Autor
Marcus R. Lawder
Gerente de marketing de Sementes de Algodão da BASF
Nunca se plantou tanto algodão no Brasil. O recorde de área cultivada é consequência do investimento na cultura. Os agricultores acreditam no algodão como cultivo produtivo e rentável. Para que a lavoura produza o que se espera, muitos fatores devem ser levados em conta, como o clima e a pressão de pragas. Um dos elementos que contribui definitivamente para o sucesso da plantação é a semente escolhida.
Não basta escolher a variedade e a biotecnologia que se vai trabalhar. É preciso ter certeza que a semente vai entregar o que se espera dela. Para que isto aconteça e o cotonicultor tenha sucesso no cultivo é preciso plantar sementes com alta qualidade.
Qualidade é decisiva
A qualidade vai determinar o desempenho da semente que será semeada para que atenda às expectativas do agricultor. Neste contexto, qualidade passa a ser um forte diferencial competitivo no mercado de sementes. Para nós da FiberMax®, qualidade da semente é prioridade.
É a semente que carrega a maior quantidade de tecnologia entre os insumos agrícolas. Nos últimos anos, as sementes passaram a ter mais tecnologia e, consequentemente, proporcionar mais segurança para o produtor rural. Isto faz com que o investimento em semente resulte em índices de produtividade recordes na cultura do algodão.
Qualidade, tecnologia, segurança e estabilidade devem ser conceitos trabalhados em conjunto quando se fala em semente de algodão.
Como reconhecer
A semente de qualidade é aquela que vai germinar e está livre de espécies de invasoras indesejadas. Basicamente, o que se espera de uma semente é pureza e germinação. Os componentes da qualidade de sementes podem ser agrupados em três categorias:
9 Descrição: espécie e pureza varietal; pureza analítica; uniformidade; peso da semente.
9 Higiene: contaminação com invasoras nocivas; sanidade da semente; contaminação com insetos e doenças.
9 Potencial de desempenho: germinação, vigor, emergência e uniformidade em campo.
É de grande importância entender que a qualidade de semente começa no campo, no processo de condução da lavoura. Para produção de sementes de alta qualidade, a BASF se preocupa com seleção de parceiros para a produção, de áreas para o plantio de campos de sementes, época de plantio, inspeções de plantio, pós-plantio, florescimento, formação de frutos, pré-colheita, colheita e transporte.
Todos estes cuidados visam aferir e assegurar a qualidade da semente que será produzida e comercializada.
Atenção!
O processo de beneficiamento, com deslintamento e tratamento, apenas vai aprimorar a semente, mas não melhora a qualidade. É preciso que todos tenham em mente que a qualidade da semente é definida no campo e após a produção o manejo é realizado para manter esta qualidade.
No entanto, o processo de beneficiamento também é de grande importância, com pré-limpeza e classificação das sementes. Em nossa unidade de beneficiamento de sementes possuímos máquinas para o deslintamento totalmente automatizadas e ambientalmente corretas. O resíduo oriundo do processo (línter) é utilizado na adubação orgânica.
Todos os testes mais modernos e requeridos pelo Ministério da Agricultura (MAPA) são utilizados. Contamos com testes de umidade, vigor, de corte, free faty acid, dano mecânico, presença adventícia, pureza do trait, pureza varietal, pH e teste patológico, todos realizados em nossos mais modernos laboratórios, certificados pelo MAPA.
Depois de deslintadas, analisadas e classificadas, as sementes passam por máquinas modernas e totalmente automatizadas para serem tratadas com produtos registrados para a proteção contra doenças e pragas iniciais da lavoura. Elas recebem o recobrimento homogêneo desses defensivos sobre a sua superfície sem promover danos mecânicos.
Por fim, recebem a adição de um polímero que aumenta a aderência dos produtos às sementes, evitando perdas de ingrediente ativo até a semeadura.
Em condições ideais
Após as sementes serem tratadas por defensivos, polímeros de revestimento e secantes, ocorre a armazenagem adequada para preservação da qualidade inicial das sementes. Elas são acondicionadas em papel multifoliado, evitando absorção de umidade, sendo empilhados sobre palhetes, recobertos com filme plástico, garantindo qualidade, higiene e segurança.
Todos esses processos seguem os padrões estipulados pela ISO 9001, fazendo com que a marca FiberMax® seja considerada a semente de algodão de melhor qualidade e maior confiança dos cotonicultores.
Para o futuro, podemos esperar por mais tecnologia, exigindo ainda mais cuidados com os processos que asseguram a qualidade final da semente e pureza de traits (biotecnologia). Atualmente, a mais inovadora tecnologia inserida em semente de algodão é a GLTP, que facilita o manejo de plantas daninhas e lagartas, com dupla tolerância a herbicidas e tripla resistência a lagartas do mercado brasileiro. GLTP é a sigla para GlyTol LibertyLink e TwinLink Plus.
A tecnologia GLTP é a primeira do País com a terceira geração Bt para o controle de lagartas, melhorando significativamente o manejo nas áreas com esta tecnologia. Oferece proteção contra as seguintes lagartas: Helicoverpa zea e armigera; lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens), curuquerê-do-algodoeiro (Alabama argilacea); falsa-medideira (Chrysodeix isincludens); spodopteras: Spodoptera frugiperda; Spodoptera cosmioides e Spodoptera eridania; e lagarta rosada (Pectinophora gossypiella).
A variedade GLTP é tolerante ao herbicida Liberty® (glufosinato de amônio) e ao glifosato, o que oferece maior flexibilidade para o manejo das plantas daninhas. É necessário um grande investimento e mais de 15 anos de pesquisa e desenvolvimento para realizar o lançamento de uma nova tecnologia para o mercado de algodão, dada a sua complexidade e a alta exigência dos cotonicultores. Isto ajuda a explicar por que a qualidade da semente é tão fundamental. Na semente está o futuro da colheita.