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Hortaliças pequenas e saborosas têm mais valor

Luis Felipe Villani Purquerio

Pesquisador do Instituto Agronômico, Centro de Horticultura

felipe@iac.sp.gov.br

Paulo César Tavares de Melo

Pesquisador da USP-ESALQ, Depto. Produção Vegetal

pctmelo@esalq.usp.br

 

Crédito Agristar
Crédito Agristar

O mercado de hortaliças está sempre se reinventando. No momento, as mini-hortaliças e as hortaliças baby estão em evidência. Esses dois nichos de mercado vêm despertando interesse tanto dos produtores quanto dos consumidores, especialmente os de maior poder aquisitivo e chefes de restaurantes que buscam sempre novidades.

Apesar desse mercado ainda estar no início, a introdução de produtos diferenciados podem estimular o consumo de hortaliças por parte da população, inclusive das crianças.

Tendência

O tomate-cereja tem cor vermelho-intensa e sabor muito doce - Crédito Agristar
O tomate-cereja tem cor vermelho-intensa e sabor muito doce – Crédito Agristar

Hoje, nas gôndolas de supermercados e de alguns empórios de hortifrútis, ao lado do conhecido tomate cereja, encontram-se as versões miniaturizadas de abóbora, alface, berinjela, chuchu, couve-flor, pepino, pimentão, melancia, entre outras hortaliças.

As mini-hortaliças são, em geral, variedades criadas por meio do melhoramento genético focado na seleção de órgãos de tamanho reduzido consumidos como hortaliças, tais como frutos, folhas, vagens, bulbos entre outros. Hortaliças que sofrem processamento mínimo e têm seu tamanho reduzido também podem ser chamadas de mini, como é o caso das minicenouras disponíveis no mercado brasileiro há vários anos.

Já as hortaliças baby são obtidas por meio de artifícios no manejo da cultura, como a colheita antecipada de frutos, raízes, folhas, flores entre outros órgãos que são consumidos.

As versões miniaturizadas têm chamado a atenção dos consumidores - Crédito Ana Maria Diniz
As versões miniaturizadas têm chamado a atenção dos consumidores – Crédito Ana Maria Diniz

No caso das folhas jovens, o produto recebe a designação de baby leaf. As sementes das mini-hortaliças são, na maioria, híbridas e importadas, principalmente, do Japão e Europa. Embora sejam comercializadas por preço significativamente maior em comparação ao de hortaliças de tamanho normal, é crescente o interesse dos produtores por esse segmento de mercado.

Valor agregado

Como se trata de um produto diferenciado, cultivado principalmente em estufas agrícolas, as mini-hortaliças têm um alto valor agregado e são comercializadas por valor mais elevado que ao das versões similares de tamanho normal.

Um bom exemplo de mini-hortaliça é a nova geração de tomate-cereja. Esse tomate, conhecido em alguns lugares como tomate-uva, tem seu formato alongado, parecido a um bago de uva, com cor vermelho-intensa e sabor muito doce. Sua promoção no mercado tem sido bem sucedida, pois mesmo custando para o consumidor em torno de R$ 3,00 a caixa de 180 g, a oferta não tem sido suficiente para atender à demanda.

Os pimentões coloridos e menores têm atraído os consumidores  - Crédito-SXC.
Os pimentões coloridos e menores têm atraído os consumidores – Crédito-SXC.

Por conta disso, para os produtores o cultivo do tomate-cereja ou uva tem sido vantajoso, uma vez que conseguem obter de 6 a 10 kg por planta e recebem, em média, R$ 4,00/kg.

Outro exemplo de miniatura de hortaliça cada vez mais presente no mercado é a minimelancia. O fruto pesa de 2 a 3 kg, o suficiente para servir até quatro porções, além de ser facilmente armazenado na geladeira. Outro atrativo dessa novidade é o fruto sem sementes e polpa de coloração vermelho-intensa.

O valor das minimelancias, em alguns mercados, pode ser seis vezes superior ao da melancia de tamanho convencional. No mercado, as folhas jovens ou baby leaf podem ser encontradas na forma de uma mescla de diversas espécies de hortaliças com folhas de diferentes formatos, cores, texturas e sabores. Tal combinação possibilita alto valor nutricional ao produto. Mas é comum também sua comercialização de forma individualizada.

Vantagens

A vantagem da baby leaf é sua praticidade, já que o produto é embalado devidamente sanitizado e pronto para ser consumido. Além das folhas soltas, sanitizadas e embaladas de baby leaf, também estão sendo comercializadas plantas inteiras ainda jovens, produzidas em sistema hidropônico, embaladas com o sistema radicular.

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

Cabe ao consumidor separar as folhas baby do restante da planta e higienizá-las para o consumo. As folhas baby ainda são comercializadas no varejo por um preço elevado até mesmo para os consumidores de alto poder aquisitivo.

Nos supermercados e varejões de hortifrútis paulistas o consumidor paga R$ 5,00 por caixetas com 120 g do mix de folhas de alface, agrião, beterraba, couve mizuna e mostarda wakami. Já os saquinhos contendo 120 g de folhas baby de rúcula, agrião ou alface são vendidos por cerca de R$ 3,00 a unidade.

 
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