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Manejo de doenças foliares via tratamento de sementes

Pablo Henrique de Almeida OliveiraEngenheiro agrônomo e mestrando em Produção Vegetal – Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)pablohenrickk@gmail.com

Amanda de Nazaré Rodrigues Pereirarodriguesamanda069@gmail.com

Kelvin Ryan Oliveira Moraes kelvinryan298@gmail.com

Graduados em Engenharia Agronômica – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)

Tratamento de semente – Créditos: shurtterstock

No segmento agrícola, as sementes merecem grande importância, principalmente, por serem o insumo utilizado no plantio. Por isso, podem desencadear grandes problemas no estabelecimento de uma lavoura, quando são utilizadas sementes associadas a microrganismos.

Sabe-se que a utilização de sementes sadias é essencial para a redução de riscos provenientes do emprego de sementes portadoras de agentes patogênicos. A omissão de controle da qualidade sanitária de sementes pode ser evidenciada em alguns casos, como o cancro e a ferrugem na soja, mofo-branco do feijão e da soja, fusarioses em diversas espécies hospedeiras, antracnose em espécies de interesse econômico, podridões do colmo em milho, ramulariose do algodoeiro, bacterioses e viroses em olerícolas.

A sanidade das sementes faz-se importante, pois 90% das espécies destinadas à produção de alimentos no mundo são propagadas por sementes. Visto que a maioria dos agentes causais pode ser transmitido pelas sementes, logo, elas estão sujeitas ao ataque de doenças.

Nos EUA, as perdas anuais por esse motivo excedem US$ 5 bilhões. No Brasil, as perdas estimadas pelo ataque de doenças variam de 10 – 20%, o que equivale de 8,0 – 16 milhões de toneladas de grãos por ano, decorrentes de agentes causais transmitidos por sementes.

A soja

Dentre as diversas culturas que são propagadas por sementes pode-se mencionar a soja. A ferrugem asiática da soja é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi Syd. & P. Syd., sendo uma das doenças mais severas para a cultura. Conforme Sinclair e Hartman (1999), seus danos variam de 10 a 90%.

No Brasil, algumas estratégias de manejo são utilizadas, como: semeaduras no início da época recomendada, utilização de cultivares de ciclo precoce, ausência de cultivo da soja na entressafra, eliminação de plantas de soja voluntárias, monitoramento da lavoura desde o início do desenvolvimento da cultura e a utilização preventiva de fungicidas ou no aparecimento dos sintomas, sendo que a aplicação de fungicida ou um produto preventivo na semente é uma estratégia que vem ganhando destaque.

Experimento

No trabalho de Debona et al. (2008) foi verificado, em sementes de cultivares de soja, a utilização de Acibenzolar-S-methyl e fungicidas no controle de ferrugem asiática no desenvolvimento das plântulas.

Com essa pesquisa, concluiu-se que o tratamento de sementes com ASM associado a fungicidas, na tentativa de atrasar a infecção da ferrugem asiática da soja nos períodos iniciais da cultura, constitui-se alternativa viável para redução do inóculo inicial, entretanto, deve-se atentar para possíveis efeitos fitotóxicos.

Outras pesquisas

Na literatura há inúmeros trabalhos utilizando diversos produtos para o tratamento de sementes de soja contra doenças. Pode-se mencionar, dentre os produtos, a utilização de aminoácidos (Dörr et al., 2020), bactérias associadas com agrotóxicos (Cardoso et al., 2019), inseticidas e bioestimulantes (Castro et al., 2008), bioprotetores e fungicidas químicos (Mertz et al., 2009), bioextratos (Pascuali et al., 2018), além do tratamento com nutrientes nas sementes, como zinco (Mendonça et al., 2017) e micronutrientes associados com aminoácidos (Alves et al., 2018).


Dicas

Antes da utilização de sementes na lavoura, deve-se verificar a procedência do material, para que não sejam utilizadas sementes contaminadas por patógenos. Portanto, a condição sanitária é bem importante, pois as sementes são veículos de agentes fitopatogênicos e que, ao serem levadas para o campo, podem provocar a redução na germinação e no vigor dos vegetais.

Uma semente de qualidade leva em consideração não somente o valor sanitário, mas também o físico, o fisiológico e o genético.

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