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Amazonas lidera produção de castanha-do-pará

Castanha – Crédito: Embrapa

Responsável por 37% da produção nacional e com 12.182 toneladas colhidas em 2019, o Amazonas é a unidade federativa brasileira com a maior produção de castanha-do-pará. O Estado também ocupa a segunda colocação no Brasil, em termos de safra de açaí do País, totalizando 43.855 toneladas no ano passado. O Brasil totalizou 32.905 toneladas de castanha-do-pará, em 2019.

Os desempenhos globais de cultivo e venda, no entanto, seguiram trajetória descendente. É o que se conclui a partir dos dados da pesquisa sobre PEVS (Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura), divulgada pelo IBGE.

O órgão federal de pesquisa não informa o dado global de produção, uma vez que dois dos 15 produtos de extração vegetal e silvicultura sondados no Amazonas são medidos em metros cúbicos (lenha e madeira em tora), enquanto os demais são mensurados em toneladas.

No primeiro caso, a soma de 1,44 milhão de metros cúbicos foi a mais baixa nos últimos cinco anos, ficando 0,69% abaixo de 2018 (1,45 milhão). O mesmo se deu no segundo caso (61.514 toneladas), que amargou decréscimo de 4,39%. Em 2015, as produções foram de 1,56 milhão de metros cúbicos e 84.253 toneladas.

Dinâmica semelhante se deu no valor da produção do extrativismo vegetal do Amazonas, que atingiu R$ 290,71 milhões em 2019. Assim como ocorrido na produção, foi o número mais baixo da série histórica dos últimos cinco anos, com diminuição de 4,03% em relação ao registro de 2018 (R$ 302,93 milhões).

Com isso, o Estado ficou na quarta posição do ranking nacional, neste tipo de comparação, perdendo para o Pará (R$ 1,53 bilhões), o Mato Grosso (R$ 672,76 milhões) e o Paraná (R$ 431,41 milhões).

Produtividade

Em termos de quantidade produzida, os produtos que mais se sobressaíram foram o açaí e a castanha-do-pará – ou “castanha-do-Brasil”. Em valores de produção, os destaques vieram da madeira em tora (R$ 155,6 milhões), do açaí (R$ 75 milhões), da castanha-do-pará (R$ 35,9 milhões) e da lenha (R$ 8,4 milhões). A lista amazonense inclui ainda itens com números mais modestos, como borracha/látex, ceras, fibras, buriti, gomas não elásticas, sorva, carvão vegetal, lenha, copaíba e cumaru.

Preços e margens

Os números e valores globais de extrativismo vegetal vêm sendo menores nos últimos cinco anos. Por outro lado, os produtos de extração para o produtor possuem preços regionais, que sofrem várias influências, ano após ano. Daí a diferença entre os preços de um Estado para outro, a despeito da produção.

Lembrando que entre as oito castanhas e nozes mais consumidas no mundo, quatro delas estão presentes no Brasil. A castanha-de-caju e a castanha-do-pará – internacionalmente conhecida como Brazil nut ou Amazon nut se encaixam na categoria “nativa” e são frutos do extrativismo.

Já a noz-pecã e a macadâmia são “exóticas”: foram introduzidas no País e são cultivadas comercialmente. Em 2019, as exportações do segmento somaram US$ 134 milhões, uma cifra pouco representativa perto dos outros produtos da balança comercial do agronegócio brasileiro, mas um setor extremamente promissor.

Há dez anos, o Brasil exportou US$ 229 milhões do conjunto de nozes, e o Chile, US$ 96 milhões. No ano passado, os chilenos exportaram US$ 586 milhões, multiplicando as vendas por seis.

Se o Brasil tivesse multiplicado por seis os US$ 229 milhões, teríamos exportado US$ 1,3 bilhão de nozes e castanhas, o que colocaria o segmento como o 15º produto da pauta de exportação nacional.

Opção de diversificação

De acordo com o International Nut Council (INC), o consumo de castanhas e nozes no mundo tem crescido 6% ao ano e, na última década, o preço em dólar teve uma valorização de 400%. Na Califórnia, elas são o primeiro produto de exportação agrícola, mais do que a uva e o vinho. Há dois anos, eles exportaram US$ 7,1 bilhões em amêndoa, noz e pistache produzidos em 560 mil hectares, o equivalente a 10% da área de cana-de-açúcar do estado de São Paulo.

No Brasil, o cultivo de castanhas e nozes é apontado como uma excelente opção de diversificação da lavoura, inclusive em terrenos íngremes. Por um lado, trata-se de um investimento de longo prazo, porque as árvores levam, em média, quatro anos para começar a produzir.

Por outro, é uma cultura com rentabilidade por hectare acima da média. As processadoras de macadâmia costumam pagar R$ 9,50 o quilo da noz com casca, o que rende entre R$ 40 mil e R$ 50 mil por hectare ao produtor.

Não existe um diagnóstico preciso da área plantada de castanhas e nozes no Brasil, mesmo porque boa parte é fruto do extrativismo. Mas, no caso das nozes-pecã, os dados do IBGE apontam 3.500 hectares de nogueiras, sendo 60% deles no Rio Grande do Sul.

O Brasil consome toda a pecã produzida e é um dos principais importadores de noz chilena, a walnut, que é muito parecida com a pecã. Em termos de faturamento por hectare, os números são próximos da macadâmia. Em média, o produtor tem uma produtividade de 4,0 toneladas por hectare e recebe R$ 12 pelo quilo da noz com casca, o que dá uma receita bruta de R$ 50 mil.

Fonte: IBGE

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