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Entidades indicam ações para amenizar efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul

Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective

Milho Estiagem: Crédito: Paulo Pires Divulgação

FecoAgro/RS é signatária de carta aos governos Estadual e Federal que tem, entre outros pontos, pedido de incentivo à irrigação

A Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), juntamente com a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag/RS), Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e Emater/RS, assinaram documento conjunto pedindo medidas para minimizar os impactos da estiagem no Estado. A carta das entidades foi encaminhada aos governos Federal e Estadual.

Segundo o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, o cooperativismo agropecuário do Rio Grande do Sul está muito preocupado com esta questão da estiagem que assola o Rio Grande do Sul desde a safra 2019/2020 onde se perdeu 31% da produção de milho e 47% da safra de soja. “E agora, em 2020, tivemos a questão do trigo, perdido em um primeiro momento por geada e depois por causa da falta de chuva. Calculamos que, com os os dois fatores climáticos, ultrapasse os 30% de quebra”, destaca.

Conforme o dirigente, a safra de milho já está altamente comprometida. As lavouras plantadas entre agosto e outubro, basicamente o grande volume produzido no Estado, que é o milho de sequeiro, conta com prejuízos irreversíveis. “A região das Missões, a região de Santa Rosa, que passam por toda a faixa da região Noroeste do Estado, costeando todo o Rio Uruguai, praticamente perdeu a safra. Mesmo essa chuva que ocorreu agora não tem impacto positivo sobre o milho. Realmente é um problema seríssimo”, salienta, acrescentando que ainda não se pode avaliar os impactos sobre a soja pois ainda está no início do plantio.

Entre as propostas apresentadas está a verificação do Proagro. O presidente da FecoAgro/RS salienta que estas vistorias devem ser feitas com a maior agilidade possível, e que este produtor que tenha mais de 60% de prejuízo consolidado possa implantar uma outra cultura quando chover, ou outro plantio de milho, já que ainda dá tempo, ou uma cultura de soja ou feijão, pois o produtor não pode ficar sem renda. Para os produtores de proteína animal também foi proposta a disponibilidade de compra de milho balcão para a composição da ração.

Uma questão importante, de acordo com Pires, é o incentivo à irrigação para trazer segurança ao produtor. “O produtor não pode conviver com esta incerteza que o clima do Rio Grande do Sul nos apresenta. Temos chuvas suficientes, mas elas são mal distribuídas. É um lugar perfeito para nós implantarmos a irrigação. Mas para que ela se torne mais importante e participativa algumas questões precisam ter acordo, ter uma evolução convergente”, observa.

Entre as questões citadas pelo dirigente estão a agilidade das licenças ambientais e a isenção de tributos, já que os equipamentos pagam 7% de ICMS. “Se houvesse um incentivo fiscal nesse sentido, uma área irrigada verticaliza sua produção, além de diminuir o risco ela traz um potencial produtivo muito maior e vai gerar imposto para o Estado. Todos os lugares onde houve o crescimento da irrigação, o desenvolvimento destas comunidades foram muito maior”, complementa.

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