e do silício, que promovem o poder de neutralização da acidez do solo. Drumon Pinheiro Filho, engenheiro agrônomo/gerente comercial da Harvest Minerals Brasil, foi além, e apresentou alguns outros pontos sobre o efeito do KP Fértil em relação às melhorias microbiológicas que proporciona ao solo, especialmente quanto à fertilidade, complementando as adubações.
“O manejo de KP Fértil é muito simples, porque ele entra na linha de produção de todas as culturas, e é trabalhado com antecedência de 30 a 60 dias, para mostrar melhor efeito como remineralizador de solo, à semelhança do calcário. Sua atuação está na interação que o produto faz com a microbiologia do solo, garantindo um perfil mais fértil, com excelente custo-benefício”, esclarece o agrônomo.
Ambiente saudável para as plantas
Eder de Souza Martins é geólogo e pesquisador da Embrapa Cerrados. Durante o evento ele palestrou sobre os remineralizadores de solo, que têm 17 produtos registrados no País, atualmente. “Na verdade, esses produtos são renovadores de solo, melhorando as características físicas, químicas e biológicas do perfil, resultando no aumento da eficiência de uso de nutrientes e melhora da resiliência das plantas cultivadas, como absorção de água, fotossíntese, entre outros, devido à composição de minerais desses produtos, o que estimula o desenvolvimento radicular e melhora o processo como um todo”, pontua.
Ainda segundo o pesquisador, a cada tonelada de remineralizador aplicada por hectare está se incrementando um milímetro de solo por ano. “Tudo depende da bioatividade do solo, que quanto maior, melhor. Para isso é importante o uso de coberturas de solo e rotação de culturas, para que esse processo seja eficiente, já que 90% do solo brasileiro é formado por latossolo, ou seja, são muito intemperizados e antigos, tendo perdido a conexão com os minerais primários que deram origem a ele. Quando usamos os remineralizadores estamos recuperando e renovando a terra”, esclarece.
Por outro lado, o Brasil é um país beneficiado, já que 1/5 dele tem ocorrência dessas rochas remineralizadoras do solo agrícola, o que representa 10 vezes mais do que os calcários utilizados atualmente.
Demanda crescente
Com o alto custo de produção, os agricultores estão em uma busca constante por alternativas para manter seu solo saudável e produtivo. “A saída é melhorar a eficiência econômica e agronômica da atividade, utilizando os insumos de forma racional e recomendada por especialistas, o que vai eliminar as perdas e fixação ao solo. Como o solo é a base produtiva do processo, é essencial cuidar bem dele para ter produtividade com garantia econômica. Se o chamamos de ‘terra’, quer dizer nosso planeta, e a agricultura biológica é o caminho para conservá-lo”, ressalta Eder Martins.
Manejo econômico e fértil
Neri Marcante, engenheiro agrônomo e diretor da Mineragro e Migmatech, mostrou, durante o evento, como ter um manejo sustentável e com redução de custos. “Sem dúvida os produtos nacionais têm custo menor, devido ao frete. Existem, hoje, opções regionais que os produtores podem introduzir em seu manejo de forma eficiente, mas com redução de custo. Isso quer dizer que o produtor não precisa ser dependente de fontes químicas e sintéticas. Ele pode investir em fontes naturais ou juntar as duas formas, em um mix. E o remineralizador, além de ser um multinutriente, possibilita a correção da microbiologia do solo, fazendo aumentar a eficiência dos outros fertilizantes utilizados. Assim, é possível fazer uma nova agricultura, mantendo ou até aumentando a produtividade, com fontes naturais de recursos nacionais”, destaca.
Antônio Silva Teixeira, engenheiro agrônomo e consultor da Libertas e IBA foi além, e palestrou sobre ‘Agroecologia e Compostagem’. “Tratamos do viés científico, em especial dos agroecossistemas e a compostagem, que nada mais é que a forma natural de fazer adubos a partir dos resíduos de natureza vegetal, animal e mineral. As rochas moídas, que originaram o KP Fértil, eram antes pouco conhecidas e agora evoluíram para fontes de adubação e compostagem direta no solo, sem os problemas da fertilização química convencional, que acidifica e saliniza o solo, quando em grandes quantidades”, compara.
Direto do campo
Lúcio Resende é produtor de silagem de milho e pecuarista de gado de leite em Uberlândia (MG). Ele conta que foi apresentado ao KP Fértil há seis meses, mas já conhece quem tenha comprovado bons resultados com o uso dele, e por isso resolveu apostar também. “No próximo ano quero estar novamente presente neste evento, apresentando meus resultados para aqueles que, como eu, estão conhecendo o produto. O investimento se justifica pela redução de custo da lavoura e aumento de produtividade, além de ser ecologicamente correto”, explica. Atualmente, ele produz em torno de dois mil litros de leite/dia e 38 toneladas de silagem por hectare. A previsão para 2020, com a inserção da cama de gado junto com o KP Fértil, é aumentar a média para 45 a 50 ton/ha de silagem.