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Tetsukabuto – uniformidade no tamanho e coloração

Amanda Rolim Angelicio
amandaangelico@hotmail.com
Luana de Moraes Telini
telinisccp@outlook.com
Graduandas em Agronomia – Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral (FAEF, Garça – SP)
Marcelo de Souza Silva
Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia/Horticultura e professor – FAEF
mrcsouza18@gmail.com

A abóbora japonesa, que também pode ser chamada de “tetsukabuto”, é um híbrido descendente do cruzamento de duas espécies diferentes de abóbora: Cucurbita maxima Duch. (genitores femininos de linhagens de moranga) e C. moschata Duch. (genitores masculinos de diferentes linhagens de abóboras).
Devido à sua excelente adaptação às condições edafoclimáticas das diferentes regiões produtoras brasileiras, os híbridos de abóbora, sobretudo o “tetsukabuto”, vêm se destacando entre os materiais destinados ao plantio, o que justifica sua grande importância econômica no Brasil. Vale destacar que o híbrido em questão lidera a preferência de mercado nas regiões sul, sudeste e centro-oeste.
Ainda que as abóboras “tetsukabuto” estejam sendo produzidas em todas as regiões, o Centro-oeste brasileiro tem se garantido nas últimas décadas com uma evolução de cultivo e comercialização, com evidente destaque para as regiões produtoras de Jaíba/Manga (MG), São Desidério (BA), Paracatu (MG) e Anápolis (GO).
O Estado de Minas Gerais é considerado o maior produtor de abóbora tetsukabuto, com aproximadamente 36 mil toneladas por ano e produtividade média de 15 t ha-1.

Benefícios da abóbora híbrida

Considerada como um dos vegetais mais populares na mesa dos consumidores brasileiros, a abóbora se destaca por ser muito utilizada na alimentação, aproveitada de diferentes formas, seja para fins industriais, alimentícios ou medicinais.
Essa versatilidade alimentar também contribui para que este legume seja listado nas pautas de exportações, sobretudo para países do bloco Europeu, fazendo com que o ganho seja lucrativo e estável para os produtores que já estão envolvidos em sua produção, além de aparecer como uma alternativa promissora para aqueles que são atraídos pelos inúmeros benefícios deste legume.
Além do alto valor nutricional, o híbrido “tetsukabuto” também é fonte de fibras, sais minerais e vitaminas do complexo B e C, mas o principal são os carotenoides pró-vitamina A, especialmente β-caroteno, α-caroteno e luteína, o que acaba tornando-o um vegetal com alto latente de utilização para correção de falhas nutricionais em humanos, já que é de grande aceitabilidade pelos consumidores.
Dessa forma, por ter maior rusticidade, maior produtividade, uniformidade, precocidade, qualidade organoléptica e conservação pós-colheita, a influência comercial da abóbora tetsukabuto é altíssima, o que explica sua preferência entre os consumidores, sobretudo das regiões centro-oeste e sudeste do Brasil.

Como implantar a técnica

Devido à macho-esterilidade de suas plantas, característica marcante desse tipo de abóbora, faz-se necessário a utilização da moranga como principal polinizadora. Para tal, são utilizadas em torno de 20% da área de cultivo com a moranga, sendo que os outros 80% são do plantio intercalado de algumas linhas da híbrida, proporção que garante a polinização em taxas satisfatórias.
Para se adequar a época de florescimento das duas cultivares, é necessário o plantio desta cultivar de 15 dias antes da japonesa, aproximadamente. Essa necessidade de sincronização de florescimento deve ser levada em consideração pelos produtores na hora do planejamento do plantio. É indispensável a presença de abelhas para garantir a produção, sendo estes insetos os principais agentes polinizadores para esta olerícola.
A utilização de fitormônios pode induzir a frutificação de forma artificial, dessa maneira, pode ser empregado no auxílio da polinização artificial o hormônio 2,4-D, produto que pode ser encontrado em mercado de insumos. Sendo assim, as duas cultivares (japonesas e moranga) terão que ser plantadas no mesmo dia.
Assim que o florescimento se inicia, é pulverizado o hormônio na flor da tetsukabuto com uma bomba costal e jato dirigido com bico leque, na proporção de 2,0 ml de produto (hormônio) para cada 20 litros de água. Essa pulverização é repetida todos os dias, até que as ramas cresçam de forma desordenada, impedindo que se consiga caminhar pela lavoura. A partir deste momento, são as abelhas que realizam a polinização naturalmente.
Com espaçamento variado de cultivo, normalmente se utiliza 2,0 x 2,5 m, e a semeadura é feita diretamente utilizando uma semente por cova, o que totaliza aproximadamente 2 mil plantas de abóbora japonesa por hectare.

Mais produtividade

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Devido à evolução no mercado de abóboras, o Brasil tem se transformado em um dos mais frequentes produtores do híbrido japonês. Comparada com cultivares locais, a abóbora japonesa apresenta maior uniformidade, precocidade e produtividade, tornando-se assim uma cultura rentável.
É um produto que apresenta ótima pós-colheita e durabilidade, o que reduz as perdas. A produção do Brasil fica entre 12 e 15 mil hectares de abóbora japonesa, o equivalente a 130.000 toneladas de frutos por ano, aproximadamente.
A produtividade média deste híbrido depende do sistema de cultivo e da densidade de plantas utilizadas nas áreas de cultivo. Considerando a produção média de três frutos de 2,5 kg por planta, utilizando o espaçamento de 3,0 x 1,0 m, a produtividade pode ultrapassar mil quilos por hectare.
Vale destacar que a produtividade média varia entre 12 e 16 t ha-1 de frutos comerciais. Essa produtividade oscila com a época e local de plantio, com o híbrido, o espaçamento utilizado e o nível tecnológico adotado.
Alguns estudos sugerem produtividades variando de 7,33 a 26,91 t ha-1, sendo essa variação associada às diferentes épocas de plantio, sendo que as menores ocorreram no plantio de novembro.
Nas condições do Sul de Minas Gerais, também no período das águas, observaram-se as menores produtividades. Os melhores desempenhos do híbrido tetsukabuto ocorrem nos períodos mais secos (maio e agosto), com produtividades superiores às de novembro em 138,4 e 135,9%, respectivamente, seguidas por fevereiro, com produtividade superior em 85%, quando comparada à do mês de novembro.
As cucurbitáceas necessitam, em geral, de alta luminosidade e longos períodos de temperaturas elevadas durante seu ciclo vegetativo, desenvolvendo-se melhor nas épocas secas, sendo mais suscetíveis a doenças nos períodos úmidos.

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