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Mamão: Medalha de prata para o Brasil

Mamão – Crédito: shutterstock

O Brasil é segundo maior produtor de mamão do mundo, com uma área em produção de aproximadamente 27 mil hectares e produção média anual próxima a 1,5 milhão de toneladas.

Dentre os Estados brasileiros produtores destaca-se Bahia, com área plantada de 9.300 ha, sendo o Sul do Estado a principal região produtora da fruta. O segundo maior produtor de mamão do País é o Espírito Santo, com área plantada próxima de 6.500 ha concentradas na região norte do Estado, seguido do Ceará, Rio Grande do Norte e Minas Gerais, que vem apresentando crescimento na produção de mamão.

O mamão é cultivado em todos os Estados brasileiros durante todo o ano e, sendo assim, o Brasil apresenta baixa sazonalidade de produção. A oferta do produto em geral ocorre de forma quase consistente durante todo o ano, apresentando maior oferta entre os meses de setembro e janeiro, quando o preço do produto tende a reduzir.

Exportação e importação em 2019

No ano de 2019, devido a problemas na oferta do produto no País e a alguns problemas pontuais de qualidade, especialmente no primeiro semestre do ano, não foram obtidos maiores aumentos nos embarques brasileiros de mamão.

Em 2019, até o mês de novembro, o volume exportado foi de 39,1 mil toneladas, 0,94% em relação ao acumulado até novembro/2018, e a expectativa é que a soma total de exportação para o ano de 2019 seja superior ao ano de 2018 (42,7 mil toneladas), de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A União Europeia continuou sendo o principal importador de mamão brasileiro, consumindo aproximadamente 88% do volume total exportado. Considerados isoladamente, os principais países foram Portugal (23%), Espanha (19%), Alemanha (16%), Reino Unido (12%) e Holanda (9%).

Custo de produção

Em 2019 os custos de produção de mamão se elevaram, devido à maior incidência de viroses e aumento do preço do dólar, que influencia no preço dos insumos utilizados.

Para analisar os custos de produção é necessário levar em consideração alguns fatores, como o sistema de cultivo, tecnologias de produção adotadas, insumos, produtividade resultante e também os preços do produto.

Durante o primeiro ano de produção, os custos com insumos são os que mais se destacam, representando aproximadamente 67% do total. Já no segundo e terceiro anos, os custos com a colheita passam a ser maiores, cerca de 43% do custo total.

Considerando o cultivo do mamão irrigado no perímetro irrigado Curupati, em Jaguaribara, no Estado do Ceará, região semiárida do Nordeste brasileiro, em um estudo realizado por profissionais da Universidade Federal do Paraná, concluiu que o custo de produção foi de R$ 21.888,82 por hectare. Deste valor, 66,8% foram referentes aos insumos utilizados no manejo da área e os outros 33,2% aos serviços realizados em todas as etapas do processo.

Rentabilidade

O rendimento da cultura é influenciado diretamente pelas diferentes tecnologias adotadas e condições de preço e clima durante o ciclo da lavoura. No ano de 2019 a produção resultou em boa rentabilidade para o setor, uma vez que o preço da fruta apresentou aumento.

Avaliando 63 produtores que cultivam mamoeiro irrigado em uma área de 94,5 hectares, no Perímetro Irrigado Curupati, os autores do estudo acima mencionado também verificaram que, quanto à produtividade, 83,33% dos produtores alcançaram o lucro líquido acima de 60%, e os outros 16,66% dos produtores obtiveram um lucro médio de 56%.

Levando em consideração a taxa de rentabilidade, foi possível concluir que, em média, houve uma relação custo/benefício de 1,58, ou seja, para cada R$ 1,00 investido no custo total de produção de um hectare de mamão houve um retorno de R$ 1,58, o que torna o empreendimento economicamente viável.

Balanço geral em 2019

No Estado da Bahia, a ocorrência de viroses afetou a produção, reduzindo a vida útil da lavoura e levando até mesmo ao corte das mesmas. Chuvas intensas em determinados períodos no Rio Grande do Norte levaram ao aumento da incidência de doenças fúngicas, como Corynespora, Phytophthora, pinta-preta e antracnose, causando perdas na produção.

No norte de Minas Gerais períodos de seca durante o outono e inverno levaram ao aparecimento de ácaros que provocaram manchas nos frutos, reduzindo o seu valor comercial.

Além de afetar a área plantada, estes fatores levaram à redução da oferta do produto, o que acarretou em considerável aumento nos preços. Mas, poucos produtores portavam o produto nos períodos de alta de preço, o que foi um empecilho para uma melhor rentabilidade do setor.

Tendência para 2020

Para o ano de 2020, os investimentos em área e tecnologia de produção, que podem resultar em aumento da disponibilidade do mamão, podem levar à queda das cotações. Ainda assim, a maior oferta e a constante procura europeia pelo produto brasileiro tendem a continuar garantindo bons resultados na exportação.

Ainda, no mês de julho/2019, fatores climáticos como tempo frio e as chuvas excessivas em algumas regiões do Brasil levaram a uma menor oferta do mamão havaí em Minas Gerais. Com isso, o valor do mamão bateu recorde de preço nos sacolões de Belo Horizonte. Apresentando uma alta de até 40% entre junho e julho, em alguns supermercados e sacolões da região centro-sul da capital, o preço da fruta chegou a alcançar o valor de R$ 21,98.

Inovação

A China aprovou, no final do mês de dezembro/2019, o mamão geneticamente modificado dos Estados Unidos, o que pode impulsionar as compras chinesas de mercadorias norte-americanas. A aprovação da variedade de mamão pode ajudar a promover mais importações de frutas dos EUA, podendo afetar as exportações brasileiras.

Autoria:

Jean dos Santos Silvasantos.jean96@yahoo.com.br

Luciane Gonçalves Torres lucianetorres21@hotmail.com

Engenheiros agrônomos e mestrandos em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA)

O Brasil é segundo maior produtor de mamão do mundo, com uma área em produção de aproximadamente 27 mil hectares e produção média anual próxima a 1,5 milhão de toneladas.

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