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quinta-feira, maio 2, 2024
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Erros comuns na pulverização da batata

 

Douglas José Marques

Professor de Olericultura e Melhoramento Vegetal da Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS

douglas.marques@unifenas.br

Hudson Carvalho Bianchini

Professor de Fertilidade do Solo – UNIFENAS

Mariana Ferreira Dias

Elen Favaron

Rafael de Oliveira Ferreira

Alunos de agronomia da UNIFENAS

Erros comuns na pulverização da batata - CréditoLuize Hess
Erros comuns na pulverização da batata – CréditoLuize Hess

A batata (Solanum tuberosum L.) configura-se como a quarta cultura agrícola de maior importância econômica, sendo plantada em 125 países e consumida por mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo. O tubérculo tornou-se o terceiro alimento mais consumido no mundo, atrás apenas do arroz e do trigo.

Atualmente, no Brasil, a cultura ocupa uma área plantada de aproximadamente 171 mil hectares, com uma produção de 3,46 milhões de toneladas e rendimento médio de 34,6 t ha-1. Minas Gerais destaca-se como o principal produtor nacional, participando com 32% do total produzido no Brasil, sendo seguido pelo estado de São Paulo com 24% e o estado do Paraná com 22%.

As gotas de pulverização devem atingir as folhas na dose ideal - Crédito Luize Hess
As gotas de pulverização devem atingir as folhas na dose ideal – Crédito Luize Hess

A cultura é umas das mais exigentes quanto à proteção fitossanitária, principalmente devido à ocorrência de doenças fúngicas, como a requeima (Phytophthora infestans) e doenças bacterianas, como canela-preta (Erwinia carotovora), que infestam a maioria das áreas produtoras e exigem, na maioria das vezes, controle semanal.

Pulverização

A tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários refere-se à colocação da quantidade correta de ingrediente ativo no alvo, obtendo-se máxima eficiência de maneira econômica, com isso, afetando o mínimo possível o meio ambiente. Portanto, sua eficiência depende da quantidade de produto ativo depositado na planta e, também, da uniformidade e da distribuição na superfície alvo.

A correta aplicação de agrotóxicos começa pela identificação da praga (inseto, doença ou planta daninha) que se deseja controlar e pelo conhecimento de aspectos básicos da sua biologia. Este é considerado o alvo biológico a ser atingido.

Assim, aspectos como local de ocorrência da praga na cultura, hábitos de reprodução e mobilidade, devem ser estudados. A interação entre o alvo biológico e a capacidade de redistribuição do defensivo agrícola na planta define o alvo químico, que é o local onde se deve colocar o produto para que este exerça adequadamente sua função de controle da praga.

O correto ajuste de volume de calda e tamanho de gota é fator fundamental para a eficiência das aplicações - CréditoShutterstock
O correto ajuste de volume de calda e tamanho de gota é fator fundamental para a eficiência das aplicações – CréditoShutterstock

Prejuízos de uma pulverização mal feita

A aplicação errada de produtos químicos, além de gerar desperdício e, consequentemente, aumentar os custos de produção, pode ocasionar resistência dos insetos aos diferentes inseticidas, o que aumenta, consideravelmente, os riscos de contaminação para as pessoas e para o meio ambiente.

De uma forma geral, até 70% dos produtos pulverizados nas lavouras podem ser perdidos por má aplicação, escorrimento e deriva descontrolada. O conhecimento dos principais erros cometidos durante a aplicação de defensivos pode ajudar a tornar as aplicações mais eficientes.

Dentre os erros mais comuns, destacam-se:

  •  Perda por deriva, que é um dos principais problemas observados durante a pulverização, e ocorre, entre outros motivos, pela escolha incorreta das pontas de pulverização, refletindo na produção e no tamanho das gotas;
  •  Mangueiras furadas ou dobradas;
  •  Filtro de sucção com sujeira;
  •  Regulador de pressão quebrado;
  •  Bomba com vazamentos;
  •  Abraçadeiras e corpo de bicos quebrados ou soltos;
  •  Diferentes tipos de pontas de pulverização equipando uma mesma barra de pulverização;
  •  Utilização de pontas de pulverização danificadas ou desgastadas.
Mais saudáveis, as plantas respondem com produtividade - CréditoShutterstock
Mais saudáveis, as plantas respondem com produtividade – CréditoShutterstock

Dicas para a maior eficiência

Agitação da calda: o primeiro passo na regulagem de qualquer pulverizador é saber se o sistema de agitadores funciona adequadamente. No caso dos pulverizadores tratorizados, a tomada de potência (TDP) é responsável por acionar a bomba e o sistema de agitação mecânico.

Deve-se trabalhar com uma rotação de 540 RPM na TDP, por ser esta a rotação para o qual o sistema normalmente é dimensionado. Caso seja selecionada uma rotação do motor inferior à especificada, interferências negativas sobre o sistema de agitação poderão ser observadas, em função da redução no número de revoluções da hélice (agitador mecânico) ou da quantidade de calda devolvida ao tanque pelo retorno (agitação hidráulica).

Isto pode interferir diretamente na eficácia dos produtos fitossanitários utilizados, principalmente em função da sua formulação.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira a sua para leitura completa. 

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