28.3 C
Uberlândia
quinta-feira, novembro 21, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioEventosXVI Seminário Nacional de Milho Safrinha

XVI Seminário Nacional de Milho Safrinha

Milho – Foto: Shutterstock

Na agricultura, diante dos desafios trazidos por fatores climáticos e/ou cenários econômicos, as informações e os pacotes tecnológicos gerados pelas instituições de ciência tornam-se ainda mais relevantes. São as orientações de especialistas que podem auxiliar os setores de produção no enfrentamento das dificuldades, de modo a reduzir perdas e manter produtividade agrícola, qualidade dos produtos e rentabilidade. Exemplo de transferências de tecnologias que sustentam a agroindústria está no XVI Seminário de Milho Safrinha 2021, que será virtual, nos dias 23, 24 e 25 de novembro de 2021, sempre no período da manhã. A realização é do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, e do Centro de Desenvolvimento do Vale do Paranapanema (CDVALE).

Por conta da pandemia da COVID-19, a abertura do Seminário, no dia 22, será restrita a autoridades, com transmissão online, e terá uma conferência sobre o tema “Impacto da Safrinha e Perspectivas do Mercado de Milho no Brasil”. O público participante terá acesso a estandes virtuais e vídeos exclusivos sobre a cultura. Todas as informações do evento estão no site do evento (clique aqui). Este ano, o Seminário tem como slogan “Três décadas de inovações: avanços e desafios”, comemorando 30 anos do milho safrinha com tecnologia desenvolvida no Brasil pelo IAC e também celebra o retorno do evento à região de origem do milho safrinha com tecnologia. O Seminário tem apoio das seguintes instituições: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Consórcio Intermunicipal do Vale Paranapanema (CIVAP), Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CATI-CDRS), Cooperativa Agropecuária de Pedrinhas Paulista e Coopermota.

De acordo com o pesquisador do IAC e coordenador do evento, Aildson Pereira Duarte, em 30 anos esta modalidade de cultivo teve a produtividade média triplicada, passando de 2 toneladas por hectare para 6 toneladas por hectare. A área, que antes era inexpressiva, saltou para 15 milhões de hectares. “Nos melhores anos, a produção do milho safrinha (ou segunda safra) esteve próxima de 75 milhões de toneladas correspondendo a ¾ de todo o milho produzido no país”, comenta Duarte.

No entanto, nesta safra 2020/21, em decorrência do atraso na semeadura e dos eventos climáticos adversos, a produção do milho safrinha reduziu de 75 milhões para 59 milhões de toneladas, frustrando as expectativas de exportação, com queda de 37% em relação à temporada anterior. Segundo o pesquisador, a seca em quase todas as regiões produtoras e as geadas no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul levaram a essa queda. “Os preços do milho, como os da soja e dos demais produtos de exportação, subiram acentuadamente, dado à desvalorização do real, atrelado ao crescimento da demanda mundial, notadamente da China, que passou à condição de maior importadora mundial de milho”, explica. No mercado interno, o milho continua sendo usado principalmente para alimentação animal, para onde são destinados cerca de 66% do grão, e na indústria de derivados, que consome outros 26%, aproximadamente.

Duarte relata que o cultivo do milho safrinha, após a soja, contribuiu com o aumento da renda dos agricultores brasileiros, que colhiam grãos apenas no verão. “Mais da metade da área destinada à soja no verão, hoje é ocupada pelo milho safrinha no inverno. Consequentemente, o Brasil, que beirava o limite da autossuficiência, saltou para o terceiro maior produtor e exportador mundial do cereal”, complementa.

Há cerca de 30 anos, os agricultores pioneiros tinham apenas a semente como insumo. Ainda assim, eram de cultivares pouco adaptadas a essa modalidade de cultivo. “O Médio Paranapanema destacou-se no cenário nacional como a primeira região que investiu e obteve altas produtividades em milho safrinha, demonstrando que esta nova modalidade de cultivo tinha vindo para ficar”, relata o pesquisador do IAC. As tecnologias apropriadas para o cultivo do milho safrinha foram desenvolvidas a partir do início da década de 1990, quando o IAC implantou, na região do Médio Paranapanema, a primeira rede de pesquisa para esta modalidade de cultivo.

O pesquisador ressalta que o Seminário Nacional de Milho Safrinha é o principal evento desse cultivo no Brasil. Criado pelo Instituto Agronômico, em 1990, o Seminário teve suas quatro primeiras edições realizada em Assis, interior paulista, região produtora de milho safrinha. Em 2005, o evento voltou ao seu local de origem, onde também será realizado este mês. O Centro de Desenvolvimento do Vale do Paranapanema (CDVALE) é parceiro do IAC desde a edição inaugural do Seminário. “A projeção nacional do evento se deu a partir da sua sexta edição, em 2001, quando o milho safrinha já tinha atingido 2,5 milhões de hectares. Naquele ano, o evento passou a ser promovido pela Associação Brasileira de Milho e Sorgo (ABMS), comenta o organizador.

O que é o milho safrinha?

O milho safrinha é definido como o milho cultivado em condição de sequeiro – sem irrigação -, semeado na segunda safra, em sucessão de culturas, quase sempre depois da soja. A implantação das lavouras ocorre de janeiro a março e a colheita, de junho a agosto, dependendo principalmente da região. No mercado de milho, é a modalidade de cultivo mais importante no Brasil, desde 2012, suplantando o milho verão. “Sua expansão se deu no início dos anos 1990, nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, notadamente no Médio Paranapanema”, comenta o pesquisador do IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).

Atualmente, os principais estados produtores são, em ordem decrescente, Mato Grosso, que é o maior produtor e exportador nacional, Goiás, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. “Nem todas os estados produtores de milho na safra de verão (ou primeira safra) cultivam o milho safrinha, como é o caso do Rio Grande do Sul, que é inapto por apresentar clima muito frio no inverno”, diz Duarte.

Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo completa 130 anos em novembro de 2021. Fundada em 1891, a Secretaria de Agricultura tem raízes no setor nacional que movimentam a economia brasileira. Desde o seu início com vistas às pesquisas com o cafeeiro, no século XIX, até a atualidade, a Secretaria reúne instituições de pesquisa e de transferência de tecnologias que oferecem suporte às atividades agropecuárias de São Paulo e do Brasil. A celebração dos 130 anos se dá com a atuação moderna de suas unidades, que por décadas conquistam a credibilidade, o respeito e a parceria dos diversos segmentos que compõem o agro nacional.

SERVIÇO
XVI Seminário de Milho Safrinha 2021 – virtual
Data: 23, 24 e 25 de novembro de 2021
Horário: período da manhã
Informações: Site do evento

ARTIGOS RELACIONADOS

Celenco AG+ associado a fungicidas na cultura do milho safrinha

No Brasil, a cultura do milho vem apresentando aumentos expressivos de produção, favorecido pela disponibilidade de genótipos mais produtivos e adaptados a diversas regiões,...

Gestão da umidade faz a diferença na colheita do milho

Faltando poucos dias para finalizar a colheita do cereal no Brasil, produtora rural aposta em tecnologia para controle de umidade do grão

Agrishow confirmada para abril em Ribeirão Preto (SP)

A Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação está de volta presencialmente.

Digitalização na floresta plantada

Em 17 de junho de 2021, às 10h, a Embaixada da Finlândia, Business Finlândia e Finncham ...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!