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sexta-feira, novembro 22, 2024
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O papel da indústria de fertilizantes pós-pandemia

Parque industrial Kimberlit Agrociencias

Luciano de Gissi parte de dois cenários bem distintos para analisar os impactos da pandemia na indústria de fertilizantes.
O primeiro diz respeito aos Fertilizantes de Solo, que foi altamente impactado em fevereiro de 2020, tendo a produção de fosfato altamente afetada, com o fechamento de fábricas na província de Hubei, China, que responde por 30% da produção chinesa, o que causou instabilidade de mercado, escassez do produto e alta de preço. “No entanto, com o passar do tempo, as empresas estão voltando à normalidade e muito provavelmente para a safra nacional já deverá entrar em harmonia”, alinha.
O outro cenário refere-se aos Fertilizantes Foliares e é exatamente o trabalhado pela Kimberlit. Luciano de Gissi destaca que, neste caso, o impacto foi bem menor e ressalta alguns motivos para isso: “Estamos atravessando a entressafra, normalmente temos uma demanda bem menor, do que durante a safra, na nossa empresa 20% do faturamento é no primeiro semestre, os outros 80% do faturamento no segundo semestre, portanto, estamos passando pela baixa demanda e isso nos ajuda a manter a normalidade; possui em seu favor o fato de o Brasil ser um país tropical, ter uma diversificação de culturas. Isso é bom. Distribui riscos. Uma cultura acaba compensando a defasagem de outra cultura. Algumas têm queda de preços, outras apresentam alta nos preços. Portanto, na média, o agro nacional acaba ficando mais estável; tivemos uma queda considerável na cultura de cana-de-açúcar em função do baixo preço do petróleo – nesse contexto, o produtor que produz só a cana vai ser afetado assim como o setor sucroalcooleiro e a cultura do algodão também está sofrendo. Em contrapartida, a soja e outras commodities que são cotadas em dólar acabam compensando as perdas. Além disso, a variação cambial impacta positivamente nessas commodities. Na segunda semana de maio, por exemplo, a saca de soja foi vendida a R$ 105,00, um preço histórico.
Luciano de Gissi ainda destaca que a Kimberlit Agrociências estava preparada para o crescimento e que os investimentos seguem normalmente, porém com adequações, que, basicamente incluem alterar uma previsão de vendas de uma cultura para outra, aumentando para algumas, diminuindo para outras. “No nosso caso, no entanto, é importante salientar que os nutrientes que são para uma cultura são os mesmos usados para outras culturas, o que muda são as proporções, portanto fica mais fácil realizar adequações. Não deveremos ter problemas de abastecimento nesse sentido”, explica.
É relevante observar que a população cresce e há maior demanda por alimentos. Segurança alimentar é fator crítico nessa conta. Quem está inserido na produção de alimentos tem uma estabilidade em longo prazo. Com base nessa análise, a Kimberlit Agrociências cresceu acima de 20% no primeiro trimestre de 2020 comparado com o mesmo período em 2019. “Vale lembrar que o primeiro trimestre representa de 8% a 10% do faturamento apenas, e já estamos conseguindo passar dessa fase”, revela.

“Estamos visitando nosso planejamento estratégico a todo momento, alinhando a nova realidade pós-Covid 19. Estamos confiantes que, ao final de tudo isso, o Brasil sairá fortalecido e mais preparados para lidar com outras adversidades
Luciano de Gissi (diretor industrial da Kimberlit Agrociências)


De olho no mercado, no planejamento e nas finanças

Renato Peixoto, diretor financeiro da Kimberlit Agrociências, observa que, diante dos desafios impostos pela pandemia, mudanças sociais e culturais já estão acontecendo, que as formas de se trabalhar nunca mais serão as mesmas e prevê um desempenho altamente favorável ao agronegócio nacional em 2020. Tal constatação é baseada em dados apontados pela mais recente Pesquisa Focus, divulgada em 11 de maio pelo Banco Central, que mostra que a projeção é de que o Produto Interno Bruto (PIB) encolha 4,11% em 2020, de uma queda de 3,76% prevista anteriormente. Assim, há expectativa de recuperação no mercado financeiro para 2021 de um aumento de 3,20% do PIB.
Outros dados divulgados pela Anda (Associação Nacional para Difusão de Adubos) dão conta de que foram entregues 36 milhões de toneladas de NPK (nitrogênio, fósforo e potássio, três dos mais importantes minerais para as plantas) em 2019 e em 2020 há previsão de 37 milhões de toneladas de NPK no Brasil. “Esses dados mostram um crescimento que já está acontecendo porque têm áreas da safra 2020/2021 que já compraram 50% dos insumos ou mais”, nota Renato Peixoto.
Um aspecto importante é igualmente observado por Renato Peixoto: em um cenário de crise, é preciso focar na chamada Preservação de Caixa, ou seja, toda empresa deve tomar medidas como utilizar as linhas de crédito disponíveis, sejam governamentais ou de instituições públicas financeiras e privada; alongar a dívida, tentando renegociá-la, preservando o caixa. Até por isso, Renato Peixoto destaca que a área de crédito e recebimento da Kimberlit Agrociências tem se aproximado muito de seus clientes, tomando ações para minimizar até questões de inadimplência e liquidez, entre outras, e orienta: “CPR física, CPR financeira, hipotecas, penhor de grão, penhor de equipamentos, por exemplo, são instrumentos que podem garantir o crédito”.
Renato Peixoto anuncia: “Vamos continuar crescendo de forma expressiva, expandir nossa capacidade fabril, atender nossos clientes da melhor maneira possível e tomar decisões importantes”.


9 medidas tomadas pela Kimberlit Agrociências em função da pandemia

1. A empresa não recebe mais visitas presenciais de fornecedores, parceiros, clientes e vice-versa

2. Trabalho em home office e realização de reuniões virtuais

3. Revisão de processos internos

4. Desenvolvimento de novos produtos

5. Investimento do aprendizado de toda a equipe de colaboradores

6. Ações voltadas à segurança dos funcionários

7.  Antecipação de férias em busca de manter o quadro de colaboradores (sem demitir)

8. Distribuição de EPI (Equipamento de Proteção Individual) aos seus colaboradores

9. Para manter as condições pessoais dos colaboradores não houve redução de jornadas de trabalho

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