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Fertilizante multinutrientes – você conhece?

A aplicação de multinutrientes, principalmente de nitrogênio por cobertura, favorece o número de espiguetas por espiga e aumenta a concentração de N e proteínas nos grãos

Pablo Henrique de Almeida OliveiraMestrando em Produção Vegetal – Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)pablohenrickk@gmail.com

André dos Santos MeloMestrando em Entomologia – UFRPEandre.mello004@gmail.com

Dhyene Rayne dos Santos BeckerMestranda em Biodiversidade e Conservação – Universidade Federal do Pará (UFPA)drayneagro@gmail.com

Trigo – Créditos: shurtterstock

O trigo (Triticum aestivum L.) é uma planta da família das poáceas (Popper et al., 2006), mesma do arroz, aveia, cevada e milho. Esse cereal é imprescindível na alimentação humana, pois é fonte de nutrientes e fibras. A matéria-prima do trigo pode ser utilizada na produção de pães, biscoitos, bolos, massas e entre outros.

Devido à importância dessa planta, pesquisas são cada vez incentivadas com o intuito de melhorar a produção e a produtividade desse vegetal.

Fertilizantes multinutrientes

A adubação é essencial para o desenvolvimento do vegetal, por isso, uma boa recomendação de fertilizantes favorece altas produtividades, além de favorecer uma máxima eficiência no uso de recursos naturais e econômicos. Durante o ciclo da cultura, é importante que os nutrientes sejam fornecidos em quantidades e proporções adequadas, para que os mesmos estejam em formas disponíveis para a absorção das plantas. Além do mais, deve-se ressaltar qual fertilizante deve ser aplicado, a dose e a época de aplicação. Por essa razão, conhecer a fenologia da planta cultivada, os teores de nutrientes disponíveis, a utilização e a velocidade de transporte do nutriente pela planta fazem-se necessárias para um bom manejo do vegetal (Merle, 1959).

A utilização de fertilizantes multinutrientes favorece um desenvolvimento com elevado potencial produtivo, correção de deficiências eventuais, dentre outras. Semelhante a outras grandes culturas agrícolas, como a soja, milho e cana-de-açúcar, a cultura do trigo apresenta custos de produção dependentes do uso de corretivos para acidez do solo e dos fertilizantes aplicados na lavoura.

O nitrogênio é um nutriente determinante do rendimento potencial do trigo, pois é encontrado em maiores concentrações nos tecidos vegetativos e nos grãos, por isso, é o nutriente mais demandado pela cultura (Bona et al., 2016).

Lembrando, que o potássio (K), fósforo (P), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), cloro (Cl), manganês (Mn), ferro (Fe), zinco (Zn), boro (B), cobre (Cu) e molibdênio (Mo) são essenciais para o bom desenvolvimento do trigo, e a ausência de um nutriente pode interferir no potencial produtivo da cultura.

Como implantar a técnica

Levando em consideração alguns fatores que podem interagir com o trigo, e de certa forma interferir na absorção dos nutrientes pela planta, como fatores de produção (características genéticas da cultivar, época de semeadura, radiação solar, água, nutrientes, doenças, insetos-praga, plantas invasoras e entre outros), a fase inicial do trigo é muito delicada, portanto, o nitrogênio, que é o nutriente mais requerido, deve ser parcelado, visto que a planta tem baixa capacidade de absorção e capacidade fotossintética reduzida, além de ser um nutriente facilmente lixiviado, por possuir alta mobilidade.

No entanto, os demais nutrientes devem ser colocados na linha de sulco. Após 30 dias da emergência do trigo, o restante do nitrogênio deve ser aplicado em cobertura, que compreende a fase de perfilhamento e alongamento do colmo. Essa fase de perfilhamento coincide com a emissão da 4ª até a 8ª folha do colmo principal. O início do perfilhamento (4ª folha) representa o número de espiguetas por espiga, e na fase final (7ª folha) determina a quantidade de espigas por unidade de área (Bona et al., 2016).

Mais produtividade

A aplicação de multinutrientes, principalmente de nitrogênio por cobertura, favorece o número de espiguetas por espiga e aumenta a concentração de N e proteínas nos grãos. Além do mais, a aplicação de N via solo favorece um bom retorno econômico e a eficiência do uso de N varia conforme a dose aplicada.

Para Barker e Pilbeam (2015), o potássio, outro nutriente essencial para o trigo, além de favorecer a osmorregulação e a resistência de trigo à seca, atua no enchimento de grãos e qualidade final do produto. Entretanto, para uma boa produtividade é necessário conhecer a área que será implantada, fazer uma análise de solo, corrigir a acidez do solo e fazer a adubação adequada conforme as exigências do trigo.

Dicas importantes

A adubação contribui para o desempenho do vegetal, no entanto, se não houver um manejo adequado na cultura, a produtividade pode ser afetada. Portanto, antes da implantação da cultura do trigo, deve-se atentar se as condições climáticas e edafoclimáticas estão favoráveis ao desenvolvimento da planta, além de verificar as condições físicas e químicas do solo, técnicas conservacionistas de solo, como rotações de cultura, e o suprimento das demandas nutricionais da cultura, frisando a aplicação correta, na dose certa, no local e no momento certo do ciclo fenológico do trigo.

Contratempos

Alguns contratempos podem prejudicar o desenvolvimento do vegetal, por exemplo, doses exageradas de determinado nutriente podem causar antagonismo em outros nutrientes, fazendo que a absorção seja deficiente para a planta e, prejudicar o desempenho potencial do trigo.

Outro problema é o não parcelamento de nitrogênio, visto que esse nutriente é mais requerido pelo trigo, mas se ele for aplicado direto, sem parcelar, corre o risco de o N ser lixiviado e não ser absorvido em grande parte pelo trigo. Por isso, Bona et al. (2016) recomenda ser aplicado na semeadura de 15 a 20 kg ha-1 na semeadura e resto deve ser aplicado por cobertura.

Investimento x retorno

Na triticultura, grande parte dos custos de produção é atribuída aos corretivos e fertilizantes, porém, a utilização desses insumos favorece grandes produtividades, pois ajuda o vegetal a expressar seu potencial genético e o rendimento de grãos. Ou seja, o que é investido acaba sendo pago em produção e produtividade.

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