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Espécies de eucalipto mais plantadas no Brasil

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Paula Almeida Nascimento
Engenheira agrônoma e doutora em Fitotecnia/Produção Vegetal – Universidade Federal de Lavras (UFLA)

paula.alna@yahoo.com.br

As espécies mais utilizadas de eucalipto plantadas no Brasil são Eucalyptus grandis, Eucalyptus saligna, Eucalyptus urophylla, Eucalyptus viminalis, híbridos de E. grandis x E. urophylla e Eucalyptus dunnii (região sul do Brasil). Para a região Sul, também se destaca o potencial de utilização do Eucalyptus benthamii, devido à sua tolerância a geadas.
O gênero Eucalyptus tem a sua origem na Austrália, Tasmânia e outras ilhas da Oceania. As espécies de eucalipto têm sido utilizadas devido ao seu rápido crescimento, capacidade de adaptação às diversas regiões ecológicas e pelo potencial econômico proporcionado pela utilização diversificada de sua madeira.
Assim, a média nacional é de 41 m3 por hectare/ano em ciclos de corte de sete anos. O retorno do investimento em florestas de eucalipto é bem lucrativo. O eucalipto tem grande importância comercial na economia brasileira. Segundo a Indústria Brasileira de Árvores (IBA), são mais 5,5 milhões de hectares plantados com este gênero. A produtividade, contudo, depende de diversos fatores, como o local de plantio, os tratos culturais e os insumos disponibilizados.

Demanda

A grande demanda de madeira para diferentes finalidades, serraria, laminação, carvão e celulose vem contribuindo para o desenvolvimento do setor florestal e dos proprietários rurais. O eucalipto é usado com diversos fins: energia, celulose e papel, laminação, serraria, medicamentos, cosméticos, tecidos, alimentos e outros.
Desta forma, as atividades florestais promovem geração de empregos e renda, diminuindo o êxodo rural. Os plantios florestais proporcionam ganhos econômicos aos produtores e traz vários benefícios ecológicos, como melhoria da qualidade de ar, conforto térmico, redução dos níveis de poluição sonora, redução da intensidade da erosão, recuperação de áreas degradadas, redução da pressão sobre as florestas nativas e aumento da biodiversidade.

Versatilidade

A madeira de eucalipto pode ser utilizada para fins energéticos, sendo que a lenha é a forma mais utilizada para o carvão. A demanda de carvão da madeira de eucalipto está aumentando no setor de siderurgia, devido à substituição da madeira nativa pela de florestas plantadas na geração de energia para a produção de ferro.
O carvão é utilizado em fornos industriais para fins diversos e fornos comerciais, como padarias, pizzarias e churrascarias. Além disso, a casca do eucalipto pode gerar etanol para combustível. A madeira roliça de eucalipto é bastante utilizada em construções rústicas, como mourões para cercas e postes.
Inclusive, a madeira é utilizada para fabricação de móveis e as toras mais finas são utilizadas na construção civil, como cavaletes, escoras e outras.
Além disso, o eucalipto é uma das espécies mais utilizadas no mundo para produção de celulose de fibra curta. Este tipo de celulose é utilizado para fabricação de papel de imprimir, escrever e de limpeza.
No processo de extração da celulose, são utilizadas árvores jovens de diâmetro definido pela indústria. Do processo químico se obtém a pasta celulósica bruta não branqueada, e logo depois são produzidas embalagens de papel e papelão. Após o processo de branqueamento é que são produzidos papéis brancos.
A espécie recomendada para óleo essencial não pertence ao gênero Eucalyptus, sendo denominada atualmente Corymbia citriodora. Esta espécie é referência no Brasil como fonte do óleo essencial citronelal, extraído por processo de destilação das folhas.
Além dos mourões, papel, celulose, serraria, compensados e tábuas, a árvore apresenta outras formas de uso e benefícios que contribuem para a renda agrícola da propriedade rural. Algumas espécies produzem óleos essenciais que são usados em produtos de higiene e limpeza, fármacos e alimentos.
Assim, os produtos apícolas, como mel, própolis e geleia real oriundos de floradas melíferas de eucalipto são bastante apreciados no mercado. Outros benefícios relativos à presença das árvores no sistema produtivo são a diminuição da erosão pela cobertura do solo e aumento da infiltração de água, a ciclagem de nutrientes de camadas mais profundas do solo e o sequestro de carbono atmosférico.
O efeito sombra sobre o conforto de animais criados em sistema silvipastoril contribui para a manutenção do potencial produtivo e para a sustentabilidade das propriedades rurais. O sistema silvipastoril é uma opção tecnológica de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) que consiste na combinação intencional de árvores, pastagens e gado numa mesma área e ao mesmo tempo.

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