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Polímero em semente: o filme que protege seu negócio

 

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

A semente é o principal insumo na agricultura moderna e necessita de proteção. O tratamento de sementes é a ferramenta com melhor relação custo-benefício no uso de tecnologias para proteção de plantas contra pragas e doenças. Nas novas tecnologia utiliza-se de polímeros como revestimento que consiste em uma camada cobrindo a semente juntamente alguma substância com finalidade fitossanitária ou nutricional. Neste aspecto, o polímero é um facilitador das condições para os produtos fitossanitários atuarem.

Suas propriedades possibilitam melhor aderência dos produtos à semente, e garantem que ela sofra menos ações das condições ambientais quanto à degradação do produto. Márcio Fernandes Peixoto, entomologista e professor do Instituto Federal Goiano de Rio Verde, explica que os resultados são a melhoria da liberação do ativo em termos de uniformidade no solo e ao longo do tempo, melhorando as condições de absorção do sistema radicular para otimizar o efeito do produto, maximizando o potencial dos ingredientes ativos.

Como funciona

O polímero já vem incluso no tratamento de semente e age como um adesivo. Esse adesivo proporciona uma cobertura durável permeável a água, de liberação gradual e, quando utilizado adequadamente, praticamente não interfere nas características fisiológicas da semente.

Márcio Fernandes Peixoto, entomologista e professor do Instituto Federal Goiano de Rio Verde - Crédito Luize Hess
Márcio Fernandes Peixoto, entomologista e professor do Instituto Federal Goiano de Rio Verde – Crédito Luize Hess

Segundo Márcio Peixoto, a tendência atual de uso dos polímeros é no tratamento industrial de sementes (TIS), que inclui todo o pacote de produtos cobrindo a semente. “A boa tecnologia, hoje, não permite mais a realização do tratamento de sementes na propriedade, geralmente desuniforme. Assim, é mais correto e adequado adquirir a semente com o tratamento industrial“, pontua o profissional. Acrescenta, ainda, que na propriedade rural há o risco de injúrias de embebição, primeiro processo de germinação.

Vantagens do tratamento

O tratamento industrial de sementes evita problemas ambientais, intoxicação dos operadores, e como os polímeros são distribuídos uniformemente na semente por mecanismo industrial, a cobertura da semente fica bem melhor do que nos tratamentos realizados nas propriedades rurais, sendo precisa a quantidade de produtos aderidos à superfície da semente. Durante o tratamento de sementes na propriedade é comum ocorrer intoxicação dos operadores ao manipular os agrotóxicos ou equipamentos e ao utilizar TIS evita-se a produção de poeira e aspiração de gazes tóxicos, normalmente observado nessas operações.

Além disso, acrescenta Márcio Peixoto, no tratamento com o uso de polímeros, a maioria dos produtos fitossanitários podem ser adicionados (fungicidas, inseticidas e nutrientes) às sementes.

O que você ainda não sabe

O polímero é inerte em termos de fitossanidade. O especialista informa que suas propriedades físico/químicas melhoraram a ação e o período de atuação dos produtos fitossanitários na semente e no solo.

A dica que Márcio Peixoto dá para melhorar a eficiência do tratamento de industrial de semente é o produtor não mexer na semente – apenas semeá-la. “Como a distribuição foi uniforme, se o produtor misturar algo a mais nessa semente, ele corre o risco de perder a qualidade do tratamento. Caso queira acrescentar alguma substância que não veio no tratamento de sementes, a opção que o produtor tem é adicionar na pulverização em sulco“, ensina. Enfatiza que algumas pragas de solo carecem de manejo complementar ao TIS em razão do comportamento no solo e baixa eficiência dos produtos aderidos à semente.

 Crédito Fábio Alberto
Crédito Fábio Alberto

Opções

Há, no Brasil, várias unidades e centros de tratamentos de sementes que atendem as necessidades peculiares de cada produtor (região), principalmente para as culturas da soja, milho e algodão.

Quanto às hortaliças, as sementes de alta qualidade já vêm peletizadas, tecnologia que também tem os citados polímeros. Há, também, quem faça o tratamento de sementes sem o uso de polímeros. Nesse caso, o risco de perder a eficiência do tratamento fitossanitário é maior“, pontua Márcio Peixoto.

Custo-benefício

Segundo o profissional, diante dos benefícios garantidos pelos polímeros, seu custo é irrisório, além de eliminar riscos que o produtor correria com a semente “nua“. “Quanto à nutrição, por ser otimizada com os polímeros, a planta pode até produzir mais. E em relação às pragas e doenças, a planta terá melhores condições para seu desenvolvimento e por estar bem protegida e preservar o estande. A garantia do estande pode resultar em até cinco a dez sacas a mais na produtividade, e rendimento de 10 a 20%“, calcula. A proteção das plântulas garante o estabelecimento do sistema radicular, fundamental para a planta, principalmente em condições de estresse, condição muito comum atualmente quando se semeia no início do período chuvoso, mas de chuvas esparsas.

 

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